Notícia publicada por brain em junho 28, 2004 11:17 PM
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Recebi de Gustavo Mazzariol o link para um extenso artigo online da ComputerWorld sobre software livre no governo, tratando de temas complexos como o FUST e a possibilidade de preferência pelo software livre na legislação, em editais ou em contratações. São apresentados os pontos de vista de representantes do executivo e do judiciário, e a posição de representantes de empresas de software proprietário. Leitura mais do que recomendada.
Trecho: "Foi mais um recado claro do governo federal para mostrar, na prática, as intenções de sua política pró-software livre, muitas vezes menosprezada e vista apenas como discurso meramente ideológico, com ausência de embasamento técnico ou puro fanatismo de carteirinha. Que o assunto ainda inflama corações e mentes, não há dúvida. Mas a verdade é que a estratégia federal, ainda que com sua dose de lirismo, já vem acompanhada dos fatos. Atualmente, doze agências do governo testam algum tipo de software de código aberto, assim como a Câmara do Senado Federal. Seis ministérios (Defesa, Cultura, Ciência e Tecnologia, Minas e Energia, Relações Exteriores e Educação) também estão em processo de testes, e outros analisam seus ambientes para partir para o software livre. Para acelerar o processo, Brasília ainda oferece incentivos aos governos estaduais e às prefeituras que aderirem à estratégia."
Alguém conseguer ler a matéria sem que o carecão da MICROSOFT não apareça! Que saco viu! Depois que a IDG foi para o Uol, a página ficou lenta e "careca"..... Não sou troll e nem me deêm corda!
Lendo o artigo me salta aos olhos que o governo está realmente impulsionando todo o país, e que a M$ anda esperneando como sempre, observem o trecho:
"Na ponta do lápis, este alinhamento significa que a CEF saltará dos tímidos R$ 62 mil investidos em software livre em 2003, para R$ 10 milhões neste ano, enquanto o software proprietário pulará de R$ 82 milhões para R$ 130 milhões no mesmo período."
é evidente que o tal do TCO proprietário é muito maior.
A lei de licitações e contratos amarra que não se pode optar por "marca" numa licitação, e há a licitação tipo "menor custo" e a "melhor técnica". A grande maioria é tipo menor custo.
Outra coisa importante: os projetos educacionais baseados em Software livre como os telecentros de SP, na matéria tem um trecho legal:
"A idéia do serviço é oferecer a possibilidade de o próprio cidadão criar conteúdo para participar da sociedade da informação. O software de fonte aberta permite o desenvolvimento de conteúdo sem ter de pagar licença. Em Belo Horizonte já temos uma experiência com 1,6 mil alunos que usam 25 terminais. Cada aluno cria uma página web e pode mantê-la. Como fazer isso se fosse preciso licença para todos os usuários? Portanto, pretendemos utilizar software livre no SCD, mas a questão ainda não foi fechada, estamos discutindo o assunto. "
Por hora estamos ganhando a briga, o negócio é divulgar, fazer projetos pé no chão e colaborar sempre com a educação de nossas crianças.
A técnica de thin clients é perfeita para isto.
Imaginem só uma geração que começa a se alfabetizar digitalmente com Software livre, que bons frutos o Brasil colherá no futuro?
Quanto à lei de licitações e contratos:
Pode-se especificar parâmetros de funcionamento, mas não se pode definir marca ou modelo. Assim, eu posso definir que o que eu quero licitar tem q ser de padrão aberto, de livre distribuição, etc. Não preciso dizer Linux ou Free BSD.
Assim o argumento da M$ quanto à inconstitucionalidade não cola.
Engraçado como a M$ vem dizer sobre constituição aqui....Eles não respeitaram nem a deles (vide Leis anti-truste americanas - A M$ violou quase todas)....
Bem votei no Lula e não me arrependo , pois pode não esta fazendo nem um terço que prometeu mais na área de info é nota 10 , mais uma coisa que foi mensionada e é muito importante é ter pé no chão pois migração não coisa de um mês ainda mais quando falamos de governo.
Um lixo a matéria !!! ...
confunde (será que propositalmente) software liver com código aberto.
Sem explicitar o que significa cada coisa, a informação não vale nada !! :-(
(chegamos inclusive a um sofisma M$ que se propõe a "abrir o código" quando na verdade a opção do governo é pelo SL)
Concordo com o Flavio Moreira.
Como sempre, a mídia dita 'especializada' usa a tática de martelar o cravo e a ferradura, criando confusão e jogando areia.
Por isso prefiro que se divulgue o SL em canais mais populares, como foi o caso do programa 'Vitrine", na TV Cultura de SP, que ficou comparando nada, apenas esclareceu sobre o tema.
A revolução do SL veio para mudar as coisas, que estavam fáceis para a M$, dando-lhes muitos dólares a troco de banana podre e mantendo a concentração de renda.
Desde quando abrir o código significa mostrar só para alguns, que assinam contrato com cláusulas draconianas e ameças de multas e prisões?
Papo fiado. Desde que na licitação não se dê preferência a uma determinada marca ou empresa não há nada demais. Assim, não poderia ser pedido SuSE Linux ou Red Hat Linux especificamente (a não ser com uma justificativa como o suporte a um Oracle p.ex.), mas um linux (nome genérico, que não amarra a nenhum fornecedor).
Ter o código aberto e modificável pode sim ser exigência em licitações, assim como ao comprar uma picape para fiscalização a licitação pode pedir uma "picape" (e não uma S10 ou Mitsubishi L20). Não caberia ninguém protestar porque um Ford Ka foi excluído da licitação, não ? Por que ? Simplemente porque não atende as exigências (ter caçamba, tração 4x4, etc).
Pô Manoel, o que você tem contra o Ford Ka? :)
(não me alimentem)
Alguém assistiu o Jornal da Cultura de ontem (29/06/2004)?
Nunca ouvi alguém dizer tantas asneiras em tão pouco tempo a respeito do Linux!
Dentre outras pérolas, o Luis Nassif falou:
"cuidado, pra não ficar preso a um fornecedor, pois a pessoa que instala o Linux, só ela sabe mexer, etc"...
"Software Livre não pode ser usado pra tudo, etc"...
"A Microsoft ainda é imprescindível em algumas áreas, etc"...
Isse e outras baboseiras, acho que no mínimo, falta conhecimento do que é Software Livre ao Sr. Luis Nassif.
Não assisti, mas eu costumo dar conselhos bem parecidos com os dois primeiros que você mencionou. O contexto em que se fala isso é importante, mas fora a terceira afirmação mencionada (a que diz que a MS é imprescindível), as outras duas merecem ser consideradas seriamente, ainda que de forma oblíqua:
1 - "não ficar preso a um fornecedor": ao optar pelo software livre, não ficar preso a um fornecedor picareta. Formar conhecimento interno, ou contratar já pensando em uma boa estratégia para garantir a continuidade ou a facilidade de migração para outro fornecedor de serviços. Senão corre-se o risco do típico caso do cara que instala um servidor para você, cobra baratinho e depois some sem prestar serviços adicionais (atualização, etc.) e deixando uma configuração "personalística" que qualquer profissional contratado para dar manutenção vai preferir reinstalar do que manter. O mesmo vale para a configuração de serviços, a implantação de sistemas, e até o desenvolvimento de sistemas abertos: ter o código fonte disponível é muito importante, mas por si só não garante a tranquilidade da independência de fornecedor.
2 - embora o conceito filosófico e político do software livre possa mesmo ter limites bem amplos (ou "servir para tudo"), atualmente as aplicações já desenvolvidas em software livre ainda não cobrem todas as áreas possíveis. É bom estudar a disponibilidade de soluções antes de migrar - estamos com um portfolio cada vez maior, e muitas áreas já podem receber os interessados sem grande preocupação com a viabilidade, mas ainda há nichos importantes em que não se dispõe de software livre com a mesma qualidade dos equivalentes proprietários. Nestes casos, pode ser melhor aguardar um pouco mais, ou procurar apoio especializado para planejar a migração.
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