Augusto C. Campos - brain@matrix.com.br
Os sistemas de arquivos com recurso de journaling (como o ReiserFS, o ext3 ou o JFS) possuem uma série de vantagens em relação ao sistema tradicional do Linux (o padrão ext2). Talvez a mais expressiva delas seja a possibilidade de recuperação rápida após um desligamento sem shutdown - sem necessidade de intermináveis minutos rodando o fsck.
Em tempos de HDs de grande volume, este recurso pode fazer uma grande diferença. Até a semana passada, minhas partições de dados no micro pessoal eram todas baseadas no ext2, totalizando 18GB. A cada vez que faltava luz, o reboot demorava entre 5 e 10 minutos, graças ao fsck obrigatório.
Entretanto, converter estas partições para ReiserFS é simples, e nada traumático. A referência oficial está em reiserfs.org, e você deve consultá-la. Mas vou relatar meus procedimentos, para mostrar o quanto é simples o processo.
Lembre-se que a conversão que vou relatar é destrutiva - ela apaga todo o conteúdo da partição que você estiver convertendo. Portanto, antes faça backups de todo o seu conteúdo, para depois poder regravá-lo. E cuidado para não errar nenhum comando, e acabar formatando a partição errada...
Neste exemplo, vamos considerar uma partição de 4 GB, em /dev/hdb1, montada com o nome de /oldroot. Seu kernel deve ter suporte ao ReiserFS, e os utilitários do mesmo devem estar instalados - muitas distribuições recentes incluem estes recursos por padrão, mesmo que você não tenha nenhuma partição ReiserFS. Veja a documentação, ou informe-se no site oficial. Lembre-se de substituir o /dev/hdb1 em todos os comandos abaixo pelo nome da partição que você quer realmente formatar!
Após mover temporariamente todo o seu conteúdo para outra partição, tive que desmontá-la, pois é impossível formatar uma partição montada. O comando é:
umount /dev/hdb1
Agora estamos livres para formatá-la com o ReiserFS. Basta um comando, e ele é bastante simples:
mkreiserfs /dev/hdb1
Leia e responda as perguntas do utilitário (no meu caso, a única pergunta foi para confirmar se eu tinha certeza da operação). Após alguns segundos, o comando encerrou com sucesso, e a partição estava formatada. Agora, é só montar, com o comando tradicional:
mount -t reiser /dev/hdb1 /oldroot
Lembre-se que o diretório /oldroot, ou o nome que você for batizar o seu diretório, já deve existir previamente. Se for o caso, crie-o antes com o comando:
mkdir /oldroot
Se tudo funcionou, você já pode incluí-lo no /etc/fstab para montagem automática no próximo boot. Sua linha será algo como:
/dev/hdb1 /oldroot reiserfs defaults 1 2
E pronto! Agora é só copiar de volta para este diretório o conteúdo que havíamos movido antes da formatação, e começar a usar ;)
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