Notícia publicada por brain em setembro 10, 2004 09:04 PM
| TrackBack
Rodolfo L. Castanheira (rodox00@hotmail.com) enviou este link e acrescentou: "A ENEC - Executiva Nacional dos Estudantes de Computação - pretende fazer um curso completo de computação com a utilização apenas de softwares livres. E para tanto conta com a ajuda da comunidade de SL.'Não se quer que esse seja um projeto interno a nenhuma estrutura, e sim que seja um projeto da ENEC com a comunidade. Assim, a ENEC, em parceria com o Projeto Software Livre Brasil, convoca a comunidade do software livre para contribuir e ajudar a construir esse material.' Mais informacoes no link acima."
Acho errado um curso de computação só com software livre, assim como também acho errado o que acontece hoje na prática, onde a maioria dos cursos de computação são só com software proprietário.
Como disse um cara que não sei quem é: "Eu não tenho escolhas, por isso mesmo que sou livre."
Não podemos deixa-lo com uma única escolha... e sim com nenhuma ;), assim ele poderá fazer o que quiser.... wow...que filosófico.... =P
Comentário de Henrique Vicente (200.157.227.xxx) em setembro 11, 2004 12:32 PM
Hugo, nada haver..
por acaso só existe um software livre editor de textos, um só kernel, um só navegador? Nãnãninãnão!
E como o cara pode ser livre por não ter escolhas? Falou bonito mas falou besteira...
E ser livre com programas proprietários? Brincadeira...
Ser livre para escolher o que usar/defender? Tudo bem, mas a pessoa ter consciência e usar softwar proprietário quando poderia usar livre? Piada...
Olá. Meu nome é Paulo e atualmente sou Presidente da ENEC, a entidade que está organizando esse currículo.
Gostaria de deixar claro a nossa idéia:
Não queremos "criar" um curso de software livre (até porque não somos uma faculdade), mas sim disponibilizar para os professores e alunos dos atuais cursos de computação uma listagem de ferramentas em software livre.
Eu faço ciência da computação na UFPR. Aqui todo o sistema é Debian, usando apenas software livre (não existe Windows).
Todos os trabalhos que fazemos devem ser entregues para rodar em linux.
Quando programamos, usamos um editor de textos qualquer (emacs, vi) e compilamos usando GCC.
Sabemos que muitos cursos de computação utilizam ferramentas proprietárias e que a princípio não seria possível mudar para software livre ou mesmo usar linux.
Mas se tivermos altenativas, vamos reuni-las e mostrar para quem quiser mudar.
É perfeitamente possível - e, a meu ver, desejável - que cursos de Computação sejam conduzidos só com Software Livre.
Curso superior não é curso técnico. O que se ensina são conceitos: programação, orientação a objetos, engenharia de software, inteligência artificial...
Louvável essa atitude do Enec. Pode-se até trabalhar junto com a distribuição Pux - ou alguma outra do tipo - para que, além da listagem, seja fornecido o pacote pronto para uso. ;)
É um grande erro e, infelizmente uma tendência de muitos cursos superiores em informática, tentar cada vez mais reduzir cadeiras de formação como algoritmos e estruturas de dados, compiladores, sistemas operacionais, redes, bancos de dados, etc e aumentar a participação de cadeiras que na realidade são mini-cursos de aplicativos e sistemas comerciais. Faculdades são para ensinar conceitos e o aluno a pensar e aprender, senão em pouquíssimo tempo estarão defasados, especialmente em um ramo como informática.
É como se tivessem oferecendo um "pacotão" onde o aluno paga a faculdade, sai com um canudo na mão para dizer que tem curso superior e de quebra sai certificado em Delphi, Windows Server, Oracle, etc. Junte a isso a profusão de cursos de tecnólogos, que são pouco mais do que Escolas Técnicas, só que de terceiro grau.
Acho que os alunos de cursos superiores de informática devem sim complementar a formação com cursos extras e certificações de determinados produtos, mas isso não deve contaminar a formação básica deles. A Universidade pode e deveria oferecer esse tipo de cursos, mas nunca como parte do currículo formal dos cursos de informática.
Já tive alunos que não conseguiam entender que um compilador em linha pode gerar "programas gráficos". Achavam que os compiladores tinham que ser "visuais" (na terminologia deles) para isso... Outros eram capazes de fazer belas interfaces gráficas no delphi, mas incapazes de fazer um algoritmo de árvores binárias. É isso que queremos para que o Brasil possa ter um destaque mundial em informática ?
Parabenizo os cursos de computação que usam softwares livres. Quem aprende bancos de dados com um Postgresql aprende os conceitos básicos de bancos de dados relacionais e isso faz com que possa no futuro aprender Oracle, Sybase ou qualquer outro produto comercial.
Belas palavras ditas pela maioria de vocês!
As vezes vale a pena passar pelo brlinux e descobrir que nem tudo está perdido! Que ainda existem pessoas que estão conscientes da situação!
É assustador mesmo saber que um estudante de computação não tem idéia de que uma IDE quando "compila" um programa na verdade faz apenas uma chamada ao verdadeiro compilador!
Parabéns a todos (quase todos...) pelas opiniões inteligentes.
Layzen
Acho muito importante a idéia de criar um currículo livre, ainda mais pq essa poderá ser uma alternativa inteligente para os cursos de nossa área para o que vem sendo proposto pelo mercado e governo, que é a reforma universitária - mas especificamente a lei de incentivo tecnológico - junto com as PPPs. Acredito mais ainda pq vejo a possibilidade deste currículo estar direcionado aos interesses e necessidades de sociedade, fazendo com que as universidades cumpram com os seus deveres. Deveres esses que são: minimizar as desigualdades sociais e de acesso à informação por exemplo. Tomara que este currículo não se resuma a utilização de software livre, mas que seja um produto de um conceito e ideologia muito maior, o de transformar e melhorar nosso país. Para ser mais prático darei um exemplo, créditos de extensão relacionados a inclusão digital. As universidades não podem continuar mais com o objetivo de formar apenas técnicos-profissionais, devem também fazer com que seus graduandos/mestrandos/doutorandos entendam como funciona nosso país para que eles possam ser ativos e críticos nessas questões[1]. Para que essas coisas aconteçam a utilização de software livre parece inevitável, pois retira o caráter mercantilista da educação e garante o direito de acesso ao código fonte possibilitanto assim uma maior, infinitamente maior, democratização do conhecimento.
[1] - não adianta formarmos Os Caras que sacam de oracle, db2... mas que não entendem pq vão produzir somente pra elite... é preciso que a formação seja universal para que os formados saibam de questões como esta e ajudem a mudar a realidade durante a vida acadêmica e se possível pós-academica.
Comentários desativados: Esta discussão é antiga e foi arquivada, não é mais possível enviar comentários adicionais.