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Coitada da TV Digital interativa. Mais maltratada, impossível

Reproduzo abaixo parte da conclusão da De Luca (tratando do Ginga, claro), mas recomendo a leitura do texto completo no link, para ver o contexto interessante que conduziu a ela.

Via idgnow.uol.com.br:

“A população precisa ser informada acerca de todas essas alternativas, para realizar escolhas compatíveis com seu perfil de uso e seu poder aquisitivo”, disse o relator do projeto na Câmara. Está corretíssimo.

Enquanto a população descobre por conta própria o que pode fazer com o padrão DTVi, fabricantes e emissoras perdem tempo discutindo pela opção ou não do Java no padrão Ginga. Uma discussão que, a meu ver, já deveria ter sido deixada para trás. Ganharíamos, todos, se testes em campo, com grupos de telespectadores de diferentes extratos sociais, estivessem em curso.

Televisores DTVi estão chegando aos lares e a população não tem noção do que são capazes de fazer, especialmente no que diz respeito à interatividade (ver infográfico abaixo). Em quantos lares do Complexo do Alemão o sinal digital chega com perfeição? Em quantos as aplicações interativas carregam sem problemas? Aqui em casa, em Moema, próximo ao aeroporto de Congonhas, tenho problemas. Imagina próximo ao Galeão?

Discutir essas questões é mais importante e urgente que discutir o uso do Java no padrão. Afinal de contas, com o incentivo do governo através do PPB, a indústria de software acredita que teremos 30 Milhões de TVs com Ginga no mercado em 2014.


• Publicado por Augusto Campos em 2012-08-13

Comentários dos leitores

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    Rombo (usuário não registrado) em 13/08/2012 às 3:23 pm

    eu tenho uma TV com ginga e samba no pé. Mas pra interatividade requer mais que Lua ou Java: requer uma conexão. Caso contrário, é só uma homepage basicamente estática com informações do programa atual e/ou notícias.

    Falta do canal de retorno na própria TV e o grande problema dessa tal interatividade.
    Isso poderia ser adicionado as redes 4G que estão para serem licenciadas (até o fim da década), na banda de 700MHz, se as TVs deixarem.
    A concessão do 4G estaria condicionado as operadoras a terem um “chip” gratuito que daria somente a conexão necessária para a interatividade, a TV já poderia vir com esse chip. E quem quiser ter tudo que o 4G fornece, troque o chip por uma que de acesso total (e pago).

    Independente disso, coloquem essa tal de DTVi para funcionar, já pro próximo BBB.

    Porfírio (usuário não registrado) em 13/08/2012 às 6:16 pm

    Primeiro um monte de gente senta e discute como deve ser feito. Então o governo determina que é assim que vai ser feito.

    Agora, aparecem os mesmos participantes que antes concordavam com o padrão, ou não (porque foram derrotados pela maioria) choramingando “a gente não quer fazer assim, tem que discutir de novo, blah, blah, blah”…

    Isso pela única razão de que eles querem cortar todos os custos possíveis e maximizar todos os lucros possíveis!

    Implementem o raio do padrão determinado, o Brasil exige isso. Quer conversar? Depois vc conversa. Agora faz do jeito que está definido, senão não fica pronto nunca!

    Tércio Martins (usuário não registrado) em 13/08/2012 às 11:48 pm

    @Porfírio:

    Primeiro um monte de gente senta e discute como deve ser feito. Então o governo determina que é assim que vai ser feito.

    Agora, aparecem os mesmos participantes que antes concordavam com o padrão, ou não (porque foram derrotados pela maioria) choramingando “a gente não quer fazer assim, tem que discutir de novo, blah, blah, blah”…

    Isso pela única razão de que eles querem cortar todos os custos possíveis e maximizar todos os lucros possíveis!

    Você está errado, e mostrei o porquê no último post do Ginga por aqui.

    Ora, o grupo que definiu o padrão da TV Digital no Brasil tinha pessoas representando vários setores do governo e da “sociedade civil”, cada um defendendo seus interesses. O Governo, em última instância, defende os interesses dos partidos políticos que fazem parte dele. As empresas de comunicação, por sua vez, defenderão obviamente um padrão

    (…) livre de royalties para qualquer programador que produza conteúdo interativo.

    Fonte: Wikipedia (grifo meu)

    Como o custo que elas pagariam acaba sendo diluído para outros atores do processo, é óbvio que defenderão a manutenção do status quo. “Se a coisa está boa para mim, por que vou me importar com os outros?”

    Antes de o padrão ser escolhido, a Sun bradava que a sua API Java DTV não teria nenhuma cobrança de royalties pelo uso dela (e inclusive um dos links que você colocou no post anterior ressaltava isso) mas, quando a Sun percebeu que o Governo Federal escolheria o seu padrão, acabou mudando o discurso, dizendo que, sim, cobraria os royalties por cada aparelho fabricado com a tecnologia. Pena que, atualmente, a Oracle cobra o direito de uso do Ginga-J da forma menos ética possível, sem regras ou lógica na cobrança dos valores.

    De repente ninguém pode reclamar porque “o padrão já foi votado”. Padrão não é bíblia! Vários padrões mudam constantemente, sem resistências de quem o utiliza — como o padrão ODF, utilizado no {Open,Libre}Office e o padrão ABNT para trabalhos acadêmicos.

    Quanto às normas do Ginga, o criador do Ginga-NCL se manifestou contra a obrigatoriedade de os fabricantes adotarem o Ginga-J. E, em seguida, o próprio criador do Ginga-J, Prof. Guido Lemos, entra no coro dos que são contra, afirmando o seguinte:

    Antes de escrever o que vocês estão escrevendo recomendo que leiam as licenças das especificações das APIs Java e acompanhem o processo que envolve os direitos de uso dessas APIs entra a Google e a Oracle.

    Eu sou o responsável direto pelo uso de Java no Ginga. Recomendei o uso pelos motivos listados por vocês em suas mensagens.

    Na época eu não entendia o modelo que disciplina o uso de tecnologia Java. O que me consola e que a Google também não entendeu e se envolveu em uma disputa judicial que poderia resultar em um pagamento de 6 bilhões de dólares.

    Agora que tenho uma visão mais clara do modelo, o que me incomoda profundamente e que o processo de licenciamento de uso das APIs e controlado por uma única empresa.

    (…)

    A questão central e garantir tratamento não discriminatório para todas as tecnologias de uso obrigatório incluídas na norma. Mas, o que observamos na pratica foi que a Oracle tem o controle sobre o tempo de lançamento e sobre o preço das licenças.

    Estamos tentando no Fórum garantir tratamento não discriminatório mas, ate o momento não conseguimos.

    A solução trivial e que depende exclusivamente de nos e retirar a obrigatoriedade do Java. A outra alternativa e a Oracle dar garantias e praticar um tratamento não discriminatório.

    Fonte: Blog Ginga-DF (grifo meu)

    Se até o criador do Ginga-J concorda que há um problema em relação ao licenciamento da tecnologia, é porque a situação é grave, certo? Tão grave que chega a defender a retirada da obrigatoriedade de seu “filho”.

    Em um país cuja maioria das pessoas age conforme a Lei de Gerson (incluindo os poucos programadores que querem garantir o seu ganha-pão apoiando essa obrigatoriedade), é exemplar a atitude do Guido Lemos, ao abdicar do seu bem pessoal em nome do “bem maior”.

    Entristece-me saber que o SouJava e algumas empresas que produzem conteúdo utilizando o Ginga-J venham manipulando esse debate, colocando dogmas e tudo o mais para prejudicar os fabricantes de TVs e, em última instância, os consumidores somente em benefício de seu pequeno grupo.

    Ícaro (usuário não registrado) em 14/08/2012 às 8:32 am

    Pelo que li só o SBT se interessou pela TV digital.

    [1] http://www.sbt.com.br/noticias//?c=8901&t=SBT+promove+lancamento+de+seu+Portal+Interativo+de+TV+Digital#.UCo2yKCDl8E

    [2] http://olhardigital.uol.com.br/produtos/digital_news/noticias/sbt-lanca-portal-de-interatividade-24h-por-dia-junto-ao-seu-canal-hd

    Marcos (usuário não registrado) em 16/08/2012 às 9:35 am

    Na verdade, com HTML5 e a evolução dos frameworks web, ter um middleware no aparelho de TV é uma coisa meio inútil, então o próprio conceito do Ginga já nasce obsoleto.

    E outra: esse discurso de que empresa é malvada e ganhar dinheiro é pecado já deu.

    Rombo (usuário não registrado) em 16/08/2012 às 9:55 am

    empresas não são malvadas, são é FDP mesmo, tipo MS

    Porfírio (usuário não registrado) em 16/08/2012 às 12:49 pm

    @Tércio, é difícil acompanhar sua exposição porque ela está no contexto de programadores profissionais, coisa que não é a minha praia. Muitas das suas preocupações eu não entendi. Mas eu acho que entendi a principal.

    Deixa eu fazer um resumo da leitura que eu fiz:

    Vc é programador. Seu interesse na questão é principalmente uma preocupação de programador, não de um consumidor ou contribuinte, como eu.

    Vc não é programador java. No seu discurso, isso me parece óbvio.

    A questão dos royalties apoia (ou não) o seu discurso, mas ele existiria mesmo sem ela. Se alguém te convencesse que não haveriam royalties, mesmo assim vc ainda teria objeções, estou certo?

    Conclusão: me parece que vc está interessado em impedir o acesso aos seus concorrentes que programam em Java a esse mercado do Ginga. Essa me parece a sua principal preocupação. Assim sendo, assim como seus concorrentes, vc advoga em causa própria.

    Bem, não é a minha. Minha intenção enquanto consumidor é que essa plataforma gere o máximo de empregos possíveis e o máximo de conteúdo possível produzido sob um máximo de concorrência possível.

    Sobre a questão dos royalties, não fica realmente claro pra mim se eles são legítimos ou não. Há muito ruído sobre o assunto. O que eu tenho é uma percepção de que esse assunto já foi discutido e, como tal, deve ter sido resolvido.

    Li as suas informações com interesse, mas tenho que ler ainda mais sobre o assunto por que pelas razões que levantei acima não posso considerar vc 100% isento nessa questão.

    Como consta em um dos próprios links que vc postou, ” há as dúvidas relativas à necessidade ou não de pagamentos de royalties”. Quando eu receber alguma informação clara, definida e oficial sobre disso, poderei me posicionar melhor a esse respeito. Eu tenho a percepção, ainda que não a certeza, de que não é necessário pagar esses royalties.

    Enquanto houver esse nível de ruído, para cada defensor de um lado haverá um do outro. Isso não me interessa tanto, “vcs que são programadores que se entendam”.

    O que vejo nessa briga é que os programadores Java interessados na questão não desejam excluir ninguém e sim serem incluídos. E seus opositores, como você, os querem excluídos.

    No meu entender, existem muita gente que desenvolve com essa linguagem no país. Como consumidor, eu não gostaria de vê-los excluídos. Então não posso concordar com você.

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