Universidade Paranaense migra servidor de e-mail MS Exchange para solução baseada em Linux

Marcelo R. Minholi (minholi@unipar.br) nos enviou um "Caso de Sucesso". Veja o comentário:
Escrevi este artigo descrevendo a experiência de migração do servidor de e-mail de nossa Universidade. Li ontém um artigo na ComputerWorld que causou certo alarde no fórum de Linux da u-br, por se tratar de um artigo que descreve a experiência da empresa com o Linux de forma negativa. Eu achei que seria apropriado que eu descrevesse de forma similar a experiência da UNIPAR.

Universidade Paranaense migra servidor de e-mail MS Exchange para solução baseada em Linux

A UNIPAR - Universidade Paranaense é uma das maiores instituições de ensino superior particulares do País, possuindo um quadro de 2.000 funcionários entre professores e funcionários administrativos, atendendo mais de 22.000 acadêmicos na região oeste do estado do Paraná e contando com um parque de maquinas instaladas de mais de 2.000 micro-computadores.

Com o crescimento do SPAM e da circulação de vírus nas caixas postas da Instituição, a Universidade decidiu migrar seu servidor de e-mails para uma solução que pudesse oferecer um controle mais efetivo sobre as mensagens indesejadas. Antes da migração, segundo Marcelo Minholi, responsável pela infra-estrutura de redes da Instituição, o servidor de e-mails da UNIPAR era baseado no MS Exchange 5.5 e fazia uso do McAffe NetShield (Total Virus Defense) para efetuar a varredura e bloqueio de vírus nas caixas postais, o que era insuficiente, pois o tráfego intenso de SPAMs e a necessidade de investimentos de grande monta para atualizar os softwares e o hardware do servidor tornavam inviável a utilização da solução por mais tempo.

O caminho escolhido pela Universidade para solucionar o problema foi montar um servidor baseado em softwares livres como o Postfix, Courier, Amavis, Clamav, SpamAssassin, MySQL e o Linux onde poderiam ser implementados os controles necessários sem a necessidade de aquisição de licenças, além da possibilidade de usar uma plataforma de hardware mais modesta do que a que encontrava-se dedicada ao funcionamento do servidor anterior.

De acordo com Minholi, dois dias após a mudança ter sido efetuada para as contas administrativas da Universidade, os resultados já começaram a aparecer, tendo eliminado completamente o recebimento de SPAMs e bloqueado cerca de 10.000 mensagens infectadas em sua grande maioria pelo Worm.SCO.A, também conhecido como Mydoom. "Outra grande vantagem em relação ao Exchange é a existência de corretor ortográfico, filtros de mensagens e interface mais fácil oferecidos pelo SquirrelMail, software que veio a substituir o antigo Webmail do MS Exchange", diz Marcelo.

Todo o trabalho de instalação do servidor e migração das contas foi feito pelo pessoal da própria Universidade, utilizando-se de material disponível na Internet como referência para a configuração dos softwares. Segundo Minholi, essa é apenas uma das muitas alterações que veêm sendo feitas na infra-estrutura da Universidade, que também já faz uso de terminais baseados no LTSP (Linux Terminal Server Project) e do sistema operacional Linux na grande maioria dos seus servidores e em parte considerável dos desktops de seus laboratórios por meio de "Dual Boot".

Além da utilização de softwares livres em sua infra-estrutura a Universidade Paranense está dando início oficialmente às atividades do projeto PROVIRT (Programa Virtual de Incubadoras Regionais de Tecnologia) que visa apoiar o desenvolvimento de softwares livres e sua disponibilização por meio do portal do projeto http://provirt.unipar.br.

"Foi primordial que planejassemos quais seriam os componentes utilizados para a montagem do servidor e definissemos detalhes da implantação e das rotinas administrativas a serem seguidas antes que o servidor entrasse em funcionamento. A única forma de garantir que uma solução funcione corretamente é dando o amparo técnico necessário durante todo o tempo em que ela estiver funcionando, independente de quais sejam seus componentes.", ressalta Marcelo ao observar importância dos planos de manutenção e do planejamento prévio como parte da solução.

Autor: Marcelo R. Minholi
Email: minholi@unipar.br