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BR-Linux entrevista Bill Hilf, da MS: "Vamos suportar a interoperabilidade com o ODF"

Durante a recente LinuxWorld Brasil, aproveitei a existência de contato com a Microsoft (por intermédio de Roberto Prado, o executivo da empresa que concedeu uma entrevista à nossa comunidade logo após sua participação no debate com Cesar Brod durante o FISL) para solicitar uma entrevista por escrito com Bill Hilf, o responsável pelo laboratório de interoperabilidade da empresa nos EUA, que esteve no Brasil na mesma ocasião. Houve boa vontade de todas as partes envolvidas, e a oportunidade foi aproveitada na forma de um conjunto de perguntas que sumarizam algumas das minhas principais dúvidas sobre o posicionamento da Microsoft em relação ao software livre. Veja abaixo a tradução da entrevista, e ao final o texto original em inglês.


Br-Linux.org: A imprensa repetidamente informou que a Microsoft não tem intenção de suportar o ODF no futuro próximo. A recente adoção do ODF como um padrão pela ISO muda esta situação? Você não acha que suportar ativamente um padrão recente, crescente, aberto, público, documentado e cada vez mais adotado seria um bom ramo de oliveira para aqueles que duvidam das reais intenções da microsoft no que diz respeito a interoperabilidade?

Bill Hilf: Embora a IBM e a Sun gostariam que você acreditasse que os governos estão agora escolhendo o ODF como seu "único" formato, a realidade é que os governos e empresas com que conversamos estão pensando mais holisticamente em termos de interoperabilidade de dados. A grande lição que aprendemos ao conversar com nossos consumidores é que nenhum formato sozinho pode alcançar suas necessidades de interoperabilidade e arquivamento. Acreditamos que múltiplos padrões podem fomentar uma indústria saudável e competitiva. No fim do dia, o mercado deve decidir o que será padrão.

O padrão ODF é limitado aos recursos do OpenOffice e StarOffice, e não satisfaria a maioria de nossos consumidores do Microsoft Office hoje. Ainda assim, vamos suportar a interoperabilidade com o ODF e não vamos nos opor à sua padronização ou uso por qualquer organização. A riqueza de opções competitivas no mercado é boa para nossos clientes e para o mercado como um todo.

Br-Linux.org: As patentes de software são vistas como um recurso valioso ou como uma tremenda ameaça, dependendo de a quem você pergunta. Você acredita que o medo de que a Microsoft iria ou poderia ativamente causar dano ao software livre ao usar seu portfólio de patentes para pressionar desenvolvedores, distribuidores ou usuários é justificado? Estes públicos podem ter segurança de que os ventos de interoperabilidade que agora sopram da Microsoft não serão seguidos por grandes ondas de patentes? O que a comunidade de código aberto pode esperar neste campo no futuro como você o vê?

Bill Hilf: A política da Microsoft é manter seu portfolio de propriedade intelectual largamente disponível para licenciamento sob condições comerciais razoáveis. Em dezembro de 2003 anunciamos a abertura do nosso portfólio de patentes, e desde então obtivemos acordos de licenciamento que incluem empresas como Sun, SAP e Siemens. Nós também abrimos as portas para parceiros de licenciamento menos tradicionais, como o TurboLinux e competidores na área móvel como Nokia, Symbian, Sony Ericsson e outros com a licença do protocolo ActiveSync. Somos uma empresa de propriedade intelectual e desejamos respeitar a propriedade dos outros, e que eles respeitem a nossa. Através do licenciamento de nossa propriedade intelectual, e do licenciamento da propriedade intelectual alheia, a inovação pode fluir livremente na indústria.

BR-Linux.org: às vezes percebo uma dicotomia no modo como a Microsoft trata toda esta questão da interoperabilidade: ao mesmo tempo ouvimos falar de iniciativas como o Port 25 e o laboratório OSS, e de produtos e serviços atuais que não mostram nenhum sinal visível de buscarem a interoperabilidade, ou de se basear em padrões e protocolos abertos. Qual sua visão sobre isto, e o que devemos esperar no futuro próximo?

Bill Hilf: A estratégia da microsoft evoluiu, e continuará evoluindo. A indústria como um todo deslocou seu ponto de vista sobre o software de código aberto; particularmente no que diz respeito ao Linux. Hoje a indústria observa os vendedores de Linux como quaisquer outros provedores de software comercialmente - com foco na vantagem para o negócio, valor pelo custo e risco associado a investimentos de longo prazo em tecnologia. As pessoas estão reconhecendo que o software de código aberto e o software comercial podem e vão coexistir, o que reflete a maturidade que vem sendo alcançada pela indústria. Devido a esta tendência, agora é um grande momento para uma discussão comparativa. Iniciativas como o Port 25 são projetadas para prover o mundo exterior de um olhar sobre o que acontece no laboratório Open Source da Microsoft e permitir o feedback e idéias sobre como ele pode operar melhor com a comunidade de TI em geral.


Veja abaixo o texto original em inglês.



BR-Linux.org: The press repeatedly reports that Microsoft doesn't intend to support ODF in the near future. Does the recent adoption of ODF as an ISO standard change this picture? Don't you feel that actively supporting a recent and crescent open, public, documented and growingly adopted standard would do well as an olive branch to those who doubt the real intentions of Microsoft regarding interoperability?

Bill Hilf: While IBM and Sun would have you believe that governments are now singling out ODF as their “only” format of choice; the reality is that governments and businesses we talk with are thinking more holistically about data interoperability. The big lesson we’ve learned from talking to our customers is that no single file format can meet their interoperability and archival needs. We believe that multiple standards can foster a healthy, competitive industry. At the end of the day, the market should decide on what becomes standard.

The ODF format is limited to the features of OpenOffice and StarOffice and would not satisfy most of our Microsoft Office customers today. Yet we will support interoperability with ODF and will not oppose its standardization or use by any organization. The richness of competitive choices in the market is good for our customers and for the industry as a whole.

BR-Linux.org: Software patents are seen both as a valuable asset or a tremendous threat, depending on who you ask. Do you think that the fear that Microsoft could or would actively cause damage to free software development by using its patent portfolio to put pressure on developers, distributors or users is justified? Can these publics be assured that the winds of interoperability that now come from Microsoft won't be followed by high patent waves? What can the open source community expect in this regard for the future as you see it?

BH: Microsoft’s policy is to make its IP portfolio broadly available for licensing under reasonable commercial terms. In December 2003 we announced the opening of our IP patent portfolio, and since that time have reached licensing agreements with companies of all sizes. Some of our more notable agreements include the likes of Sun, SAP, and Siemens. We’ve also opened the door to non-traditional licensing partners including Linux vendor TurboLinux, and mobile competitors Nokia, Symbian, Sony Ericsson and others with the ActiveSync Protocol license. We are an IP company and wish to respect the IP of others, and for them to respect ours. Through licensing our IP, and licensing the IP of others, innovation can flow freely through the industry.

BR-Linux.org: Sometimes I see a dichotomy on the way Microsoft treats this whole interoperability question: at the same time we get word of initiatives like Port 25 and the OSS Lab, and of current product and service announcements that show no prominent sign of being interoperable, or of relying on open standards or protocols. What's your take on this, and what should we expect from the near future?

A: Microsoft’s strategy has evolved and will continue to. The entire industry has shifted its point of view on open source software; particularly with regards to Linux. Today, the industry looks at Linux vendors like any other commercial software provider – focusing on the overall business advantage, value for money and risk associated with making long-term technology investments. People are recognizing that commercial and open source software can and will exist together which reflects the maturation happening in the industry. Because of this trend, it’s a great time to have a comparative discussion. Initiatives like Port 25 are designed to provide the outside world with an inside look at Microsoft’s open-source software lab and elicit feedback and ideas about how it can work better with the overall IT community.



Comentários dos leitores

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Comentário de mrecondo
Eu acho ...: Eu acho que eles ainda pensam que OpenDocumentFormat == OpenOfficeFormat e ficam sempre insistindo que isto é um recurso do OpenOffice.org, etc.

Que coisa!

Michel Recondo

Comentário de Victório H. Felipe
A posição da Microsoft: A posição da Microsoft fica cada vez mais clara. Me parece que eles não querem uma briga de frente, contudo percebe-se que "nossas patentes estão aí. Você pode usá-las desde que você obtenha a licença...", ou seja, eles vão manter suas patentes e podem cobrar por elas quando acharem necessário. Sobre os formatos, está claro que não vão adotar o odf, mas sim usar e expandir a grande massa de usuário do MS Office, fazendo seus formatos continuarem sendo usados. Acho interessante (pelas respostas que li) que quer se trazer o software livre para uma competição capatalista predativa e não se está olhando para a liberdade do usuário com relação ao softwares que ele usa, ou seja, ter um formato aberto e o usuário pode escolher qual processador de textos quer usar (seja proprietário ou aberto). Nunca fui obsecado por Filosofia, mas eu gosto do modelo de licença aberta (GPL, BSD, etc.) pois elas permitem realmente concorrência (ganha quem for melhor no serviço), ao contrário do que acontece quando se tem patentes e padrões/formatos fechados: quem for mais oportunista ganha o mercado.
Comentário de xultz
Uma patente é como uma arma: Uma patente é como uma arma com alguémm mirando e o dedo no gatilho. O do da arma pode dizer que a arma é inofensiva, não matou ninguém até agora, que ela apenas promove sua própria segurança... mas a qualquer momento o gatilho pode ser pressionado... e ninguém além do dono da arma sabe para onde a bala vai.
Comentário de nemesis
comparações: a Microsoft é uma empresa tão grande, mas tão grande, que mesmo seus empregados não conseguem se acertar. Parece que eles atiram pra tudo quanto é lado na esperança de acertar em algo...

;; ((lambda (x) x) "Isto é um comentário e não será executado nunca")

Comentário de joaoemanuel
Até concordo em que os: Até concordo em que os desenvolvedores devam receber pelos anos de criação de uma tecnologia. Mas não concordo que quem não criou a tecnologia possa patentear. Um exemplo disso é a Microsoft, onde patenteou as tecnologias de mensagens instantâneas e de TODO.
Comentário de nemesis
putz!!: "patenteou as tecnologias de mensagens instantâneas e de TODO"

tou lascado!! meus códigos são recheados de TODO!! :P

;; ((lambda (x) x) "Isto é um comentário e não será executado nunca")

Comentário de mvnascimento
Limitação do padrão: Ele disse que "o padrão ODF é limitado aos recursos do OpenOffice e StarOffice". Sendo um padrão aberto, não poderiam ser incluídos nele os recursos do MSOffice, e estes, poderiam ou não serem incluídos no OpenOffice?

Ou ele está falando de integração com outros programas da MS (word, project, powerpoint...)?
Comentário de CWagner
Ele deve achar que o ODF: Ele deve achar que o ODF será implementado apenas no Open/Star Office, esquecendo-se de outros editores, menos famosos, mas nem por isso menos importantes.

Ainda vejo a M$ meio perdida no que diz respeito à SL como algo livre e não necessariamente gratuito. Não culpo os empregados, mas sim o patrão, pois ele foi o principal responsável pela disseminação dessa idéia de que o computador só deve funcionar se você PAGAR à M$ para usar um ou mais programas deles.

Talvez a M$ esteja esperando a definição de questões como patentes de software, DRM, etc para poder "atacar" de frente o SL e todos aqueles que não pensam diretamente em ganhar muito dinheiro cobrando por uma licença de software.

Acho que no final das contas sempre haverá alguém que disponibilizará um fonte para "apreciação" ou seja lá o que for para uma comunidade de usuários, desenvolvedores, analistas, programadores e curiosos.
-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-
Carlos Wagner - São Luís / MA

P.S.: As palavras acima fazem parte da minha visão do assunto e não pretendem ser, de modo algum, a verdade absoluta sobre o mesmo.

Obrigado!
Comentário de Fernando Cima
Infelizmente não poderiam: MVNascimento, existem dezenas de funcionalidades que o Office tem que não estão contempladas no padrão ODF, e o fato de ser um padrão aberto não quer dizer que a Microsoft possa estendê-lo para incluir estas funcionalidades. Ao contrário, para ter interoperabilidade você tem que se ater ao padrão.

Um exemplo trivial disso é o highlighting (ou iluminação, aquela "caneta amarela"). O padrão ODF não suporta isso, o que quer dizer que ao salvar em ODF esse recurso estaria perdido. Se o ODF fosse o formato principal do Word, a Microsoft teria que remover este recurso? E como fica a conversão dos arquivos antigos?

O padrão OpenXML é um padrão aberto, livre de ameaças de patentes, baseado em XML e totalmente compatível com os bilhões de documentos Office existentes. É por ter essas características que o OpenXML é o formato principal do Office 2007. O Office 2007 poderá exportar e importar para ODF, mas não é possível ter o ODF como formato principal por não suportar todos os recursos.
Comentário de mvnascimento
Não quis dizer que a MS: Não quis dizer que a MS poderia estender o padrão. Mas o consórcio(?) responsável sim. Apesar de ser um padrão, acho que ele deve ser dinâmico e, claro, as extensões bem pensadas, analisando as reais necessidades.

O highlighting, por exemplo, se fosse incluído no padrão, os programas certamente passariam a ter a nova funcionalidade. E seria muito bem vindo no OpenOffice.

Marcelo
Comentário de fcima
Sim poderia: Sim Marcelo, e todos esperamos que o padrão ODF evolua desta forma. Apenas quis dar um pouco mais de contexto sobre do quê o Bill Hilf estava falando, e por que o Office não pode usar o ODF como formato principal.

- Fernando Cima
Comentário de hamacker
Não concordo.: Não concordo.
Poderia usar o opendocument até onde ele estaria atendendo e usar outras tags proprietárias para as funcionalidades não atendidas dessa forma voce manteria o documento o mais proximo do opendocument embora com as tags novas não se chamaria mais assim.
Vale lembrar que o inverso também é verdadeiro, o openoffice tá recheado de recursos que também não existem no msdoc e tambem coisas que ambos fazem de forma completamente diferente.
Comentário de brain
principal e plugin: Eu não tenho expectativa de que o ODF seja o formato principal. O que eu estranho é ele não constar ainda como um formato secundário oficialmente suportado, ou a ausência de um plugin oficial da Microsoft acrescentando o suporte a ele em versões correntes de seus produtos. Me parece que os consumidores do aplicativo não pediram mais do que isso, e não me parece algo difícil de implementar. Por outro lado, já é um bom primeiro passo a empresa oferecer suporte a ISVs desejosos de implementar este recurso que alguns clientes pediram mas ela até o momento se recusou a atender.
Comentário de fcima
Embrace and Extend: A Microsoft estaria violando o padrão, e seria imediatamente acusada de estar "corrompendo o formato". E se a grande vantagem dos padrões abertos é a interoperabilidade, de que adianta ter uma variante do formato com tags proprietárias?




Comentário de fcima
Quem sabe isso não acontece?: Se houver demanda dos usuários isso pode acontecer.
Comentário de Manoel Pinho
Caneta amarela: Eu até aceitaria argumentos como o da caneta amarela que você citou se a Microsoft não fosse um dos membros do comitê OASIS que criou o padrão ODF...

DUVIDO que uma sugestão de acréscimo de um recurso existente no MS Office no ODF não fosse aceito, até porque o MS Office é a suite mais importante atualmente.

Convenhamos, não é uma palhaçada a M$ participar de um consórcio para a criação de um padrão que foi adotado pela ISO e depois dizer que aquele padrão não é adequado para ela ? Quando várias empresas sentam numa mesa para criar um padrão é mais do que natural que tenham que abrir mão de certos recursos ou criar um padrão MMC, que contenha os recursos de todos os produtos das empresas que participam.

A M$ foi arrogante e parece os EUA negociando com a ONU. Não tem desculpa nenhuma para a M$ não implementar o ODF no MS Office !

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Comunidade de Usuários do Mandriva Linux no Brasil
http://mandrivabrasil.org

Comentário de hamacker
Eu concordo contigo, mas só: Eu concordo contigo, mas só o fato do odf ser utilizado nos 80% das tags do msdoc já facilitaria o trabalho de engenharia reversa que hoje é feito pela maioria dos aplicativos.

Ninguem vai abandonar o msword porque vai usar o formato odf, a maioria das pessoas nem vão saber disso, mas faz com que o msword entre no terreno do openoffice e de ferramentas livres. A questão fica sendo se vai querer competir num terreno onde suas credenciais (leia-se patentes) não vale nada, ainda mais por um formato que começa a disseminar entre organizacoes governamentais.
Comentário de fcima
Compatibilidade com os documentos existentes: Não sigo a sua lógica, Manoel. A posição da Microsoft é clara e foi o que eu tentei explicar - só é possível suportar como formato principal um padrão que seja compatível com os bilhões de documentos Office existentes. Como o comitê da OASIS não aceitou esta premissa, a Microsoft não participou da elaboração do padrão ODF. Como também não participou da elaboração do padrão PDF (Acrobat), que também é um standard ISO.

A Microsoft, Apple, Toshiba, Intel, British Petroleum e entidades como a Biblioteca Britânica e a Biblioteca do Congresso Americana querem um padrão aberto, controlado uma organismo internacional, sem a ameaça de patentes E que seja compatível com os arquivos existentes hoje. Esse padrão está sendo definido com o nome de OpenXML e irá virar também um padrão ISO.

Se o ODF serve para você, ótimo. Se o OpenXML serve para você, ótimo também. Contanto que os formatos sejam abertos e padronizados, qual é o problema?


Comentário de nemesis
kct!!: "Um exemplo trivial disso é o highlighting (ou iluminação, aquela 'caneta amarela'). O padrão ODF não suporta isso"

é claro que não suporta!! ODF é um padrão de documento xml, de armazenamento estático de informações!! Highlighting é como syntax highlighting das IDEs de programação: é algo que ocorre em tempo de execução, não armazenado no fonte! Se vc inspecionar o código-fonte com um editor ASCII simples, sem syntax highlighting, não vai perceber qualquer "tag" específica para hightlighting. O mesmo com o highlighting do Word: ele não fica armazenado no documento, ao invés sendo calculado em tempo de execução. Portanto, o documento xml não precisa de uma tag específica para isso.

que argumento mais furado!

mas é claro que a M$ enche o Word de muitos recursos inúteis que vão sempre encontrar uso em alguns nichos. O ODF é genérico e tem 95% do que é necessário para formatação e troca de documentos WYSIWYG...

*edit*
imaginei que por highlight vc estivesse falando de highlights automáticos que ocorrem por conta de erros gramaticais ou coisa semelhante. Se é efetivamente uma ferramenta que te possibilita destacar seções e deixá-las armazenadas, vc pode me dizer no que isso difere dos tradicionais atributos de texto bold ou italic?

é uma daquelas invenções de moda da M$ que realmente fazem toda a falta no mundo: o que seria de todos os livros escritos até hoje sem um destaque com caneta amarela, ao invés dos pobres recursos bold ou italic, né?

;; ((lambda (x) x) "Isto é um comentário e não será executado nunca")

Comentário de nemesis
quanta palhaçada!: "só é possível suportar como formato principal um padrão que seja compatível com os bilhões de documentos Office existentes."

que tal um formato que seja perfeitamente compatível com, digamos, 90% dos recursos genéricos de formatação e edição de documentos WYSIWYG que também são igualmente suportados pelo Word? querer compatibilidade de 100% é irreal: nem versões mais recentes do Word prevêem esse nível de compatibilidade, nem a linguagem C++ é 100% compatível com C. E, no entanto, ambas soluções são bastante difundidas.

"Como o comitê da OASIS não aceitou esta premissa, a Microsoft não participou da elaboração do padrão ODF."

Conversa fiada. A M$ só participa da criação de padrões que ela dita e sanciona via o peso de sua predominância nos desktops corporativos e domésticos.

"Como também não participou da elaboração do padrão PDF (Acrobat), que também é um standard ISO."

Igualmente não participou pq é um padrão fora de seu controle. No caso, sob o controle da Adobe, com a qual está disputando mercado atualmente com seu próprio -- oh surpresa! -- padrão para impressão...

"querem um padrão aberto, controlado uma organismo internacional"

um vírus internacional chamado M$?

"Esse padrão está sendo definido com o nome de OpenXML e irá virar também um padrão ISO."

leia-se: vamos sancionar nosso padrão com o apoio da ISO tmb.

"Contanto que os formatos sejam abertos e padronizados, qual é o problema?"

o problema é que o padrão vai ser irrelevante quando um monte de documentos estiverem voando pra lá e pra cá recheados de conteúdo binário que vai precisar de um ambiente Windows para rodar -- não padronizado, claro!

;; ((lambda (x) x) "Isto é um comentário e não será executado nunca")

Comentário de Bruno Gonçalves
E o que vcs esperam?: Microsoft é concorrente, não aliada.

Se colocaram um plugin apenas para abrir arquivos ODF já será muito.

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Comentário de Manoel Pinho
Compatibilidade: A minha lógica é que a Microsoft não aceitou ceder NADA para estabelecer um padrão novo, aberto, baseado em XML e sem patentes que possam ser usados pela concorrência. Em qualquer campo, para haver alguma padronização comum todas as empresas têm que ceder em alguma coisa.

A MS poderia ter perfeitamente escrito um filtro de importação dos formatos antigos, como sempre fez em cada uma das mudanças de formato e agora vai fazer de novo para o Office 2007. Nenhum desses filtros de importação tinham alguma perda de formatação ? Eram perfeitos ? Não, sempre houve perda de formatação e por isso mesmo que o mercado pede tanto formatos de documentos não binários e baseados em XML.

Essa insistência da M$ no OpenXML está muito parecida com a sua atitude em relação ao próximo padrão de DVD.

A Microsoft tem todo o direito de continuar vendendo seus produtos proprietários e com formatos de arquivos patenteados, mas por favor parem de dizer que isso é padronizar alguma coisa. Padrão implementado em produtos de uma única empresa não é padrão coisa nenhuma.


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Comentário de fcima
Você "captou" no *edit*: Você tem razão, é só mais um atributo do texto como bold ou italic. Só que não é suportado no formato ODF, e ao salvar neste formato você vai perder o atributo de highlighting.

Highlighting é só um exemplo bem trivial, e existem vários outros que podem ser citados.
Comentário de fcima
Compatibilidade com os documentos existentes: Não, sempre houve perda de formatação e por isso mesmo que o mercado pede tanto formatos de documentos não binários e baseados em XML.

Exato. Por isso a Microsoft está trabalhando com o mercado em um formato não binário, baseado em XML, sem perda de formatação, sem exclusividade de patentes e transformado em um padrão internacional. Esse é exatamente o OpenXML.

Com base nisso, queria fazer uma pergunta. Em quê o OpenXML não atende ao que você espera de um formato?





Comentário de nemesis
eXtensible Markup Language: nem entendo pq estamos tendo essa discussão para começo de conversa: o objetivo de XML é precisamente permitir troca de informações padronizada e extensivelmente.

Precisa adicionar novos recursos -- talvez uma tag representando caneta de highlight? -- e ter suas ferramentas automaticamente se adequarem às alterações? Basta criar um pequeno schema XML com os recursos extra -- tags, atributos e possíveis valores -- e adicioná-las ao documento ODF via uma mera declaração xml-namespace. Pronto, ODF com caneta highlight e pleno conhecimento de tal modificação por parte das ferramentas. É claro, se OpenOffice vai mostrar ou não os highlights depende se tiver suporte para tal ferramenta (o padrão para ferramentas xml-compatíveis é ignorar tags que não reconheçam).

Mas o suporte para armazenar tal meta-informação está lá, graças à extensibilidade de XML.

veja o que um desenvolvedor do KOffice tem a dizer:
http://www.kdedevelopers.org/node/2016#comment-4887

é, com XML não tem mais vez para formatos binários que só funcionam com determinadas ferramentas...

;; ((lambda (x) x) "Isto é um comentário e não será executado nunca")

Comentário de fcima
Concordo totalmente: Concordamos aqui, Nemesis. O objetivo do XML é permitir a troca de informações de forma padronizada e extensível. O que torna o debate entre ODF e OpenXML até certo ponto um falso dilema.

Ambos os formatos são abertos, documentados e baseados em XML. Se você quiser, pode de forma relativamente trivial converter um formato para o outro usando XLST ou outra tecnologia semelhante (com eventual perda de atributos, i.e. highlighting e outros, ou uso de atributos customizados como você menciona). Ambos os formatos são, afinal, duas representações em XML da mesma coisa.

Outras aplicações que suportam XML, seja por exemplo o Zope ou o Microsoft Infopath, podem ler ambos os formatos e manipular as informaçoes diretamente. Basta conhecer o schema e mapear as tags desejadas, e como você bem lembrou as tags não suportadas são ignoradas.

Para uma organização, portanto, me parece ser importante que a informação esteja em um formato aberto, baseado em XML, padronizado e que possa representar todas as informações e metadados existentes. Se é OpenXML ou ODF isso seria uma questão menor.

btw em várias das suas mensagens você parece pensar que o formato OpenXML, que será o padrão do Office 2007, é um formato binário. Não é o caso - ele é um formato tão XML como o ODF.

Abraços, Fernando Cima
Comentário de nemesis
esclarendo: "você parece pensar que o formato OpenXML, que será o padrão do Office 2007, é um formato binário"

não.

eu disse, lá em cima:
"o problema é que o padrão vai ser irrelevante quando um monte de documentos estiverem voando pra lá e pra cá recheados de conteúdo binário que vai precisar de um ambiente Windows para rodar -- não padronizado, claro!"

estava me referindo ao eventual conteúdo embutido que é de se esperar nos formatos da M$: embutir componentes binários nos documentos, desde simples e triviais MIME-types como imagens até objetos OLE ou COM ou outros mais que a M$ criar para amarrar seus documentos à sua plataforma...

e...
"Se é OpenXML ou ODF isso seria uma questão menor."

se é assim, pq tanta birra da M$ para adotar o que foi padronizado primeiro?

;; ((lambda (x) x) "Isto é um comentário e não será executado nunca")

Comentário de mano
Alguem ja usou estes plugins...: para o Office 2000/2003 e poderia recomendar algum? Já a algum tempo estou atras destes plugins... na empresa onde trabalho os setores que tem licença usam o Office e os que não tem usam o OpenOffice - sim, estamos na mesma empresa - e na hora de trocar arquivos é uma confusão só, visto que muitos salvam no formato ODF que é padrão no OpenOffice e depois não conseguem abrir no Office. Alguem pode indicar algum dos plugins disponiveis, de preferencia um gratuito?
Comentário de nemesis
heh: "na hora de trocar arquivos é uma confusão só, visto que muitos salvam no formato ODF que é padrão no OpenOffice e depois não conseguem abrir no Office."

e já tentaram abrir no OpenOffice? sabe como é, OpenOffice é software livre e não requer licença para ser instalado em qualquer máquina... dessa forma, docs ODF estariam registrados para serem abertos no OpenOffice sem a menor confusão. simples, não?

;; ((lambda (x) x) "Isto é um comentário e não será executado nunca")

Comentário de CWagner
Talvez eles TENHAM que usar: Talvez eles TENHAM que usar M$Office por conta de algum sistema interno, feito por desenvolvedores que embutem dlls que exportam .doc ou .xls

Talvez essa seja a GRANDE preocupação da M$, se os developers deixarem de usar esses artifícios, quero dizer, recursos, não haveria mais razões para se usar , ou melhor, pagar licenças do Office para ler os relatórios no Word, ver os gráficos no Excel, etc... ;)

Isso me faz lembrar dos programadores de sistemas que "inventam" maravilhas, mas esquecem de dizer que para seus sistemas funcionarem o cliente precisa instalar um windows 2000, um SQL Server, um II(h!)S, um Office Professional, etc. Ou seja, lá iriam uns R$2.000,00 a R$3.000,00 de licença (por estação, às vezes) que a M$ nunca iria ver.
-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-
Carlos Wagner - São Luís / MA

P.S.: As palavras acima fazem parte da minha visão do assunto e não pretendem ser, de modo algum, a verdade absoluta sobre o mesmo.

Obrigado!
Comentário de nemesis
não importa: "Talvez eles TENHAM que usar M$Office por conta de algum sistema interno, feito por desenvolvedores que embutem dlls que exportam .doc ou .xls"

mas isso não importa: ele estava reclamando é de que usuários não conseguem abrir ODF no Word. Mas não tem problema, pq abrem perfeitamente no OpenOffice, que pode ser instalado à vontade e ao lado do M$Office...

;; ((lambda (x) x) "Isto é um comentário e não será executado nunca")

Comentário de hangarus
Po, ajuda ae...: Os setores que usam OpenOffice sao unidades novas e ficam em outros predios. A solucao seria instalar o OpenOffice em maquinas que já tem o Office instalado, mas convercer usuarios e chefias acomodadas e acostumadas com os sistemas da MS não é fácil... por isso preciso de um plugin que resolveria o problema e a chateação...
Comentário de nemesis
you're feeling lucky: seu pedido foi atendido: a M$ está patrocinando o desenvolvimento de um plugin open-source para o Office capaz de ler ODF. Dessa forma, documentos enviados pelas filiais com OpenOffice vão abrir numa boa. O mesmo não pode ser dito do contrário, claro...

;; ((lambda (x) x) "Isto é um comentário e não será executado nunca")

Comentário de Elias G. Amaral da Silva
Não tem conteúdo binário?: Posso estar mal informado, mas esse OpenXML vai ter conteúdo binário sim. As tais 'extensões', que por sinal vão ser windows-only. Não?
Comentário de nemesis
extensões: as tais extensões, pelo menos as relacionadas a XML, têm a ver com a introdução de novas tags e atributos ao documento XML. Isso é preconizado por XML e plenamente aceitável, desde que acompanhados pelo XML Schema que descreve as novas tags.

minha cisma é quando a M$ começar algo do tipo:


<ms:xaml-form name="mainForm">
<ms:cil-code>
9a9879as8as as9ass89as879a8s&¨¨5%5aas8as7as87868jkvjkjhksabslaksausi7sai76*¨%&¨546546asjkasjaksjdhkasjhdkajsb,,mn,m¨&%¨46754654¨%$33245111jjhgjHGJhvasi8a7s8a721gvjk128761616627675sa786a8s7as68d76as8d
</ms:cil-code>
</ms:xaml-form>


ou coisa do gênero...

;; ((lambda (x) x) "Isto é um comentário e não será executado nunca")

Comentário de mano
seria facil...: se estivesse lidando com funcionarios novos... vai pedir para seu chefe que tem 60 anos de idade e so sabe usar o Office tentar outra coisa... e capaz dele te mandar embora....
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