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Ferramenta não roda jogos piratas, diz hacker que desbloqueou PS3

Após ser processado pela Sony por ter divulgado uma forma de desbloquear o PlayStation 3, o hacker George Hotz, conhecido como “Geohot”, concedeu uma entrevista ao programa “Attack of the Show”, do canal americano G4. Hotz afirmou que o seu software não permite rodar pirataria no console, apenas aplicativos caseiros criados pelos usuários (assista).
“Você ainda pode ir ao meu site e baixar, legalmente, a ferramenta para o seu PS3”, disse Hotz. “O aplicativo permite que você instale games ‘caseiros’”. A Sony, além de tentar restringir o acesso dos hackers aos consoles e impedir que trabalhem em programas não-oficiais, pede a prisão de todos os envolvidos no desbloqueio, incluindo Hotz.
“Na verdade, não”, respondeu Hotz sobre a questão se a ferramenta permite que usuários rodem jogos piratas no console. “A forma como a pirataria era feita anteriormente não funciona na minha ferramenta. Enquanto eu trabalhava no aplicativo, eu fiz um esforço especial para permitir que games caseiros funcionassem sem que coisas que eu não apoio rodassem, como a pirataria”. (via g1.globo.com)


• Publicado por Augusto Campos em 2011-01-17

Comentários dos leitores

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    Ironmaniaco (usuário não registrado) em 17/01/2011 às 9:22 am

    >>> sem que coisas que eu não apoio rodassem, como a pirataria”.

    Hipocrisia, a gente vê por aqui

    Zed (usuário não registrado) em 17/01/2011 às 9:33 am

    @Ironmaniaco, como assim hipocrisia?

    Se ele falar outra coisa será processado. Então ele usou termos politicamente corretos. São termos aceitos por babacas que apóiam DRM e afins.

    Emerson Gomes (usuário não registrado) em 17/01/2011 às 9:36 am

    E ele realmente fala sério. Ele não realizou o patch dos LV1 e LV2, que são essenciais para poder rodar jogos piratas.
    É claro que agora esse trabalho vai ser feito por mais alguém, mas a afirmação dele está tecnicamente correta.

    aff (usuário não registrado) em 17/01/2011 às 9:49 am

    Prisao? Impedir acesso ao console?

    Acho que seria punivel, no maximo, com multa (e olhe la) e nao prisao, isso em qualquer pais… parece ate que o regime do lugar onde esta sendo feito o processo seria “fundamentalista religioso sonysta”.

    Se querem impedir acesso, acho que deviam parar de vender, afinal qualquer pessoa pode estudar e querer modificar o console… a capacidade de todas as pessoas sao iguais, todos tem potencial para qualquer coisa, inclusive ser “hacker”.

    Na minha opiniao, isso e ridiculo demais…

    Eu ia comprar um PSP (ou PSP2, no lancamento), e ia ter tudo original sim, mas como nao concordo com tanto imperialismo, nao vou mais (e sei que isso nao faz diferenca nenhuma pra eles).

    Nao quero correr o risco de ter algo que eu nao posso modificar (desde que nao cause dano com isso, e isso inclui uso de jogos piratas) sob o risco levar processo. Prefiro continuar com todos os outros fabricantes que me permitem fazer o que eu quiser com o que eu compro, inclusive colocar fogo, arremessar na cabeca de alguem, etc.

    Se todos agissem assim, a Sony voltaria para suas origens vendendo gravador de fita k7 (“copiadores”… ironico, nao?).

    Ate hoje me pergunto quem foi, na Nintendo, que teve a “excelente” ideia de vender o projeto do SNES CD (PS1) pra Sony em vez de implantar… olha o que virou.

    Illidan (usuário não registrado) em 17/01/2011 às 10:27 am

    Enquanto isso o wiibrew está com td!

    Felipe (usuário não registrado) em 17/01/2011 às 10:29 am

    @aff – boa… hahahaha… não lembrava que, nos primórdios, a Sony fazia copiadoras K7. Hahahaha… é irônico mesmo.

    Rafael Rossignol (usuário não registrado) em 17/01/2011 às 10:42 am

    Qualquer console de video game é uma plataforma completamente fechada. Os caras da tectoy poderiam ter sido espertos e criado um SDK pra q qqr um crie homebrew, ai talvez popularizasse o console!

    teste (usuário não registrado) em 17/01/2011 às 11:48 am

    @aff,

    Ate hoje me pergunto quem foi, na Nintendo, que teve a “excelente” ideia de vender o projeto do SNES CD (PS1) pra Sony em vez de implantar…

    Na verdade, o PS1 *era* pra ser o SNES CD, seria uma parceria da Nintendo com a Sony (que também fazia jogos para SNES), mas a Nintendo sacaneou quando subitamente mudou sua parceria para a Philips (o que também não deu certo). A Sony, indignada, acabou lançando o PS1 de forma independente.

    foobob (usuário não registrado) em 17/01/2011 às 12:17 pm

    Que venha o Wii HD para tirar toda essa presunção da Sony…

    Leonardo Lopes Pereira (usuário não registrado) em 17/01/2011 às 12:38 pm

    Não sou especialista na legislação americana, mas…

    o Computer Fraud and Abuse Act é voltado para invasões de computadores de terceiros, com isso, a Sony alega que o PS3 não é de quem comprou, mas dela.

    Por outro lado, o DCMA é voltado para o conteúdo, assim, somente violaria tal norma o programa que permitisse a criação de cópias de jogos com DRM, e não o uso de softwares sem DRM.

    Ironmaniaco (usuário não registrado) em 17/01/2011 às 1:33 pm

    >>> @Ironmaniaco, como assim hipocrisia?

    Usar as desculpas de que “ele não apoia a pirataria”, e simplesmente quer a funcionalidade OtherOS de volta, ou rodar “softwares homebrew” em seu console para tirar o proprio **** da reta.

    HeDC (usuário não registrado) em 17/01/2011 às 1:34 pm

    Depois dizem que os EUA são “primeiro” mundo…

    Rael (usuário não registrado) em 17/01/2011 às 1:36 pm

    @aff: perfeito. Só pra complementar: não venderam pra Sony, a idéia de lançar seu próprio videogame.

    Primeiro, quando Tom Kalinske era presidente da Sega of America, ele tinha desejo de lançar o sucessor do Sega CD, em parceira com a Sony, uma das empresas que mais investiu em jogos pro Sega CD.

    Mas a Sega do Japão negou esse, e outros projetos do Kalinske, inclusive usar a CPU que acabou sendo do Nintendo 64.

    Aí a Sony então procurou a Nintendo, que depois de quase lançarem o periférico, também não quis fazer parceria com a Sony.

    Então, a Sony, sem apoio de nenhuma delas, decidiu seguir carreira solo.

    http://www.sega-16.com/feature_page.php?id=214&title=Interview: Tom Kalinske

    Zed (usuário não registrado) em 17/01/2011 às 2:22 pm

    @Ironmaniaco, bom, não entendo o porque querer manter esta modelo idiota de bloqueio de hardware.
    Ainda não acho nada de errado ter quebrado o PS3. O cara comprou o equipamento e faz dele o que quiser.

    Talvez quando as gerações anos 80 para baixo morrerem, a coisa anda.
    Percebo grande dificuldade destes em entender que podem ganhar dinheiro usando outras políticas de venda.

    O pior é o pessoal que acha que este tipo de prática é correto, é o mesmo tipo de pessoa que concorda o que foi feito na Bolívia, quando privatizaram o abastecimento de agua.
    Cobravam mais de 10% do orçamento das famílias e ainda proibiam a captação da água da chuva.

    @Zed, são duas coisas distintas: uma coisa é não concordar com essa política da Sony, isso acho que ninguém concorda. Pelo menos jogos caseiros ela deveria permitir, até pra incentivar novos desenvolvedores pra plataforma. Se a cada 10 mil desenvolvedores caseiros saísse um jogo que fosse legal licenciar e ganhar dinheiro, a Sony já estaria lucrando.

    Outra coisa, é que legalmente ela tem o direito de fazer isso e quem adquire o console hoje, está em tese concordando com esse direito. Se violar o termo, pode sim ser punido legallmente.

    Enquanto não mudarem a legislação as empresas como a Sony terão essas políticas e somos obrigados a seguí-las.

    Não concordo com pirataria, não sejam piratas, sejam livres.

    Carlos (usuário não registrado) em 17/01/2011 às 2:54 pm

    marcosalex,

    Antes de tudo, cito aqui: “Não há crime sem lei que o defina”.

    Você disse “Enquanto não mudarem a legislação as empresas como a Sony terão essas políticas e somos obrigados a seguí-las”.

    Gostaria de saber a qual lei você está se referindo, se é que você está se referindo à legislação brasileira.

    Zed (usuário não registrado) em 17/01/2011 às 3:07 pm

    @marcosalex

    “Enquanto não mudarem a legislação as empresas como a Sony terão essas políticas e somos obrigados a seguí-las. ”

    É ai que quero chegar, como que muda?

    Acho que estamos em outra realidade, que os governantes antigos não estão entendendo.

    A informática só existe pela cópia.
    Da Internet para o disco, do disco para memória, da memória para a memória de vídeo.
    É como querer que a água não seja molhada.

    Outro fator é o modelo fechado. Se antes era aberto, porque não abri-lo novamente?

    Temos que chegar para a Sony e fazer ela entender: Não queremos este modelo.

    E voltando a falar, pirataria só prejudica o governo e não a empresa. Porque quem compra jogo pirata, é aquele que não vai comprar de jeito nenhum, ou aquele que vai comprar mas quer experimentar antes. E em ambos os casos o console é vendido.

    Ironmaniaco (usuário não registrado) em 17/01/2011 às 3:12 pm

    >>> , bom, não entendo o porque querer manter esta modelo idiota de bloqueio de hardware.

    Eu também não tenho a resposta. Pergunte a Sony.

    Não concordo com este modelo, mas também acho hipocrisia aqueles que buscam rodar jogos piratas, se escorarem em desculpas do “quero meu software HomeBrew no meu PS3″.

    >>> O cara comprou o equipamento e faz dele o que quiser.
    O que é LEGALMENTE válido:

    http://www.scei.co.jp/ps3-eula/ps3_eula_en.html
    You may not
    (i) use any unauthorized, illegal, counterfeit, or modified hardware or software in connection with the System Software, including use of tools to bypass, disable, or circumvent any encryption, security, or authentication mechanism for the PS3™ system;

    Mesmo que seja por uma “boa causa”(OtherOS, Homebrew) é ilegal.

    Ironmaniaco (usuário não registrado) em 17/01/2011 às 3:17 pm

    E essa de “a ferramenta não roda jogos piratas” é o que o GeoHot diz para a mídia, ao contrário do que ele disse no IRC, que esta chave privada(rootkey) é o “caminho das pedras”, para a homebrew E PIRATARIA.

    Rael (usuário não registrado) em 17/01/2011 às 3:21 pm

    @marcosales: concordo quanto a hardwares novo, mas a Sony não tinha direito algum de remover o Other Os de equipamentos que usuários já possuíam, tanto é que está com dezenas de processos na justiça americana por causa disso.

    Ricardo (usuário não registrado) em 17/01/2011 às 3:34 pm

    Fazia um certo tempo que não visitava o br-linux, e vi algo que não estou gostando. Qual o problema do primeiro comentário do Ironmaniaco ? Ele disse que achava hipocrisia do cara, e simplesmente o comentário fica escondido ? Acho que está havendo um uso execessivo do direito de moderar. Não havia nada de ofensivo no comentário.

    Quanto ao que o GeoHot fez, concordo que é Ilegal. As regras são claras, não pode modificar. Quer um hardware livre ? Trabalhe com outras pessoas e tente montar seu próprio console. Que modificar o Software ? Compre um video-game que permita ou compre um PC.

    Não sei porque o pessoal está “comprando a briga” como se fosse um assunto free/open source.

    Ironmaniaco (usuário não registrado) em 17/01/2011 às 4:34 pm

    @Ricardo

    Virou normal moderarem comentários de opinião própria. :P

    >>> tanto é que está com dezenas de processos na justiça americana por causa disso.

    Sim, o OtherOS retirado, ai é oooooooooooutro assunto que cabe aos tribunais julgar, e que não poderia ser usado de gancho para a briga do desbloqueio do PS3.

    André Caldas (usuário não registrado) em 17/01/2011 às 4:58 pm

    @Ironmaniaco,

    EULA não é lei. Se a EULA diz que não pode, é a palavra deles contra a sua.

    EULA é só um jeito que os caras tem de escrever a própria lei.

    Ricardo (usuário não registrado) em 17/01/2011 às 5:11 pm

    “EULA não é lei. Se a EULA diz que não pode, é a palavra deles contra a sua.”

    EULA é um contrato entre duas partes, se vc concorda então você está obrigado por lei a cumprir o contrato. Se não concorda com o contrato não assine, não compre. Agora não pode é assinar e depois alegar que não é lei.

    Xinuo (usuário não registrado) em 17/01/2011 às 5:17 pm

    @Ricardo, eu não votei, mas me parece que o @IronManiaco chamou muita gente que acessa o site de hipócrita. Acho que isso vale como xingamento, não é?

    @IronManiaco, os termos de uso são discutíveis é coisa que a justiça americana irá descidir, já que a SONY entrou com ação contra o GeoHot.

    Não importa o que esteja escrito na licença do PS3, sendo algo ilegal não valerá nada e não poderá ser usado contra ninguém.

    Sinceramente vc e os outros que insistem nessa defesa deveriam tentar argumentar contra o fato de não ser ilegal desbloquear iPhones, que, creio, entrará no mesmo caso da quebra do PS3, ou seja: não é ilegal.

    macol (usuário não registrado) em 17/01/2011 às 5:21 pm

    a sony abraçou todo tipo de pratica “éticamente ilegal” do mercado já faz alguns anos.

    Tipo, quando vc compra um mp3 e instala o programinha da sony ela cola outros programinhas que vc não ficou sabendo na sua máquina!(e não deu permissão)

    he he hhe hehe

    Então, na minha modesta opinião, a sony, vem, de alguns anos para cá, aprontando muito mais com seus clientes!!!

    Quanto as lei brasileiras, não adianta colocar no contrato pedidos em desconformidade com a nossa LEI !!!! Pois, eles são nulos!!!!

    Burrocracia Brasileira!!!

    Ricardo (usuário não registrado) em 17/01/2011 às 5:49 pm

    @Xinuo
    Posso ter entendido errado, minha impressão foi que ele tinha acusado o GeoHot de ser hipócrita.

    “Não importa o que esteja escrito na licença do PS3, sendo algo ilegal não valerá nada e não poderá ser usado contra ninguém.”

    Eu acredito que importa, como disse acima é um contrato entre duas partes, as duas concordaram. Agora se acha que existem clausulas ilegais o caminho é não comprar e acionar orgãos de defesa do consumidor ou a justiça.

    @Xinuo

    Muito bem lembrado o caso dos Iphones.

    A justiça dos EUA já deu ganho de causa contra a Apple na questão de quem quebra a proteção do aparelho que comprou para poder instalar outros softwares. Justamente dizendo que quem comprou o aparelho é seu dono e faz com ele o que desejar.

    Essa jurisprudência vai ser extendida facilmente ao PS3.

    A Sony morre na praia se tentar defender nos tribunais essa causa.

    Já no Brasil, bloquear hardware e impedir o seu desbloqueio por parte de quem o comprou é simplesmente ilegal e nem caberia discussão.

    Nos EUA está caindo e no Brasil nunca esteve de pé tamanha porcaria pseudo-legal.

    Copernico Vespucio (usuário não registrado) em 17/01/2011 às 6:03 pm

    Sim, o comentário do @Macol é muito pertinente.

    A EULA é um contrato, sim. No entanto, creio, um contrato não pode de forma alguma alienar direitos (de qualquer uma das partes) já garantidos pela legislação vigente.

    Ou seja (exagerando): “Por meio deste contrato eu garanto que se não lhe pagar um milhão de reais daqui a uma semana, me tornarei seu escravo pessoal em caráter vitalício”. Um contrato desse, mesmo assinado e registrado em cartório, não teria a mínima validade.

    Eu não sou advogado, mas até onde sei um contrato pode ser contestado sim. E se a EULA tem a validade de um contrato, o mesmo pode se dar com ela. É só alguém peitar o contrato judicialmente e com isso gerar jurisprudência.

    Xinuo (usuário não registrado) em 17/01/2011 às 6:40 pm

    @Ricardo, não adianta ficar repetindo a mesma coisa, tente rebater os argumentos e eles são muitos.

    Leia os argumentos do @Copérnico Vespúcio, do @André Luis, do @André Caldas.

    Eu acrescento o meu: é ilegal o fabricante colocar a venda no Brasil e impor condições aos consumidores.

    Sem essa de que o (único) caminho é não comprar, vc mesmo diz que se pode tentar contestar. Então tb é uma alternativa comprar e contestar depois (se a SONY quiser vir com gracinhas).

    Vejo lados tão firmemente entrincheirados em suas próprias convicções aqui, que talvez seja ineficaz acrescentar algo. Mesmo assim vou tentar, destacando 2 pontos:

    1) não é lá muito prático, a não ser como exercício de suposição, analisar o caso Sony x GeoHot à luz da legislação brasileira. O caso deles é outro, e até mesmo lá na justiça dos EUA está causando questionamentos quanto a jurisdição, mas acho que é bem razoável supor que a nossa legislação (CDC, etc.) não se aplica ao caso.

    2) no caso do Brasil, me consta que a jurisprudência tem considerado nula (para os consumidores prévios de um produto ou serviço) as mudanças de contrato (incl. as chamadas EULAs) praticadas unilateralmente pelo fornecedor, ainda que a própria EULA preveja esta possibilidade – entre outras razões, devido à inexistência de uma nova “assinatura” ou manifestação de concordância que obrigue o cliente aos novos termos.

    No Brasil a legalidade desse tipo de cláusula nem precisa de discussão, pois elas são ilegais de forma bem clara: são nulas de pleno direito as cláusulas que “autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o conteúdo ou a qualidade do contrato, após sua celebração” (CDC, Art. 51, XIII). É o caso da cláusula 4 da antiga EULA do “Other OS” do PS3, que explicitamente buscava permitir à Sony revogar os direitos do usuário sobre o uso de outro sistema operacional a qualquer momento.

    Outro ponto ainda merece mais discussão sobre a validade (jurídica) das EULAs por aqui: o consumidor completa a transação, paga, recebe a comprovação da propriedade do bem e da disponibilidade do serviço, e só ao chegar em casa vai ver os termos de um contrato, usualmente em outro idioma, relativo ao que já adquiriu e sem ter recebido do varejista qualquer tipo de alerta sobre a natureza destas condições – infringindo assim de forma clara e concreta a disposição do Art. 46 do CDC.

    Isso é algo que está em discussão jurídica, não é algo que alguém possa chegar e dizer “vale e pronto, se não quiser aceitar só resta devolver”, assim como não se pode dizer “não vale e pronto, se não quiser aceitar minto que aceito e era isso”. Mas não existe algum tipo de “validade moral” para cláusulas em desacordo com a legislação – elas são nulas desde o princípio, e a responsabilidade pelas consequências da inserção de uma cláusula nula em um contrato padronizado certamente não pode ser imputada ao consumidor – quando ele diz que aceita, está aceitando apenas a parte não-nula.

    Acredito que ainda estamos longe de ver uma conclusão definitiva e genérica sobre a validade do contrato oferecido nessas condições, e me parece que nada foi visto a respeito especificamente do contrato (EULA) do PS3 no Brasil.

    Não sei quem está sendo mais hipócrita ou anti-ético na questão: se quem muda um contrato para retirar direitos que havia oferecido, ou se quem busca obter direitos que estavam vedados no contrato originalmente oferecido.

    Mas estes não são os 2 únicos casos presentes nessa situação, e querer reduzir a questão a isso, misturando a situação dos EUA com a nossa, leva a esse tipo de discussão acalorada e sem frutos.

    Carlos (usuário não registrado) em 17/01/2011 às 8:25 pm

    Pois é. Muitas pessoas querem defender o lado da Sony com um argumento pseudo-legal sem possuírem a mínima noção de direito. A argumentação do Augusto foi a primeira argumentação coerente aqui dos comentários.

    Não sei quem está sendo mais hipócrita ou anti-ético na questão: se quem muda um contrato para retirar direitos que havia oferecido, ou se quem busca obter direitos que estavam vedados no contrato originalmente ofeacrecido.

    O que há de anti-ético ou hipócrita em se buscar os direitos que foram retirados (ilegalmente, segundo vc mesmo)?

    Mesmo que uma das motivações alegadas seja essa de retornar o Other OS, a ação é realizada independente de haver contrato proibindo ou ter havido um autorizando. É mais uma questão de soberania de um consumidor sobre o bem que foi legalmente obtido. Quem têm mais vontade e poder sobre ele? A SONY que proibiu ou o consumidor que comprou e tenta contornar as proteções?

    Fazer um paralelo com as leis brasileiras serve para duas situações: levantar os argumentos a serem usados quando (ou se) o embate chegar ao Brasil (a SONY tentar criminalizar os que fazem/fizerem uso do jailbreak aqui) e tentar estabelecer o que é justo ou não, independentemente dos países tenham diferentes leis.

    self_liar (usuário não registrado) em 17/01/2011 às 10:18 pm

    Todos os países deveriam colocar em lei que o fabricante deve oferecer alguma forma de acesso livre ao hardware .Seja permitindo desbloquear o firmware ou oferecendo documentação. É necessário essa legislação pois cada vez mais as coisas ficam pequenas e os fabricantes tem cada vez mais poder de dizer se o seu video-game é uma pedra ou um video-game.Isso acontece pois os chips de hoje são tão pequenos que é impossivel alguém descobrir como o hardware funciona.E nem vale a pena,pois o fabricante sabe como funciona e ninguém quer fazer trabalho duas vezes.

    Xinuo, acho que você não entendeu bem o que eu escrevi. A situação cuja ética eu questionei não é o caso que você mencionou. Não acho que haja nada de anti-ético ou hipócrita em o detentor de um direito buscá-lo quando alguém tenta retirá-lo ilegalmente.

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