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O segundo dia do FISL

Notícia publicada por brain em junho 6, 2003 10:38 PM | TrackBack


O dia hoje foi longo, e provavelmente não teremos notícias - eu publico as acumuladas quando retornar à base no fim de semana, ok?

Hoje, mais uma vez, tivemos uma grande quantidade de palestras interessantes - e simplesmente não dava tempo de ver todas. Vou comentar brevemente as que me chamaram a atenção:

- Comecei a manhã com o "Software Livre na visão do Gartner". O apresentador, Waldir Arevolo, preocupou-se em deixar clara a independência da organização que representa, seu histórico de acertos em questões polêmicas (como a queda das empresas pontocom), prosseguindo com sua visão do software livre, negando mitos e lendas como a falta de suporte e o desenvolvimento sem coordenação feito por estudantes e hackers.

- Vi partes da apresentação do Cláudio Ferreira Filho sobre o OpenOffice.org. Achei interessante a explicação da árvore genealógica do produto e as diferenças em relação ao StarOffice, além dos paralelos em relação ao MS Office.

- Tive o privilégio de assistir à apresentação do Miguel de Icaza (fundador do projeto GNOME), que entre outros fatos interessantes e mais conhecidos, revelou que parte das características de acessibilidade do GNOME decorre do fato de ele contar com deficientes visuais na sua equipe de desenvolvimento. Ele disse que o Software Livre está pronto para os desktops corporativos e governamentais, mas ainda está longe dos desktops domésticos (não-técnicos) - já tem planilha, editor, browser, IM, dados, mail, etc. mas ainda não roda bem o programa que sua sobrinha ganhou de aniversário que permite vestir a Barbie com roupas coloridas. O ponto mais surpreendente da sua palestra, para mim, foi quando ele afirmou que acredita que o projeto livre mais importante da atualidade é o OpenOffice.

- Comecei a tarde dividindo a atenção entre uma palestra sobre Linux no Desktop a cargo do GU Slackware e a apresentação das LinuxChix sobre o papel das mulheres na informática e no mundo Linux - acabei perdendo o tutorial sobre o TinyCOBOL com o Rildo Pragana.

- Em seguida vi o Wichert Akkerman falar sobre o projeto Debian - aliás o Debian esteve em evidência no Fórum como um todo. Achei engraçado quando ele informou que estaria disponível para autógrafos depois, mas imagino que deve mesmo ter gente interessada em autógrafos dele. Contrastei com a apresentação do Bdale Garbee, que foi o project leader do Debian no ano passado, e não sentiu necessidade de fazer este tipo de anúncio... (Atualização: o Eduardo Maçan informou (nos comentários desta notícia) que eu cometi uma injustiça com o Wichert - na verdade ele anunciou uma key signing party, relacionada a assinaturas digitais e não a autógrafos. Recebi uma versão mal-traduzida e acabei noticiando errado - minhas desculpas ao Wichert!)

Além das palestras e apresentações, o FISL é um lugar para muitas conversas, confraternização e conhecer pessoalmente quem só era visto através de sites e listas. Hoje visitei com mais calma o stand do Quilombo Digital, bati um papo com o Paulino Michelazzo (do Quilombo) e com o André Wolff da Livraria Tempo Real sobre a quantidade de usuários de Linux no Brasil (alguém tem os números?).

Visitei também o stand do Slackware Brasil e bati um papo com o Buick Sk sobre a integração da comunidade Linux brasileira (que é maior do que parece para quem olha de fora), sobre hospedagem de sites e sobre usuários renitentes que insistem em levantar a bandeira contra algumas distribuições.

Atendendo ao pedido do Luciano feito ontem, fui ao site das LinuxChix perguntar sobre a disponibilização do material da apresentação da Fernanda Weiden comparando PostgreSQL, MySQL e Firebird. Ela disse que vai publicar no site delas uma versão atualizada, mas uma versão antiga da apresentação já está disponível. Ela disse que me avisa quando sair a versão nova, e aí eu aviso vocês, ok? Aproveitei a visita ao stand delas para comprar uma camiseta LinuxChix para a minha namorada. Aliás, grande parte dos grupos de usuários presentes no Fórum estavam comercializando camisetas (aparentemente todos em parceria com a Livraria Tempo Real) - é uma boa maneira de conseguir o dinheiro para ajudar a custear as atividades do grupo.

Conversei rapidamente com o James McQuillan (autor do LTSP), mas ele estava com uma cara de "me deixem brincar no meu notebook em paz", aí preferi sair rapidinho. Conversei também com o Rodrigo Asturian, da Revista do Linux, que por coincidência estava tirando fotos do robô movido a Linux no mesmo momento que eu. Encontrei também vários outros amigos e conhecidos, mas há um limite pro que consigo relatar aqui ;-) Conheci também o segundo usuário de Linux mais chato do Brasil, pena que não anotei o nome dele para poder dar o destaque que ele merece.

Ah, para completar, o Bruno (NaArea) (dezano@bol.com.br) me escreveu dizendo que no site do LinuxBH tem uma série de fotos do evento. Visitem!

 

Comentários dos leitores
(Termos de Uso)

» Chato? () em 07/06 08:47

Hum.... segundo usuario de Linux mais chato do Brasil?

Quem eh o primeiro e o que ele fez para ser considerado o segundo? :-)


» Eduardo Maçan () em 09/06 11:34

" Em seguida vi o Wichert Akkerman falar sobre o projeto Debian - aliás o Debian esteve em evidência no Fórum como um todo. Achei engraçado quando ele informou que estaria disponível para autógrafos depois, mas imagino que deve mesmo ter gente interessada em autógrafos dele. Contrastei com a apresentação do Bdale Garbee, que foi o project leader do Debian no ano passado, e não sentiu necessidade de fazer este tipo de anúncio..."

Apenas para fazer justiça ao pobre Wichert :)

Nós do Debian pedimos para que ele anunciasse que
haveria uma "key signing party" ("festa" de assinaturas digitais).

Um evento em que pessoas trocam seus fingerprints e chaves digitais, conferem suas identidades através de documento com foto) e em seguida assinam as chaves públicas uns dos outros.

Isso é uma tradição para o debian, uma vez que a comunidade debian faz uso extensivo de assinaturas digitais, e o primeiro pré-requisito para se entrar oficialmente para o projeto debian é ter sua chave pública assinada por um participante do projeto (debian developer).

É de certa forma engraçado ver o seu comentário, porque nos ocorre que provavelmente o tradutor simultâneo deve ter traduzido "autógrafos" ao invés de "key signing"... assinaturas digitais
ainda são usadas/conhecidas por poucos. Wichert e
Bdale não demonstraram estrelismo em nenhum momento, ficaram sim impressionados com o fórum
e com o entusiasmo da comunidade de software
livre brasileira.


» Augusto Campos () em 09/06 12:05

Eduardo Maçan: Você por aqui? :)

Obrigado pela correção, já vou mudar lá no texto da notícia. E assim realmente parece ser muito mais de acordo com a idéia que eu fazia dele!

Abraços
Augusto


» Ricardo Pinheiro () em 10/06 20:45

Vc conheceu o usuário + chato de Slackware do Brasil... Vc falou c/ ele no stand do Slackware Brasil, ora. Ave!

=D


» Ricardo Pinheiro () em 10/06 20:45

Vc conheceu o usuário + chato de Slackware do Brasil... Vc falou c/ ele no stand do Slackware Brasil, ora. Ave!

=D


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