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The Economist analisa oportunidades para o Linux no desktop

Notícia publicada por brain em abril 16, 2004 10:40 AM | TrackBack


O prestigiado The Economist publicou um artigo sobre as perspectivas do Linux no desktop. O LWN destacou um trecho que reproduzo: "'Mais especificamente, duas janelas, por assim dizer, de oportunidade parecem estar se abrindo. Uma é que a nova versão do Windows, denominada Longhorn, foi postergada no mínimo para 2006, parcialmente pela percepção da Microsoft de que ela precisa melhorar um pouco mais a segurança... Se o Linux puder estabelecer uma boa reputação durante este período, ele pode parecer ainda mais atrativo quando o Longhorn, que vai ser caro e provavelmente vai requerer novo hardware, for lançado'".

 

Comentários dos leitores
(Termos de Uso)

» depassagem () em 16/04 11:46

Eu posso me arriscar a ser visionário?

O Linux hoje é como o TCP/IP, o http e a Internet, de modo geral, eram no início dos anos 90. À época, a norma ainda eram os sistemas on-line proprietários (AOL, CompuServe, BBS). Estes foram atropelados pelos padrões abertos (o mesmo já tinha acontecido com o PC x PS/2).

Atualmente, o GSM está cada vez mais forte, brigando palmo a palmo com o CDMA.

Então, numa perspectiva de longo prazo, já que o monopólio da MS é muito forte e financeiramente muito bem lastreado, eu gostaria de tecer alguns comentários.

Acredito piamente que daqui a 30 anos nós certamente teremos o Linux como Sistema Operacional dominante, seja lá qual for o tipo de computador que estiver em uso (sinceramente, acredito que o padrão PC é mutante o suficiente para adaptar-se e continuar em vigor por tanto tempo).

A empresa Microsoft, tal como ela é hoje, não sei se ainda existirá. Talvez, numa visão otimista, passe por uma reinvenção, como ocorreu com a IBM nos últimos 30 anos.

Eu traço alguns paralelos com a minha vida: em 1990 eu usava PC e pouquíssimas pessoas tinham interesse nessas máquinas. Computador era coisa de "nerd" e ponto. Quem afirmava que em breve teríamos a atual disseminação dos PCs era visto como quase um louco. O mesmo ocorreu com o início da Internet. Curioso como as pessoas não viam que um (o PC) daria força ao outro (a Internet).

Em 1995 comecei a usar o Linux na faculdade e em 1996 fiz minha primeira instalação no computador de casa (o Slackware 3.0). Mais uma vez aquilo era visto como uma coisa de maluco.

De 1998 até o ano passado fiquei quase completamente afastado da área de informática devido aos rumos que a minha vida tomou.

Agora, quando retornei, fiquei estupefato com a evolução do Linux (enquanto o windows permaneceu quase o mesmo). E com a imensa quantidade de pessoas que já o utiliza. Acho que já conheço tanta gente usando Linux hoje como conhecia usuários de PCs lá por 1994/95. E só vejo o negócio crescendo ainda mais. O Knoppix foi a invenção da roda para o mercado Desktop/usuário final. E o Kurumin a reinvenção dessa roda para o contexto brasileiro. O kurumin atacou o principal defeito de 10 em 10 distribuições: documentação, documentação e documentação. Isso gerou uma espiral positiva: suporte informal (aquele vizinho, amigo, colega de trabalho, que sabe resolver as broncas).

Sinceramente, quando Linus dizia em mediados dos anos 90 que o objetivo do Linux era "dominar o mundo" todos ficávamos com uma sensação misto de ironia e esperança em um futuro melhor. Hoje vejo essa afirmação como uma hipótese concreta.

2004, 2005, 2006 não serão "O Ano do Linux". Porque ele não é um movimento de cima para baixo, mas de baixo para cima ("grass root", como dizem os americanos). Um belo dia (pode levar 10, 15 anos, não importa, quando a gente envelhece percebe que isso é pouco tempo) você acordará e verá que praticamente todo mundo usa Linux.


» Eduardo Nogueira () em 16/04 14:35

Belo comentário! Realmente o kurumin é muito bacana, fácil e bem documentado, além do pessoal estar de prontidão lá nos fóruns. Eu vejo também que só agora a comunidade percebeu a importância da documentação e da verdadeira cultura plug n play (ao contrário do plug and pray...). menu facilitado, identificação do hardware e principalmente: suporte a computadores modestos.

e vou te falar... essa grama tá que cresce. =) a terra é fértil!!


» Paulo Zambon () em 16/04 16:02

Segundo palavras do tio Gates o Longhorn vai demorar, depois de lançado oficialmente, mais dois anos para "emplacar". Quer dizer, teremos ainda mais dois anos além da espera do seu lançamento para melhorar/apefeiçoar o Linux.


» Patola (Cláudio Sampaio) () em 16/04 16:34

O articulista é desinformado e embora comece bem o artigo, depois ele faz pouco do software livre e fala fatos totalmente errados. Olhem:

"On the other hand, despite improvements Linux faces real obstacles. It can still be a nightmare for home users to install and, unless bought as part of a commercial package such as Sun's, it does not come with a help-desk. Worse, there are still too few applications. Fewer than 1% of all computer games, for instance, work on Linux. Software to manage personal finances or organise digital photos is also missing. In theory these programs could all be written but, without a huge increase in users, code-writers will not bother."

Minha tradução livre:
"Por outro lado, apesar das melhorias o Linux tem obstáculos reais. Ele ainda pode ser um pesadelo para os usuários finais instalaram e a não ser que comprado como um pacote comercial como o da Sun, ele não tem suporte. Pior, ainda há muito poucas aplicações: menos do que 1% de todos os jogos rodam no Linux. Software para gerenciar finanças pessoais ou organizar fotos digitais também faltam. Em teoria estes programas poderiam ser escritos mas sem um aumento de usuários, os escritores de código não irão se importar."

FUD da pior espécie. =( Pesadelo pra instalar? Dependendo da distribuição isso não é problema e "usuários finais" não instalam Windows também, a dificuldade é a mesma. Agora, o pior mesmo foi dizer que não tem software pra finanças pessoais (gnucash, kmymoney) ou ainda software de gerenciamento de fotos digitais (digikam e MUITOS, MUITOS outros)..


» bebeto_maya () em 17/04 02:01

Não acho que o Longhorn demore ''mais dois anos para emplacar'' simplesmente pelo fato da M$ estar arquitetando estratégias empresáriais excusas junto com os fabricantes de hardware para garantir uma compatibilidade total com os produtos produzidos no mercado em termos de hardware. Logo que ele for lançado vai ser um boom em cima do público leigo e consumista, assim como também na mídia sensacionalista. O fato é: A M$ compra tudo e a todos, inclusive suporte para seus produtos provindo das empresas de hard/soft . Mas o objetivo do Linux é ser bom, sempre. Porque é produzido por gente que sabe o que faz e gosta.E quanto ao realismo de dizer que daqui a trinta anos o Linux será o primeiro dos sistemas.Ma parece mais um comentário pessimista, já que o mundo é o hoje. E atualmente o Linux é superior ao WIndows.Porque,putz, dizer que ele ainda não está maduro, é se esquecer que a Windows já tá pra lá de podre!


» Neno Molina () em 17/04 15:44

Como o colega Bebeto explanou, a crescente onda do Linux é uma coisa presente e á olhos vistos. A educação de usuários e moderadores de fóruns contribui para esse crescimento, e a colaboração de várias áreas de criação e planejamento. Não devemos nos isolar do conceito de que o SL é o futuro, Linux é presente e futuro. Não devemos levantar uma bandeira sem termos um comentário convincente sobre a popularização e o porquê do Linux. LiveCDs são a melhor opção atual para desmistificar o mito de que o Linux é difícil. O Kurumin entra nessa categoria, pelo suporte á periféricos que até então estavam desgarrados de outras distros (leia-se winmodems).
Mas isso leva também á remasters deste, como Dizinha, que funciona muito bem em micros antigos. Seria injusto não colocar esta distro que também teve uma evolução crescente dentre os LiveCDs.


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