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Bastidores da vitória do Linux em Munique

Notícia publicada por brain em julho 15, 2003 11:39 AM | TrackBack


Davi Carvalho (davi_carvalho@yahoo.com) disse: " Alguns meses atrás soubemos da vitória do consórcio SuSE/IBM para implantação do Linux em 14.000 PCs da prefeitura de Munique (Alemanha). A principal concorrente era, claro, a Microsoft. Pois bem, este artigo do NewsFactor conta os bastidores desta verdadeira guerra que levou o presidente da empresa de Redmond até a cidade alemã para negociar diretamente com o prefeito, tamanha a importância estratégica desta vitória de um SO de código aberto. Na verdade o jornal americano USA Today (veja a reportagem original) teve acesso a documentos confidenciais que mostram o desespero da MS em não perder tal concorrência. Apenas para ilustrar a proposta da SuSE/IBM (aprovada) chegou a ser US$ 11.9 milhões superior à proposta da do Bill Gates. Ou seja, não foi apenas um questão financeira. Taí um belo exemplo de como levar a administração pública a sério."

 

Comentários dos leitores
(Termos de Uso)

» Trombel () em 15/07 14:18

É sempre interessante saber o como são feitos os grandes negócios,o que se passa por trás dos panos. Vê-se que se trata de uma guerra de foice no escuro. O que a microsoft propôs:
a) Aumentar para 6 anos,em vez dos 3,4 ou 5 anos regulares, o uso do Windows XP e Office XP sem precisar fazer os caros upgrades, contrariando o a licença normal da empresa. Segundo a Microsoft isto economizaria para a cidade de Munique US$ 1,8 milhões ;

b) Permitir que alguns computadores só usassem o Word, em vez de todos aqueles programas quue atulham o computador e sempre acompanham aquele que se deseja.
Vender só o Word num equipamento novo vai contra a prática da Microsoft de vender PCs com muitos softwares inúteis. ( Só como exemplo : comprei um notebook com disco de 60 GB. Destes 3,5 GB vieram com programas que fui obrigado a pagar, embora não os desejasse, todos da Microsoft ou de seus parceiros comerciais, é claro!)

c) A Microsoft ofereceu à cidade milhões de dólares em treinamento e serviços de suporte graciosamente;

d) Cortou o preço de sua oferta original de US$ 36,6 milhões para US$ 31,9 milhões e, por fim, para US$ 23,7 milhões, uma redução de mais de 35% ddo preço inicial. A Microsoft competia com a SuSE. Esta última ofereceu a oferta de US$ 35,7 milhões.

Embora a oferta da SuSE acabasse por ser maior, o conselho municipal da cidade de Munique julgou ser mais interessante a oferta da empresa alemã.

A microsoft levou a competição tão a sério que Steve Balmer, Diretor Executivo da empresa, deixou as estações de esqui da Suiça, onde se supõe, descansava, e viajou para Munique, na última hora, para convencer o prefeito do erro que seria deixar de escolher os produtos da Microsoft. Contratou inclusive Jurgen Gallman, o principal executivo da IBM alemã na área do Linux, para fazer lobby em nome dos produtos da Microsoft. Tudo em vão.
Será que no Brasil os políticos seriam capazes de discernir que nem sempre uma oferta US$ 11 milhões mais barata é mais vantajosa para a cidade?


» Job () em 15/07 15:28

O interessante é que o motivo da escolha, foi o critério de liberdade! Liberdade para escolher quando tera que fazer atualizações ou não!
O Stallman deve ter adorado, sempre dizendo que Software Livre é uma questão de liberdade não de preço!


» Daniel Fonseca Alves () em 15/07 15:57

Liberdade é fundamental, diga-se de passagem. Todos nós sabemos o seu preço. E pode ter certeza que é bem maior que 11 milhões de dólares.
Por falar nisso imagino que a Microsoft esteja criando uma nova forma de trabalho, "pagar para trabalhar", já pensou se pega.
Solidão é uma palavra tão triste né tio Bill :).


» Daniel Fonseca Alves () em 15/07 16:00

"já pensou se pega ?", desculpe a falta de pontuação.


» Manoel Pinho () em 15/07 19:02

Eu fiquei realmente impressionado como pensam os alemães. Se fosse aqui eu não tenho dúvida de que se a M$ oferecesse o MESMO preço (imagine então se fosse mais caro) os políticos iriam preferir a oferta da M$, provavelmente alegando que "as pessoas já estão acostumadas com o produto".

Eu não tenho dúvida que a M$ irá jogar pesado daqui para a frente e fará de tudo para não perder o filão governamental. Serão capazes até de DOAR licenças de Windows só para não perder o mercado gordo dos aplicativos. Talvez por isso mesmo hoje em dia o OpenOffice seja uma ameaça para a M$ muito maior do que o linux: além de permitir o uso gratuito no Windows (que muitas vezes vem embutido natravés das versões OEM), permite uma migração mais fácil e definitiva para o linux. E mesmo que a M$ ofereça o M$ Office de graça no futuro, pode chegar o dia em que os formatos de arquivo do OpenOffice se tornem padrões e de nada adiantará a oferta.


» critico () em 16/07 10:04

Eu nao entendo mesmo uma coisa . primeiro dizem que adotam o linux pela seguranca , o que jah esta provado que eh mentira. Depois dizem que eh por ser mais barato . Com 11milhoes de dolares ? mais barato? Depois dizem que eh liberdade. O que qurem voces ? Que eu compre uma coisa super cara alegando liberdade ? Eu quero economizar , e se os alemaes derrotados humilhadoramente na segunda guerra mundial , quisessem que a lingua mundial fosse alema eles fariam tudo para isso mas falharam , e agora vem com essa de gastar mais a favor da liberdade . Abram o olho o brasil eh um pais pobre em vez de dar 11 milhoes a mais para uma sux da-se aos pobres , precisamos de qualidade sim mas o open office por exemplo eh uma especie de office de brinquedo ao lado do office da microsoft .

Sendo eu diretor para a area de tecnologia(departamento de regularizacao de compras de software ) de uma instituicao governamental soh me resta lamentar esses precos altos praticados por uma coisa que se pensava ser barato , e eh triste ver como um bando de gente apoia uma iniciativa deste , o que me faz lembrar o sucedido com a apple e a microsoft , onde a aplle vendia caro e a micro mais barato , e nos aplaudiamos ate darmos conta que era eles que estavam ficando ricos e nao nos que apoiavamos . Sinceramente nao vou dar espaco para este tipo de implementacoes aqui em Angola , alias ao aprovar um projecto de united Linux e de banco de dados SAP nao posso permitir que empresas sujas como essa suse aleguem gratuicidade e baratismo vendendo coisas caras . Se quiserem aleguem coisas caras e assumam-na em vez de virem com 2 caras.
Alias diferente do brasil aqui nos encomendamos software as empresas nacionais , universidades e individuais e internacionais que possuam credibilidade e casos de estudo e claro respeitamos os nossos tecnicos e permitimo-los usar o que eles querem em vez de impormos o uso de softwares alegando falsas basofias de software isso e aquilo , liberdade isso e aquilo .


» jr () em 16/07 10:34

Prezado Crítico:

Como você pode ser um "diretor para a area de tecnologia(departamento de regularizacao de compras de software ) de uma instituicao governamental", se você não sabe nem escrever?
E também se não entende nada de negócios e software, pois não entende que o software é apenas parte do custo da solução proposta?
Sinceramente, como o Augusto sempre pede, você não pode ser levado a sério, você apenas quer provocar flame.
Você me parece mais um destes adolecentes que usam windows pirata e se acha o máximo por isso.

Jr


» Augusto Campos () em 16/07 10:40

No mínimo ele não sabe distinguir "custo de aquisição" de "tco" :)

Por favor não percam tempo nem poluam as nossas discussões respondendo a provocações vazias!

Abraços
Augusto


» Daniel Fonseca ALves () em 16/07 10:44

Sr Crítico, quem tem ouvidos para ouvir que ouça, olhos para ver que veja.
Liberdade sempre foi a bandeira do software livre, e é esta que Richard Stallman defende.
Segurança, custo são consequências.
E por favor tome cuidado em usar o nome crítico pois você não esta criticando, esta apenas desabafando.
Ou será que mais uma vez não sabe a diferença ?


» Dejair () em 16/07 11:34

Um detalhe interessante, que deve ter pesado na hora da decisão, é que esses 11 milhões a mais serão pagos a uma empresa local (SuSE) e ficarão no país. Muito diferente de transferir uma bolada para os EUA. Os alemães agiram pela lógica do "melhor para o país" e não "melhor para mim". Ok


» Patola (Cláudio Sampaio) () em 16/07 11:54

Perae, gente...

Não é assim não. Eu acho que o crítico foi tendencioso demais ao falar sim, mas acho que dá pra pegar uma parte útil da mensagem dele sim. O cara falou de um jeito muito ofensivo, mas será que não dá pra responder de um jeito sério?

Sobre a reportagem, eu li e eles realmente não entraram nos detalhes dos motivos pelos quais a cidade escolheu o SuSE. Objetivamente falando, se meu chefe me pega e me faz ter que estudar os custos de duas soluções - uma de GNU/Linux com software livre e outra de Windows com software proprietário - e escolher entre as duas, se a solução com software livre for mais cara, sendo todos os outros parâmetros semelhantes, em nome da neutralidade e imparcialidade e por mais que odeie fazer isso, eu terei que recomendar a solução proprietária.

Ninguém vê que a situação retratada na reportagem é realmente estranha? Ninguém tem 11 milhões de dólares sobrando e os alemães não são generosos. Pode ser que eles tivessem feito um estudo que mostrasse que em 5 ou 10 anos os custos iniciais desses 11 milhões a mais compensariam em muito. A reportagem insinua isso mas justamente aí ela não dá valores! Outra possibilidade é que a aplicação de 11 milhões em uma empresa alemã deixaria as divisas no país, mas nacionalismo tem limite. =) De qualquer jeito, ficou um pouco "inverossímil" que a escolha de pagar 11 milhões de dólares tenha sido tão direta assim. Eu estou muito interessado em saber com mais detalhes o que os levou a ter essa decisão!

Se o crítico quer flamejar, deixem ele chupando o dedo e discutam apenas a parte relevante da mensagem dele. Que, em minha opinião, pode render bem.


» Augusto Campos () em 16/07 12:25

Eu não acho que seja leviano decidir por investir 11 milhões a mais em uma empresa local ao invés de mandá-los para o exterior. Ainda que fosse só por isso, acho que já ficaria fácil explicar a razão da decisão - mas é mais fácil ainda explicar quando se lembra que o suporte também é local, os especialistas e desenvolvedores falam o mesmo idioma que a prefeitura, o peso da parceria estratégica será muito mais favorável para a prefeitura de Munique do que seria em outra situação, há pouca chance de surpresas desagradáveis com licenciamento, não vai ser preciso gerenciar licenças de desktops, estimula-se o desenvolvimento tecnológico local, o pagamento reverte em impostos locais, o pagamento reverte em empregos locais, estes empregos se revertem em mais impostos locais, os impostos podem estimular mais desenvolvimento, etc etc etc.

Note que nem entrei na defesa do produto em si - argumentos como o acesso aos fontes, a liberdade, a segurança, o desempenho etc. ficaram completamente de fora.

Eu acho que é *óbvio* que qualquer empresa deva pesar as vantagens e desvantagens de qualquer contratação. Mas não acho que isso possa ser reduzido a uma análise envolvendo patriotismo ou reserva de mercado - do ponto de vista econômico (micro e macro) a decisão de Munique faz todo o sentido.

Se fosse a prefeitura de Paris ou de Nova York a forma de pesar a situação seria bem diferente


» Daniel Fonseca Alves () em 16/07 12:29

Sinceramente não estou conseguindo entender vocês.
Para mim a decisão é muito simples e direta, um não a Microsoft.
Por quê ? Monopólio da Microsoft.
Para ? Se alguém quiser desenvolver alguma solução em informática não depender de 1 empresa.
Sei que é muito dinheiro, 11 milhões se não estiver errada a notícia não se joga fora, mas é uma decisão estratégica que vale a pena.
Para que ficar dependendo de uma empresa estrangeira para criar soluções ?
Computador é uma ferramenta que para não criar uma desigualdade social deve estar disponível a todos.
Os alemães entendem isso, ora não querem perder seus empregos para profissionais estrangeiros.
O setor de TI precisa passar pela padronização livre para gerar concorrência e com isso aparecerem melhores relações de custo benefício.
Se não for isso a explicacão então não sei de mais nada.
Fecho o assunto.


» Eduardo Piva () em 16/07 16:11

Temos que lembrar também que os produtos Microsoft tem um tempo de vida, digamos de 5 anos (depois disso não há mais suporte / atualizações. Talvez seja um pouco mais ou um pouco menos). Isso significa que depois destes 5 anos, você terá que comprar uma nova leva de softwares, e gastar mais alguns milhões.

Temos que lembrar também que, as soluções Microsoft são proprietárias e tendem ser incompatíveis com o resto do mundo. Ou seja, depois de 5 anos, se você desejar migrar de plataforma, a coisa continua difícil e você vai ter que gastar alguns milhões novamente.

Agora se você adota a solução do software livre, você tem um produto que vai ser descartado apenas quando este realmente tiver falho ou atrasado tecnologicamente, e sendo livre, sua atualização continua livre.

Além da economia na renovação das licencas, também há a economia na renovação das máquinas, pois todos sabemos que se você for atualizar todo seu software daqui uns 3 / 5 anos, eles provavelmente vão precisar mais hardware.

Finalizando, existem alguns estudos que mostram que o custo de manutenção de um parque computacional Linux é mais barato do que o de um parque computacional com Windows. Ou seja, voce economiza com manutenção e também com atualização de softwares / hardwares.

Isso tudo custa 11 milhões? Quem sabe.. :)


» critico () em 16/07 16:46

Bem soh para esclarecer o seguinte :
estou escrevendo assim porque meu teclado(Phoenix Spider) de 1992 roda em um sistema operacional Linux Slackware 8.0 kernel 2.0 , que nao tem driver porque vasculhei a net toda a procura dele e nao tem . a soluction sera :
eh
soh
serah
jah
facam
.
Voces devem estar loucos para me conhecer . Bem estarei lancando um website assim que me livrar das dezenas de projectos que tenho em maos.
Tchau


» Patola (Cláudio Sampaio) () em 16/07 16:57

Pois eu vou dar uma de advogado do diabo, Eduardo Piva. As distribuições de GNU/Linux não têm justamente um tempo menor de suporte do que o Windows? A RedHat já não suporta mais o RedHat Linux 7.0, suporta? A SuSE oferece algum padrão diferente? Os produtos corporativos, como o SuSE Advanced Server, têm um tempo de suporte mais alto - http://www.suse.de/us/business/services/support/maintenance/runtime.html - mas, até onde eu vejo, comparativo ao do Windows.

O software livre, pelo menos como eu vejo, precisa ser renovado mais freqüentemente do que software proprietário, devido ao ciclo mais contínuo, menos discreto de versões. Se eles forem comprar os SuSE's todos de novo daqui a X anos, não estarão gastando o mesmo do que com a possível próxima versão de Windows?

Outra coisa também é que do mesmo modo que o Windows vai, com o tempo, exigindo hardware mais pesado, o GNU/Linux também assim o faz. O KDE e Gnome estão mais pesados (memória, recursos, etc.; em rapidez parece que melhoraram), justamente para reagirem de acordo com o software disponível. Os programas que pegamos estão cada vez maiores, embora às vezes aconteça (como no caso do Mozilla) um crescimento em 'recursos' pra depois haver a otimização do software (diminuindo os requisitos).

Você diria que o OpenOffice é leve comparado ao Microsoft Office? E o Evolution comparado ao Outlook? E o Mozilla comparado ao Internet Explorer? E o KDE 3.1 comparado ao Program Manager?

NÃO ESTOU FALANDO QUE A ESCOLHA FOI ERRADA! Pelo amor de Ahura-Mazda, eu sou defensor do GNU/Linux e do Software Livre como qualquer um aqui, mas quero entender muito bem a questão que, para mim, mesmo vendo as vantagens já ditas neste fórum, não ficou bem explicada. Os argumentos que estou falando seriam os argumentos que qualquer defensor de software proprietário bem-informada daria.


» jr () em 16/07 17:16

Patola:

Acho que você não entendeu o contexto.
Depois de escolhida a plataforma você não gasta de novo comprando o sistema como você menciona.
E depois que as pessoas estão treinadas, e justamente pelo código ser aberto você está livre para fazer o que quiser, até mesmo continuar atualizando aplicativos que não interessam mais a empresa original, pois você possui todos os fontes.
Quanto ao problema do hardware a solução é a mesma, você atualiza o que você quiser ou puder, mantendo compatibilidade entre os aplicativos, pois você tem os fontes para faze-lo.
Cabe a parte interessada absorver o máximo da empresa fornecedora para diminuir a dependência da mesma no futuro.
Como já o Augusto já disse antes, estas liberdades e a indepêndencia não tem preço e vale muito mais que o dinheiro envolvido.
Veja que o próprio governo brasileiro já caminha nesta mesma direção, com a definição oficial de prioridade absoluta ao software livre em todos os níveis da administração pública.

Atenciosamente

Jr


» Davide () em 16/07 17:36

Só um comentário que talvez alguém ache idiota, mas a pouco tempo atrás, tanto a França quanto a Alemanha, acusaram o M$ de, através de backdoors no windows, enviar informações sigilosas, tanto de governos quanto de empresas, para os EUA.
Isso cai em alguns comentários acima: segurança e transparência.


» Patola (Cláudio Sampaio) () em 16/07 17:46

Jr, eu vou ser chato a ponto de continuar tendo essas dúvidas que qualquer um teria: estamos falando de sistemas em grande escala, então estamos falando, além da compra das caixinhas, de contrato de suporte e manutenção. Então, sim, teríamos de novo gastos de dinheiro com atualizações do sistema, exatamente como ao usar Windows. Nenhuma empresa vai querer ter o sistema sem suporte e todas aquelas coisas que vêm junto, quando faz uma instalação dessas.

O fato de os fontes estarem disponíveis não alivia, pois ninguém vai ficar fazendo pacotinhos ou caçando pacotes separados em uma instalação dessas. Vai, sim, é querer um meio garantido de atualizar sem dar problemas e sob o contrato do distribuidor, e vai querer usar o modo oficial e suportado de atualizar a distribuição, se necessário; não somente para segurança (patches), como para uso de equipamentos novos e agregação de funcionalidades nos softwares.

Se não for por isso, e você argumentar que eles não precisam atualizar, voltamos de novo à mesma situação do Windows: ninguém é verdadeiramente obrigado a atualizar o Windows, também. As pessoas o fazem porque se deixarem de fazê-lo passam o tempo do suporte, que, como eu disse, me parece bem similar ao do Windows no SuSE Linux. E por não ter os novos drivers, funcionalidades e patches de segurança das novas versões.

Ter um diferencial significa que os planos da SuSE, ou características do GNU/Linux em geral, trariam uma vantagem significativa para a escolha. Assim, quando, para dar um exemplo, a Conectiva diz que você tem "mais de 1000 razões para escolher o Conectiva Linux" (são mais de 1000 programas), aquilo não é realmente um diferencial, pois a maioria das distribuições tem aqueles mesmos 1000 softwares. A mesma coisa pode ser dita em relação ao Windows: o SuSE tem que ter um diferencial bem palpável.

Será que a liberdade de uso do software será utilizada pela cidade alemã? Eles planejam futicar no código para adequar ou mudar alguma coisa? E eles podem fazer isso e continuar com o suporte da SuSE nesses softwares? Porque até onde sei o suporte se estende ao software que eles disponibilizam, não ao que outras pessoas modifiquem. Isso é importante, repito, para uma instalação corporativa e em larga escala, seja em servidores ou desktops.


» Augusto Campos () em 16/07 20:28

Aqui tem uma explicação sobre as razões da decisão da prefeitura de Munique: http://newsforge.com/newsforge/03/07/15/1920225.shtml?tid=19
Um trechinho: "For instance, the council wanted the city's computers to be very flexible and provide a return on investment over a long period of time. Unilog first recommended that the city select a $39.5 million Linux package from IBM-SuSE over a $36.6 million standard upgrade package from Microsoft. 'On price and technical criteria the advantage was Microsoft's, but the gap was not that big,' Maack says. 'On strategic issues, it was clearly open-source, and the gap was very great.'


» Evandro Guglielmeli () em 17/07 01:19

Sem querer ser crítico, mas lembrando a tendência atual de considerar a administração pública (governo) como uma empresa (o climax da globalização), podemos comparar um país a uma holding (a figura legal que controla um conjunto de empresas, muma área de atuação mais ou menos restrita, mais ou menos variada).

Uma empresa deste país seria uma das empresas do conglomerado, enquanto uma empresa estrangeira seria uma empresa concorrente ou pior, uma empresa de uma outra holding.

Ambas empresas oferecem produtos tecnicamente distintos, mas de qualidade equivalente.

Numa concorrência para atender à administração da holding, a empresa concorrente (que não pertence ao conglomerado) baixa seus preços e amplia seu tempo de garantia para tentar vencer a outra (que pertence ao conglomerado).

O que faz o exmo. presidente da holding? Transfere 23Mi$ para outra empresa (ou controladora)? Direciona 35Mi$ de seu capital para uma de suas empresas e, em consequência, para os seus próprios cofres?

O que devem fazer os acionistas do conglomerado com o exmo. presidente que escolhe deixar sangrar o capital da holding?

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Mas como nem tudo na política pode ser capital, precisa haver alguma coisa de social; deixemos a globalização de lado e vamos examinar a administração pública pelo lado da proteção e do desenvolvimento de sua própria sociedade.

Protecionismo, é a resposta.

Independente da (i)moralidade do protecionismo, os países de todos os continentes praticam o protecionismo visando a promoção da sua sociedade.

Pode até esquecer a questão das cifras. Só o protecionismo já basta para justificar a escolha da prefeitura de Munique.


» Manoel Pinho () em 17/07 10:44

Eu acho que a discussão entrou nos detalhes de preço e se perdeu um pouco do real motivo por que todo mundo quer mudar para o software livre: independência de fornecedores.

Se a SuSe falir, começar a cobrar muito ou adotar políticas como cobrar por máquina instalada, licenças de cliente, etc, Munique pode simplesmente passar a usar outra distribuição ou mesmo até um outro sistema operacional livre não-linux (FreeBSD, por exemplo). Isto será possível porque agora eles farão a informatização de modo racional e correto. Pensem na migração para o SuSe como uma "desintoxicação" de viciados. E isso sempre tem um custo inicial mas que se pagar facilmente com o tempo.

Se eles trocassem a M$ por soluções Sun, por exemplo, estariam trocando de um fornecedor para outro, e o dinheiro a mais realmente seria um escândalo financeiro.

Imagine uma empresa que migre seus aplicativos internos de uma linguagem como VB para PHP. Esse sistema será portável para SuSe, Debian, Slackware, Solaris, Windows e etc. A migração será muito mais fácil e mesmo que o desenvolvimento do PHP terminasse eles ainda iriam ter o código para prosseguir no futuro.

Eu estou conduzindo um processo de migração destes e geralmente as pessoas ficam desconfiadas quando vêem nomes de empresas como Conectiva ou Red Hat, por exemplo, e perguntam se essas empresas não poderiam "cobrar" por determinadas coisas que hoje não cobram. Eu sempre respondo que não estamos migrando de M$ para Conectiva ou Red Hat, mas de M$ para software livre. Se essas empresas deixarem de atender nossos interesses elas poderão ser substituídas facilmente. É bem diferente de usar uma solução proprietária de QUALQUER fornecedor...


» jr () em 17/07 15:05

É isso aí Manoel.Falou e disse.
Só veio reforçar tudo o que eu já tinha dito.
LIBERDADE NÃO TEM PREÇO!
Mesmo discordando do ponto de vista do Patola, achei válida sua colocação.
A discussão foi de alto nível.
Mesmo com a tentativa de tumultuar deste tal crítico, acho que o tiro dele saiu pela culatra.
Obrigado a todos.

Jr


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