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“Linux Educacional”: críticas e questionamentos

Enviado por Sergio J. Dias (daradjaΘgmail·com):

“Há algum tempo atrás enviei a seguinte postagem acerca do Linux Educacional:
“Sinceramente, não entendo porque o Linux Educacional não é baseado em distribuições mais recentes. Sou usuário do Gnu/Linux há vários anos. Já passei por várias distrôs sempre atualizando para as versões mais recentes. Da forma como está o Linux Educacional parece aqueles sistemas operacionais linux que vem pré-instalados em computadores vendidos nas “Casa Bahia da vida”, e prontos para serem trocados pelos “Windows genéricos”, oferecidos por 10 reais em cada esquina das grandes cidades brasileiras.

Além disso, desta forma os aplicativos utilizados, sem falar no ambiente gráfico Kde 3.59, estão muito distantes das atuais novidades e aperfeiçoamentos construídos pelos desenvolvedores que, constantemente, estão buscando formas de tornar o ambiente Linux mais amigável. Isto quando o nosso principal concorrente, o Windows, já está na versão “7″, com todos os benefícios e melhorias a disposição dos nossos jovens, dispostos a instalar o primeiro “dvd pirata” que lhe seja entregue.

Convém chamar a atenção também para os problemas de segurança que podem aparecer pelo uso de aplicativos não atualizados. Ou seja, quando estamos no Ubuntu 10.04, no Fedora 13, e com tantas distrôs e versões mais modernas com visual, aplicativos, ambientes gráficos mais interessantes, porque ainda estamos na idade da pedra? Ficamos a espera de esclarecimentos.”(http://linuxeducacional.com/mod/forum/discuss.php?d=1162)
Hoje, fiquei estimulado a tecer outras considerações, pois tive acesso a uma outra postagem no site VOL (http://www.vivaolinux.com.br/artigo/Falha-de-planejamento-no-uso-de-softwares-livres-nas-escolas-publicas/) sobre problemas encontrados no LE.

Falo como usuário Gnu/Linux e professor. Fico a pensar no compromisso do governo federal com o software livre. Será que podemos considerá-lo como real e efetivo? Afinal, o Linux Educacional deveria cumprir uma tarefa fundamental, em termos de expansão da cultura livre, mas da forma como está e como foi concebido, tal projeto tem trabalhado no sentido contrário, fazendo publicidade às avessas e fortalecendo o software proprietário. A comunidade deveria se manifestar e exigir respeito. Coisa que não vem acontecendo. E estamos falando de uma das comunidades mais organizadas e ativas da WEB.

Enfim, devemos perguntar e obter as seguintes respostas: Quanto o governo federal investiu neste projeto? Que planejamento foi realizado? Quais são as próximas etapas do projeto? Quais seus objetivos? Como foi feito o treinamento do pessoal técnico habilitado? Chega de ver o software livre ser usado como propaganda política por governos que acenam para ele como estratégia de diminuição de custos pura e simplesmente. Isto para não lermos notícias como esta no Br-Linux: (http://br-linux.org/2010/prefeitura-de-maringa-migra-do-linux-para-o-windows/) se repetirem. Tais fatos apenas fazem corroborar na sociedade a ideia de que o software livre não é sério, quando sabemos que isto não é verdadeiro. Para terminar, quem puder leia o artigo do professor Ladislau Dowbor sobre a sociedade do conhecimento. Ela nos ajuda a entender melhor a importância da cultura e do conhecimento livre e o papel do software livre neste processo. Vai o link: http://dowbor.org/09propriedadeintelectual7out.doc” [referência: br.noticias.yahoo.com]


• Publicado por Augusto Campos em 2010-07-30

Comentários dos leitores

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    CWagner (usuário não registrado) em 30/07/2010 às 2:51 pm

    Conheço o Linux Educacional desde suas primeiras aparições e acho que a versão atual (3.0) satisfaz às necessidades dos projetos educacionais das escolas públicas do nosso país.

    Não sei como foi o processo de contratação, idealização e implementação do sistema, mas acho que novas versões deveriam ser feitas com mais cuidado e atenção por nós cidadãos, principalmente por parte de quem se diz interessado e preocupado com o uso de tecnologias na educação.

    Não acredito que seja necessário pagar uma empresa para desenvolver o sistema como é feito hoje, mas apenas um repositório, que pode ser configurado e mantido pelo portal do software público, já que todos os programas instalados no LE são GPL e o conteúdo disponibilizado junto com as máquinas são de domínio público.

    Os problemas de segurança podem ser preocupantes, principalmente se considerarmos onde essas máquinas são usadas, geralmente escolas públicas com acesso precário à Internet e pouquíssimas medidas de segurança, sem firewall, proxy ou outra medida de monitoramento. Isso para falar das máquinas que não são roubadas ou que são extraviadas.

    Em suma, a escola geralmente é vista como uma lan house e normalmente é tratadas dessa forma por alunos, professores, dirigentes das escolas e das secretarias que normalmente sequer sabem do que se tratam os programas que levaram e usam esses fardos para as escolas de suas cidades, “obrigando-os” a se preocuparem com “besteiras” como instalação elétrica e de rede, ar-condicionado, limpeza e conservação de máquinas, treinamento e alocação de professores e funcionários para atuarem nos laboratórios.

    Muita coisa tem que mudar para que os lieds possam ser usados da forma correta (e qual seria essa forma?), mas pelo menos eles estão chegando às escolas e forçando a melhoria ou até mesmo existência de serviços de telefonia e telecomunicações em lugares dessa país onde há muito tempo sequer havia energia elétrica.

    Marco Diego Aurélio Mesquita (usuário não registrado) em 30/07/2010 às 2:55 pm

    “com tantas distrôs e versões mais modernas com visual, aplicativos, ambientes gráficos mais interessantes, porque ainda estamos na idade da pedra?”

    Acho que a resposta é simples: essas distribuições são criadas com o único intuito de permitir ao usuário colocar software não-licenciado.

    Com exceção da conectiva, não vejo um trabalho decente em distribuições nacionais há anos.

    Leandro (usuário não registrado) em 30/07/2010 às 3:29 pm

    Tive a oportunidade de participar de um curso do MEC em março, com a presença de algumas das pessoas participam do desenvolvimento do LE.

    ELES NÃO OBRIGAM A USAR LE! Pode usar o que quiser. Se a equipe da tua escola tem condições pode trocar tudo pela distro que quiser. Então, fica a cargo de cada escola decidir. No caso do autor do texto, pode migrar para Fedora 13, ou a distro que preferir. Até mesmo Windows pode ser usado, desde que seja legalizado com a devida licença.

    Em primeiro lugar, o argumento principal deles é de que o LE 3.0 é pensado para ser usado em máquinas com no mínimo 256 MB de RAM, o que é o mínimo dos laboratórios do PROINFO. Lembrem-se que laboratórios escolares não são trocados todo ano, devem durar no mínimo 3 anos.

    Também há a questão de facilidade de instalação e simplicidade de operação, o que é um fato no LE.

    O LE é baseado no kubuntu 8.4 ou 8.10, não lembro. Se não estou enganado é uma versão LTS, tal qual o 10.04. Então, não há nada de estranho em manter uma distro em uso por 2 anos se ela é LTS. Pelo contrário, quem usa LTS procura isso mesmo.

    Atualizar para algo mais “moderno” pode nem sempre ser algo tão simples. Primeiro, usar uma distro nova ia exigir máquinas mais novas, o que nem sempre é o que se tem. Em segundo lugar, há toda a questão de treinamento. Teria de treinar de novo todos os usuários, responsáveis por laboratórios, que nem sempre são experts. Imagine mudar do KDE 3.5 para o 4, seria uma mudança e tanto. Eu mesmo, me nego a usar o KDE 4. Melhor usar Gnome então.

    Olha, não acho que seja tão ruim assim as situação do LE, poderia ser bem pior.

    Mas, melhor seria usar um Ubuntu padrão, com adição de pacotes educacionais. Essa seria a melhor solução na minha opinião.

    Ricardo K. (usuário não registrado) em 30/07/2010 às 5:50 pm

    @Leandro, pelo que vi uma vez, posso estar enganado, parece que é baseado em uma anterior a 8.04, se nao me engano a 7.04.

    Francisco (usuário não registrado) em 30/07/2010 às 7:10 pm

    O Linux Educacional é mantido por uma empresa privada e como todos devem ter percebido, é muito mal cuidado. O MEC está passando o Linux Educacional para os cuidados do C3SL da Universidade Federal do Paraná, que possui muita experiência com o Paraná Digital, multiterminais e Linux. Esse ano haverão boas mudanças neles. E escolha pela interface KDE é uma exigência do MEC.

    anderson (usuário não registrado) em 30/07/2010 às 7:45 pm

    Acho uma grande besteira criar distribuições novas em vez de meramente criar remasterizações e/ou repositórios extras com os pacotes de programas que se queira adicionar ou modificar.

    Salinas (usuário não registrado) em 30/07/2010 às 10:10 pm

    Vejam o comentário de numero 14 do link abaixo:

    http://www.vivaolinux.com.br/artigo/Falha-de-planejamento-no-uso-de-softwares-livres-nas-escolas-publicas

    Diogo (usuário não registrado) em 30/07/2010 às 10:41 pm

    Ano passado fui chamado pra remover o Linux Educacional em uma escola, mas convenci o diretor a apenas trocar de distro, eles estão usando o Mandriva 2009.1 por lá e tudo está bem. Devo dar um pulinho nessa escola apenas pra atualizar pro 2010.1.

    Tarcísio (usuário não registrado) em 31/07/2010 às 1:10 pm

    O problema é que querem que a inclusão digital resolva todos os problemas de educação do país, não há um trabalho sério direcionado ao foco principal: a educação básica ou fundamental.

    De que adianta um sistema operacional, seja qual for, com diversas ferramentas educacionais, se não há uma política educacional séria e bem implementada. Muitos alunos não sabem nem ler, e quando sabem não têm o discernimento necessário interpretar o que estão lendo, são verdadeiros analfabetos funcionais. Essa é a realidade da maioria dos brasileiros, nossa realidade, infelizmente.

    Em muitas escolas, é claro que há exceções, os laboratórios de informática são utilizados na maioria das vezes para acessar o Orkut e ferramentas similares, mesmo porque os professores não estão preparados para utilizar as ferramentas que lhes foram disponibilizadas (se é que foram). Não estou falando apenas do SO da máquina, mas das ferramentas (softwares) educacionais, essas sim de maior relevância para o ensino.

    Voltando ao lado técnico da questão, já tive contado com o Linux Educacional e não o acho tão ruim assim como disseram, mas implementar um laboratório de informática educacional não se resume ao SO, é necessário ter também boas ferramentas educacionais (fundamental), uma infraestrutura adequada, a maioria da escolas tem instalações físicas extremamente precárias (pelo menos aqui no Ceará de onde escrevo), uma política de segurança/controle adequada à utilização do laboratório, servidor(es) para controlar essa política, um bom link de acesso à Internet, pessoal treinado/qualificado na utilização/suporte das “ferramentas pedagógicas” que serão utilizadas, não apenas do SO, etc. Além disso, um projeto pedagógico bem feito e uma meta a ser atingida.

    Simplesmente “jogar” diversos computadores (com o Linux ou qualquer outro SO), vários alunos e professores despreparados/desorientados no “laboratório de informática” das escolas não irá resolver nossos sérios problemas de educação. O que temos hoje as escolas são verdadeiras LAN Houses à disposição dos alunos.

    Trabalho sério e focado, é disso que precisamos. Simplesmente criar uma distribuição Linux para poder afirmar que o Governo está utilizando Softwares Livres nas escolas não resolve absolutamente nada, pelo contrário, da maneira como está sendo feito, acredito que trará conseqüências negativas, como a aversão dos usuários ao Linux.

    Werner (usuário não registrado) em 31/07/2010 às 2:53 pm

    Tenho 18 anos de experiencia em informática e trabalho tanto com windows como no linux, e quando resolvi voltar a terra natal, peguei um destes laboratório para cuidar.
    Quando veio o LE 3.0 nos laboratórios, fiquei bem entusiasmando, pois gosto de trabalhar com linux, mas como especialista na área e gosto de boas práticas de segurança, notei que o LE era dificil de atualizar o firefox, o BrOffice, etc, isto porque o mesmo é baseando no Ubuntu 8.04 que apesar de ser LTS, não vinha com novas atualizações, apenas correções.
    Para contornar estes problemas, dei um do-release-upgrade no mesmo e uala , estou com ubuntu 10.04 com firefox e broffice atualizados, apesar de ter que mudar de kde para gnome devido as limitações do hardware, instalei novamente toda a parte educacional, e pronto, tenho um SO atualizado, bom de utilizar, com navegador e editores equivalentes ao do windows.

    De inicio os alunos estranharam, mas logo se acostumaram e utilizam bem o mesmo :D .

    Como o pessoal do Mec falaram ao Leandro, você não é obrigado a utilizar o LE, desde que você tenha capacidade, vontade e não use software pirata.

    Obs: gosto do fedora, e prefiro o fedora, mas devido a compatibilidade dos repositorios do mec, optei em continuar a usar o Ubuntu, que é a distribuição base do LE.

    Juliano Ramos (usuário não registrado) em 31/07/2010 às 9:09 pm

    A maioria dos computadores das escolas públicas possuem pouca memória RAM e processador antigo, sendo assim o LE é uma ótima opção. Se trocado pelo sistema da Microsoft será usado o Windows XP, este sim é moderno não é? :-)
    Não vejo problema algum com o LE eu mesmo o utilizo em meu Notebook que possui 512MB de RAM e está voando com ele. Claro que podemos atualizar alguns pacotes como o firefox e o Br-Office.
    Para aplicações office (planilhas, editores de texto, apresentação de slides) e programas educacionais e juvenis como o Gcompris, tanto faz se a interface é o KDE 3.5.9 ou o KDE 4.4.

    Antonio (usuário não registrado) em 31/07/2010 às 9:56 pm

    “The aim of this DVD is to provide complete education and development resources for parents, students, teachers as well as IT admins running labs at educational institutes,”

    http://en.opensuse.org/openSUSE:Education-Li-f-e

    Wilfredo (usuário não registrado) em 1/08/2010 às 7:31 pm

    Bom mesmo seria aproveitar uma distro já existente, como BigLinux ou DreamLinux, e adaptá-la com os programas necessários. Assim a sinergia entre o grupo mantenedor original e aquele com uma demanda específica diminui a replicação de esforços. Outra possibilidade é firmar um acordo comercial de desenvolvimento com uma empresa como Insigne, Fenix System ou mesmo a portuguesa Caixa Mágica (versão 15 lançada hoje). Melhor do que criar uma nova distro com o risco de não ser mantida após alguns anos.

    Pablo (usuário não registrado) em 2/08/2010 às 1:44 am

    Exatamente Sergio, sou professor de geografia numa escola pública e sinceramente não entendo por que não usam o edubuntu, ou até mesmo o ubuntu, distribuição que já está mais do que aprovada. Confirmo tudo o que você disse a respeito do Linux Educacional (conheço o 2.0). Fiquei surpreso com as várias falhas que já ocorreram (mesmo que agora os computadores estajam mais protegidos e estáveis em comparação com o XP que havia antes) e “perda” de configuração.

    Pedro Seno em 2/08/2010 às 6:23 pm

    Sérgio, você tem toda razão neste caso!

    Eu trabalho há algum tempo com Linux e atualmente sou um dos gestores dos Telecentros da cidade onde trabalho. Como a verba para a implantação das unidade vem do governo federal, é necessária a utilização de softwares livres. E o LE é a opção preferencial no que diz respeito ao sistema operacional, pois já contempla uma série de aplicações de caráter pedagógico que são muito interessante dentro do contexto e da proposta dos Telecentros. Nós fizemos uma customização do LE 3.0 e tivemos que fazer a atualização do Firefox e do OpenOffice através de pacotes .deb, alterando o caminho das aplicações no menu de inicialização dos usuários. Realmente sinto falta de um comprometimento maior no desenvolvimento do LE e acredito que temos que nos movimentar para que o processo aconteça.

    Me coloco a disposição para ajudar no que for necessário caso haja alguma idéia. E caso eu pense em alguma solução, entrarei em contato.

    Grande abraço a todos!

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