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Tradução do Linux Advocacy mini-HOWTO (e apresentando o novo filtro contra comentários ofensivos)

Em meados de 2000, publiquei uma tradução parcial (e autorizada) do Linux Advocacy Mini-HOWTO, documento que dá boas dicas sobre como defender o Linux de forma efetiva.

Nossa comunidade cresce rapidamente, e constantemente agrega novos membros que acreditam que tomar uma posição pró-Software Livre significa zombar dos outros participantes do mercado, justificar escolhas baseando-se apenas na ideologia, copiar o trabalho alheio sem mencionar a origem, e tomar atitudes ferrenhas e dogmáticas levando a brigas paroquiais (no estilo vi X Emacs, MySQL X PostgreSQL e tantas outras). Este tipo de atitude é inevitável, e muitos membros da comunidade evoluem rapidamente, embora existam os que persistam em comportamentos tacanhos, como escrever errado de propósito o nome de outros participantes e produtos, ou fazer comparações ofensivas com portadores de deficiências mentais e seguidores de determinadas religiões.

Por esta razão, resolvi publicar novamente, sem edição, a minha tradução parcial. Veja abaixo, comente, sugira novos itens, e reproduza este texto onde desejar. Todos temos a ganhar! Note que não se trata de normas ou regras, mas sim de sugestões sobre como agir de forma positiva e contribuir para a imagem do movimento pró-Software Livre.

Em paralelo, vou tentar usar os recursos anti-spam do WordPress para evitar o uso, nos comentários do BR-Linux, do vocabulário ofensivo mencionado acima. O fato de ser cada vez mais comum ver menções a determinadas religiões como se fossem sinônimo de extremismo, ou de expressões relacionadas a retardamento mental para caracterizar quem defende determinadas tecnologias, ou de escrever ofensivamente errado (com cifrões ou alterando as letras para dar outro sentido) os nomes de empresas, produtos e desenvolvedores não é razão para que este comportamento seja estimulado por aqui.

Portanto, se um comentário seu for bloqueado pelo filtro de spam, fica o aviso: revise para ver se você não usou alguma destas expressões, e se foi o caso, insira-o novamente sem repetir o erro – ou leve-o onde este tipo de comportamento for bem-vindo, caso o uso deste tipo de expressão seja essencial para que você possa aproveitar a experiência… Em paralelo, vou buscar manter o filtro atualizado para ir agregando as formas alternativas de escrever estas mesmas expressões.

Isso não quer dizer que você não possa criticar por aqui todas as empresas, produtos e entidades cujo nome vem sendo escrito errado. Mas faça-o com argumentos, e não com ofensas desse tipo.

E veja abaixo a íntegra da minha tradução de 2000 do Linux Advocacy Mini-HOWTO.

Linux Advocacy mini-HOWTO
Traduzido por Augusto C. Campos a partir do Linux Advocacy Mini-HOWTO, de Paul L. Rogers

Apresentação

A defesa do Linux é interesse de grande parte dos usuários, e se dá através de participação ativa em fóruns, chats e listas de discussão, propaganda boca-a-boca, consultoria formal e informal, palestras, seminários e de muitas outras formas.

Entretanto, como qualquer outro tema controverso, a escolha de um sistema operacional pode dar margem a muitas discussões, e existem maneiras corretas e incorretas de lidar com elas. Muitos usuários apaixonados pelo sistema acabam causando mais dano do que bem à sua imagem quando atribuem a eles qualidades que ele não possui, ou quando esquecem a realidade e discutem baseado apenas na ideologia.

O que segue é uma tradução parcial e comentada do Linux Advocacy Mini-HOWTO, integrante da base de documentos do Linux Documentation Project e de autoria de Paul L. Rogers. Esta tradução será realizada nos termos da nota de copyright que consta na versão 0.5c do documento, datada de 3 de maio de 2000. O objetivo é a publicação no site que mantenho (BR-Linux.org), e a redistribuição e republicação é encorajada, idealmente mantendo a íntegra desta apresentação e necessariamente atendendo às notas de copyright do documento original.

3. Introdução

A comunidade Linux sabe há algum tempo que para diversas aplicações o Linux é um produto estável, confiável e robusto (embora não seja perfeito). Infelizmente ainda há muita gente, incluindo tomadores de decisões, que continua inconsciente da existência do Linux e de suas capacidades.

Para que o Linux e os demais componentes de suas distribuições possam atingir seu pleno potencial, é crítico que encontremos nossos “consumidores” potenciais e façamos a defesa (tomando o cuidado de não prometer mais do que devemos) do uso do Linux nas aplicações apropriadas. A razão do sucesso dos produtos de várias companhias nem sempre reside em sua superioridade técnica, mas também em sua capacidade de marketing.

Se você gosta de usar o Linux e gostaria de contribuir algo para a comunidade, considere atuar em uma ou mais das idéias deste mini-HOWTO e ajude outras pessoas a saber mais sobre o Linux.

Defendendo o Linux

Compartilhe suas experiências pessoais (boas e más) com o Linux. Todos sabem que os softwares possuem falhas e limitações, e se só tivermos comentários positivos, não estaremos sendo honestos. Eu [o autor original!] adoro mencionar sobre ter dado apenas 4 reboots (3 agendados) em três anos.

Se alguém tiver um problema que o Linux possa resolver, ofereça-se para fornecer indicação para as informações apropriadas (páginas da web, artigos de revistas, livros, consultores…). Se você não tiver de fato utilizado a solução que irá propor, mencione este fato.

Ofereça-se para ajudar alguém a começar a usar o Linux. Acompanhe-o, para ter certeza de que ele está em condições de usar o sistema efetivamente.

Algumas pessoas ainda acreditam que o Linux e sistemas similares operam apenas em modo texto. Assegure-se de que eles estejam cientes da existência de aplicações gráficas, como o Gimp (www.gimp.org)

Tente responder a uma pergunta de novatos a cada semana. Procure as questões mais difíceis, você pode ser o único capaz de respondê-las, e pode até acabar aprendendo alguma coisa no processo. Mas se você não está confiante na sua capacidade de responder corretamente, encontre alguém que possa.

Procure pequenas empresas de desenvolvimento de software e ofereça-se para fazer uma apresentação sobre o Linux.

Se surgir uma oportunidade, faça uma apresentação para o Setor de Informática da empresa onde você trabalha.

Participe de eventos da área de informática na sua comunidade ou região. Embora sua primeira prioridade deva ser contribuir para o sucesso do evento, use a oportunidade para que outras pessoas saibam o que o Linux pode fazer por elas.

Sempre considere o ponto de vista da pessoa a quem você está “vendendo” o Linux. Suporte, confiabilidade, interoperabilidade e custo são alguns dos fatores que um tomador de decisões precisa considerar – e o custo pode ser o menos importante deles.

A disponibilidade de suporte é muitas vezes mencionada como uma preocupação ao considerar a possibilidade de adoção de uma solução Linux. Mas várias empresas (inclusive no Brasil) podem ser contratadas para oferecer suporte, inclusive na modalidade 24/7 desejada por muitas empresas. E há também o suporte livre oferecido pela própria comunidade através da Internet.

Esclareça que a produção de software livre acontece em um ambiente de colaboração entre projetistas, analistas, programadores, testadores, escritores e usuários, que frequentemente resulta em produtos robustos e bem documentados como o Apache, GNU Emacs e o kernel do Linux.

Levante-se para que possam contá-lo! Registre-se no counter.li.org

Encontre um novo lar para seus CDs e livros de Linux que você não irá mais usar. Dê-os para alguém interessado em Linux, uma biblioteca pública, ou o clube de informática de uma escola. Mas antes certifique-se de que isto não irá violar a licença de distribuição de nenhum dos materiais doados, e informe ao pessoal da Biblioteca que o material do CD-ROM é livremente redistribuível. Acompanhe para se certificar de que ele seja realmente colocado nas prateleiras.

Quando comprar livros sobre software distribuído com o Linux, dê preferência a livros cujo autor é também o responsável pelo software – frequentemente os royalties da venda dos livros são a única renda que os autores recebem pelo seu trabalho.

Participe! Se você se beneficiou de um software livre, considere auxiliar a comunidade:
- submeta relatos detalhados sobre bugs
- escreva alguma documentação
- crie arte relacionada
- compartilhe seu talento administrativo
- sugira melhoramentos
- forneça suporte técnico
- contribua software
- doe equipamentos
- forneça apoio financeiro

Finalmente, tenha em mente que todos nós temos problemas mais sérios que a escolha de um ambiente operacional.

Códigos de conduta

Como um representante da comunidade Linux, participe de listas de discussão e fóruns de maneira profissional. Evite o uso de palavrões e o uso de linguagem vulgar. Suas palavras vão melhorar ou piorar a imagem que o leitor tem sobre a comunidade Linux.

Evite as hipérboles e afirmações sem substância a qualquer custo. É antiprofissional e resulta em discussões improfícuas.

Uma resposta bem argumentada a uma mensagem de lista ou fórum irá não apenas fornecer a informação da qual os seus leitores necessitam, como ainda irá aumentar o nível de respeito que eles têm por seu conhecimento e capacidade.

Se oferecerem isca para uma discussão desnecessária (flame war), não morda o anzol.

Lembre-se de que se você insultar ou for desrespeitoso com alguém, suas experiências negativas podem vir a ser compartilhadas com muitos outros. Se você ofender alguém, tente acertar-se assim que possível.

Concentre-se no que o Linux tem para oferecer. Não há necessidade de falar mal da concorrência. O linux é um produto sólido o suficiente para brilhar por seus próprios méritos.

Respeite o uso de outros sistemas operacionais. Apesar de o Linux ser uma excelente plataforma, ele não atende às necessidades de todo mundo.

Refira-se a outros produtos pelo seu nome próprio. Não há nada a ganhar ao tentar ridicularizar os produtos de outras empresas através de grafias criativas de seus nomes. Se queremos respeito para o Linux, devemos também respeitar os outros produtos.

Dê crédito a quem o merece. O Linux é o kernel. Sem os esforços de muitas pessoas envolvidas no projeto GNU, no MIT, Berkeley e outras numerosas demais para serem citadas aqui, o kernel do Linux não seria tão útil.

Não insista que o Linux é a única alternativa para uma determinada aplicação. Software livre também é liberdade de escolha.

Você encontrará casos onde o Linux não é uma alternativa. Seja o primeiro a reconhecer este fato, e ofereça outra solução.

Grupos de usuários

Participe de um grupo local de usuários. Se não houver nenhum grupo de usuários na sua área, inicie um.

Disponibilize palestrantes para organizações interessadas em saber mais sobre o Linux.

Emita comunicados sobre suas atividades para a imprensa local

Seja voluntário para configurar um sistema Linux para as organizações comunitárias locais. O processo deve incluir treinamento e documentação para permitir a manutenção.

Relações com fornecedores

Ao contemplar a aquisição de equipamentos, pergunte ao fornecedor sobre o suporte a Linux e experiência de outros usuários do produto com o Linux.

Considere apoiar vendedores que suportam produtos baseados no Linux

Apóie fornecedores que doam parte da sua receita para organizações como a Free Software Foundation ou seus equivalentes. Se possível, faça uma doação pessoal para uma destas organizações.


• Publicado por Augusto Campos em 2009-01-08

Comentários dos leitores

Os comentários são responsabilidade de seus autores, e não são analisados ou aprovados pelo BR-Linux. Leia os Termos de uso do BR-Linux.

    miranda (usuário não registrado) em 8/01/2009 às 1:39 pm

    “Portanto, se um comentário seu for bloqueado pelo filtro de spam, fica o aviso: revise para ver se você não usou alguma destas expressões, e se foi o caso, insira-o novamente sem repetir o erro – ou leve-o onde este tipo de comportamento for bem-vindo, caso o uso deste tipo de expressão seja essencial para que você possa aproveitar a experiência…”

    Isso serve para mim , já andei dando muitas bolas foras aqui no br-linux…. =(
    Ta certo Augusto, parabens!! É isso ai.

    self_liar (usuário não registrado) em 8/01/2009 às 4:45 pm

    É uma pena não poder chamar de MS cifrada.É mais uma questão de gosto pessoal e não para criar fortes influências nas pessoas.

    Espero que tente analisar aquelas pessoas que usar termos GNU/Linux R e lusers.Bem como o extensivo discurso marxista pejorativo.

    Juliano Ramos (usuário não registrado) em 8/01/2009 às 5:57 pm

    Muito bom o mini-howto, eu já passei por algumas das fases mencionadas. Acredito que o tempo e a experiência acabam nos mostrando algumas coisas.
    Costumava criticar uma grande empresa de software proprietário, até, acabar trabalhando para ela :-) E ao contrário do que imaginava, não virei um traidor do movimento opensource, continuo com meu blog sobre software livre, continuo usando linux, e divulgando-o.
    Infelizmente ainda não o utilizo para a maior parte da minha renda; mas quem sabe em breve, não aplico algumas soluções por aqui e mudo um pouco o pensamento da empresa.

    “Se não tivesse as criticas construtivas, nada seria construtivo”

    rá-tim-bum (usuário não registrado) em 8/01/2009 às 7:39 pm

    Uma vez eu tinha visto (mas não lido) este arquivo no diretório /usr/share/doc [?] e por isso não tinha conseguido fazer ligação entre Linux e “advocacia”…
    Esse texto poderia desmitificar muita coisa sobre software livre (em geral) e Linux, porque não contém aquelas definições que assustam o público acostumado a acompanhar textos “fáceis”.

    Pensei que a imagem do post fosse o Taz (desenho Tazmania). Mas este não pode ser considerado troll, visto que ninguém entende o que ele fala mesmo.

    Elias Amaral (usuário não registrado) em 16/01/2009 às 3:48 pm

    eu acho normal chamar a microsoft de eme cifrão.. não vejo nenhuma ofensa nisso.

    agora o stallman já foi longe. chamou o win32 de ‘lose 32′ numa lista do openbsd. foi zoado até a morte

Este post é antigo (2009-01-08) e foi arquivado. O envio de novos comentários a este post já expirou.