Notícia publicada por brain em maio 5, 2003 09:53 AM
Richard Stallman, fundador do projeto GNU e da Free Software Foundation, teve desentendimentos sérios (e fundamentados) com o KDE no passado. Mesmo sabendo disso, os desenvolvedores franceses do sistema convidaram Stallman para uma visita ao seu stand em uma feira. Para sua surpresa, ele não apenas foi lá, como ainda ficou para um chá. Aparentemente eles se deram muito bem, e agora Stallman reconhece o KDE como um projeto genuinamente livre (apesar de ainda desaprovar a linguagem C++ usada em seu desenvolvimento). Ele ficou feliz em rodar o seu Emacs dentro do Konsole dentro do Konqueror, e em saber que alguns desenvolvedores resolvem a velha controvérsia entre Linux e GNU/Linux chamando o sistema operacional de KDE/GNU/Linux ;-)
Esta discussão do Advogato (particularmente os comentários dos leitores) respondem em parte a tua pergunta, Arlan:
http://www.advogato.org/article/207.html
Qual linguagem ele indica no lugar de c++ ?
não consegui saber, alguém sabe?
Alguém sabe a marca do sabonete que o Stallman usa? Eu sei... nenhuma... ele não toma banho...
Na real ele utiliza mais Lisp, eu acho :) Se bem que a contribuição do Stallman para o desenvolvimento de software aberto/livre ultimamente vai muito além do código em si - não acredito que ele gaste muitas horas do tempo dele programando, hoje em dia.
Não sei se existe uma listagem oficial de linguagens recomendadas para o desenvolvimento livre, mas além do óbvio C, existe uma série de linguagens livres por natureza, como o Perl e o Python. Pelo que eu entendi, a objeção ao C++ era de ordem mais pragmática do que política - é mais fácil gerenciar o sistema operacional GNU se ele for feito usando uma única linguagem, e a linguagem escolhida foi o C. Isso não quer dizer necessariamente que alguém está dizendo que o C é melhor que o C++, ou que ao invés do C++ deveriam usar Java, ou sei lá. Foi uma decisão tomada em um certo momento do tempo, e é isso :)
Não recomendar C++ hoje em dia é tolice na maioria dos casos. A linguagem já está padronizada há um bom tempo e, na realidade, todos os compiladores C atuais são compiladores C++. Até mesmo programas científicos de alto desempenho vêm usando o C++ para substituir o Fortran. O recurso de Templates pode gerar códigos claros e de desempenho tão bom quando o ANSI C.
E as deficiências do C++ nas questões de funcionalidades podem ser supridas com o uso de bibliotecas adequadas.
Há alguns sistemas operacionais modernos, como o BeOS, que usam C++ na sua API.
O KDE também é um exemplo do que o reaproveitamento de código proporciona.
Eu gosto do Unix/Linux ter a possibilidade de usar o modo-texto se for preciso, mas um sistema bonitinho como o KDE é muito mais legal.
O Stallman parece estar meio desatualizado nos aspectos técnicos do linux e programação moderna. Ele tem se dedicado mais à parte política.
Eita. Dizer que utilizar uma só linguagem para padronizar o desenvolvimento cheira a monopólio. Esta história de ficar tomando partido sobre qual linguagem utilizar já deveria ser coisa do passado.
Manoel Pinho, eu também *gosto* de C++, mas não acho que a coisa seja tão 'preto no branco' quanto você disse. A padronização final da linguagem aconteceu há muito pouco tempo e ainda se passarão anos até que implementações eficientes e completas existam. Aliás, há poucos meses me lembro de ter lido a notícia de que 'o primeiro compilador completo de todo o conjunto de recursos do C++' foi feito; imagine então o estado dos outros (incluindo o G++).
Reaproveitamento do código pode ser feito de diversas maneiras, linguagens orientadas a objeto apenas facilitam um pouco - mas softwares como a biblioteca gtk+ mostram que recursos do paradigma de orientação a objetos podem ser usados mesmo em C.
A discussão que o Augusto colocou na advogato trata muito bem do tema, sem tender demasiadamente para um lado ou para o outro. C++ é uma linguagem útil - infelizmente usada na indústria hoje mais como um "C com classes", ou seja, subutilizada - e tem seu lugar, mas não é substituta do C e tem seu próprio nicho ameaçado por outras linguagens como Python e Java.
Fiquei sabendo por ae que o Stallman é gay... quem me disse foi cara que já teve um caso com ele, se nao me engano Patola era o nick....
sei la...
Patola, desde a versão 3.0, ou seja, alguns meses atrás, que o g++ implementa (tudo-1) do ISO c++; onde o -1 é um treco extremamente difícil de implementar que é o export template<>, e que só o Comeau implementou. Apesar disso, e ao contrário do que você implicou, tem muita gente utilizando c++ da maneira canônica hoje em dia, STL e tudo, principalmente porque as atuais implementações da stl (SGI/HP, STLport) são preparadas para rodar em compiladores mais "pé-de-boi". Perde-se alguma coisa, mas não tudo.
Abraços,
Massa
Eu, pessoalmente, prefiro C++ em relaçao ao C puro, apesar dele demorar *muito* mais pra compilar do que o C (os usuarios de LFS ou Gentoo que o digam...), ele facilita muito na hora de projetar, alem de evitar os famosos callbacks...
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