“Nova missão da TI: rastrear funcionários na internet”
Pelo menos é o que diz a ComputerWorld, que também afirma que “o setor de espionagem virtual de funcionários é um segmento que deve crescer bastante nos próximos anos e será uma das atividades fundamentais do departamento de tecnologia da informação”.
O artigo começa assim:
Tem crescido o número de departamentos de TI que incorporam a tarefa de rastrear as atividades dos funcionários na internet. O objetivo é monitorar se os profissionais divulgam informações não autorizadas da empresa, acessam conteúdos inapropriados, usam o nome da organização de forma indevida ou, ainda, perdem a produtividade por conta de redes sociais, blogs e outros canais de comunicação.
Para a diretora-executiva da ePolicy Institute, consultoria focada em vigilância cibernética, Nancy Flynn, a TI representa a área mais adequada para esse tipo de tarefa, uma vez que tem as ferramentas e o conhecimento necessários para executar essa função de ‘espionagem’. E o trabalho não se restringe apenas à internet, mas passa por mensagens de texto no celular, conversas telefônicas e até rastreamento por meio de GPS embutido nos smartphones. (via computerworld.uol.com.br)
No meu trabalho eu troquei o Windows por Linux faz tempo, e o acesso à internet eu faço com modem 3G. E nunca uso os ramais da empresa. Não é uma questão de fazer coisa errada, é só uma questão de defender minha privacidade contra alguns TIzeiros abelhudos, que deles o mundo tá cheio…
A questão aqui não é o meio, mas sim o conteúdo que você posta no tangente à sua empresa.
Empresas pequenas apenas querem evitar que seus funcionários “matem” serviço, mas a paranoia das grandes é evitar danos à reputação e prejuízos financeiros. Há vários casos de demissões provocadas pelo mau uso de redes sociais, mesmo fora do horário de trabalho. Grandes companhias empregam todo tipo de gente, e as ações de seus funcionários são automaticamente vinculadas a elas, mesmo que o autor seja um quase anônimo. Não sei onde isso vai parar, só sei que existe a tendência de controlar a vida pessoal dos funcionários e cada espaço cedido é ocupado permanentemente pelas companhias.
@Juan
E ainda por cima, em empresas maiores as áreas de TI e RH parece que “deram as mãos” para criar uma lucrativa indústria de serviços de resultados duvidosos e moral, digamos, discutível…
Ãh-hãn…
A empresa precisa criar mecanismos de se proteger, e principalmente, de proteger OS OUTROS funcionários.
Ou vc acha que você ficaria feliz da vida se o seu amiguinho que senta na baia do lado fizesse alguma ação (na vida pessoal|na vida privada) que prejudicasse as ações da empresa na bolsa, ou a imagem de endomarketing da empresa, e todo o departamento fosse demitido/punido/prejudicado?
Por ex, desde pelar gatos vivos e colocar no youtube (vida privada do cara, que aliás seria um monstro) até sabotar algum projeto (vida na empresa). Em todos os casos, a empresa seria ligada a ele.
- Funcionário da empresa X envenena cachorros indefesos.
- Funcionário da equipe da empresa Y acusado de espionagem.
Ninguém sabe quem é zé da silva, mas todo mundo sabe qual a empresa que não devem mais comprar produtos, nem investir.
Não é uma questão de privacidade, é uma questão de sobrevivência e proteção do próximo. Especialmente pq vc demora anos para construir uma imagem positiva, para dai um zé ruela estragar grande parte com um perfil no orkut/facebook/twitter/msn/youtube.
E depois do estrago feito, experimente reconstruir a imagem com uma nota informativa. Tente. O povão vai dar o seu veredito.
@Lemos
Simples assim: o cara que quer fazer m… vai ter os meios e oportunidades de fazê-la anonimamente. E se ele for minimamente esperto, não vai ser pego pelos arapongas corporativos.
E o resto paga o pato sendo espionado, inclusive em conversas telefônicas e localização (rastreamento). Será que isso é legal?
Um mínimo de controle é necessário, mas não pode cair em exageros que firam a dignidade das pessoas.
Você se preocupa com a empresa, tadinha, que precisa ser protegida, ó dó!… Cavou o termo “endomarketing” mas não vi nada sobre “dignidade” ou “cidadania”.
Pessoas físicas possuem direitos humanos. Pessoas jurídicas possuem dinheiro, e não são lá muito humanas…
@Lemos,
Com esse tipo de argumento você justifica até tortura de funcionários.
Pessoas físicas possuem direitos humanos. Pessoas jurídicas possuem dinheiro, e não são lá muito humanas…
Então que se demitam e usufruam de seus direitos e naveguem por onde quiserem.
@MAD
Onde trabalho, existe um certo controle, sem exageros. E eu posso navegar dentro de um limite razoável de tempo e de conteúdo.
Como vc postou no horário do expediente, presumo que vc não trabalha numa empresa nazista que vc parece defender. Agradeça por isso.
@Lemos
Então espero que a empresa pague muito bem, pois ela comprou “você”, em tempo integral, só falta fazer lavagem cerebral para só pensar no que foi homologado pela empresa e depois fazer a mesma coisa com a sua família (“filho de funcionário da empresa X foi pego fazendo… “).
Cara, pela lógica do absurdo, tudo é justificável. Só falta você a empresa concluir que ela é tão dona de você que ela não precisa te pagar, afinal ela já gasta muito “cuidando” de você…
A questão é outra – como (nos) defender (deles). A privacidade será um artigo de luxo no futuro.
É um assunto complicado pros dois lados. Como foi dito, se um funcionário foi pego fazendo irregularidade, o nome da empresa vai junto. Já vi muito problema com isso em empresas que trabalhei: funcionário que aliciava prostitutas com o email da empresa, funcionário que vendeu celular roubado e foi preso, funcionário traficava droga dentro da empresa, rede de pedofilia,…
E quando sai a notícia, nunca é “zé da silva pego vendendo maconha”. Sempre sai “Funcionário da empresa X pego…”.
Então a empresa tem de se cuidar sim, principalmente com o que é feito dentro dela. Como é impossível definir até onde vai o limite da privacidade, fica complicado pros dois lados. Só não podemos cair nos extremos de “empresa tirana” e “funcionário coitadinho”.
Marcos, não é questão de entrar no extremo de “empresa tirana” e “funcionário coitadinho”.
Mas não é uma relação entre iguais, é assimétrica. O empresário tem muito mais poder que o trabalhador (não aceita? façamos o seguinte contrato: trabalhador entre com a bunda, e eu com o pé). E como trabalhador vive de salário … já viu. Até os sindicatos que foram criados para organizar o trabalhador em grande número para igualar a disputa … são muito fracos hoje em dia.
Os trabalhadores tem que reagir da maneira mais vigorosa possível pelo motivo já levantado pelo Juan, há “a tendência de controlar a vida pessoal dos funcionários e cada espaço cedido é ocupado permanentemente pelas companhias.”
Nova Missão? Mas eu faço isso há anos!
Estou a treze anos trabalhando na área e conto os meses para sair dela. Não dá mais. Burocracia, chefes incapazes, exigências curriculares descabidas, vestuário mauricinho, monitoramentos, restrições… chega. TI já teve a sua fase romântica, onde as pessoas prosperavam e eram respeitadas pelo SABER, e quem viveu isso não tem como aturar a situação atual. Não quero mais cavar neste buraco – hora de lutar para sair dele. E o último que o fizer que apague a luz – e não esqueça de puxar a tomada do servidor.
@Shikus
Se vc gosta de tecnologia, que tal mudar para Desenvolvimento?… Já vi os dois lados (desenv X TI) e não tenho a menor dúvida de qual eu prefiro…
@Anonimo: Sou do desenvolvimento a uns 3 anos, e garanto que pelo menos nas empresas que passei, está cheio dos problemas citados pelo Shikus.
Pela experiencia que vivenciei, pelo menos 60% do pessoal de desenvolvimento é arrogante. Da pra contar nos dedos a quantidade de pessoas sensatas que eu conheci neste pouco tempo até hoje. O bom desse lado, é que você aprende MUITO sobre o que você NÃO deve fazer :-)
Sinto falta também de profissionais de segurança capacitados no brasil e bem valorizados.
Ué… fui moderado!?
é por isso que sou fã de tuneis ssh..
@elias, é por isso que eu sou fã de firewalls de camada 7.