“Lixo eletrônico” se transforma em thin clients para instituições carentes
Para ser transformado em um terminal de trabalho pela iniciativa abaixo, um computador antigo precisa ter apenas uma placa mãe, um processador e 128 MB de memória, além, claro, de uma placa de rede. Isto porque todos os dados e o sistema operacional estarão armazenados somente no servidor, que compartilha o uso das funcionalidades (CD-ROM, DVD, impressoras etc.) com os usuários dos demais terminais.
Da Linux Magazine:
Computadores antigos ou obsoletos que, para empresas de diversos ramos de atividade, representam uma incômoda sucata eletrônica estão sendo recuperados para operar como terminais leves e doados para as áreas administrativas ou programas de inclusão digital realizados por entidades e instituições que atendam a comunidade. A ideia é da CRMG Network & Security, empresa entrevistada na edição de fevereiro da Linux Magazine e especializada em soluções para informática, que resolveu doar a mão de obra do trabalho de recuperação dos equipamentos que seriam descartados pelos seus clientes.
Com o objetivo de promover a inclusão digital nas instituições beneficentes, assistenciais ou de ensino que não dispõem de verba para a aquisição de equipamentos de informática, a CRMG Network & Security, de Campinas, está oferecendo gratuitamente estações de trabalho montadas com computadores e acessórios que, para muitos, não passam de lixo eletrônico. As entidades e instituições que desejarem receber os equipamentos em doação devem entrar em contato com a CRMG pelo telefone (19) 3252-4906. (via linuxmagazine.com.br)
A ideia é boa, o problema que maquinas mais antigas geralmente tem um consumo de energia muito maior que a de máquinas atuais (e obviamente dos thin clients dedicados pra isso). Será que o que se economiza em hardware não se acaba gastando na conta de energia elétrica?
Sem falar que a experiência de terminais X com placas de vídeo de 1, 2 ou 4MB e placas de rede Realtek 8139 não é uma coisa muito… Agradável.
Bom, quanto a questão da energia, o fato de os thin clients não precisarem de HD não minimiza esse problema?
Sem querer dar pitaco e já dando-o:
:. Se o hardware for muito antigo, é possível que ele não suporte ACPI ou APM, e consequentemente o famigerado gerenciamento de energia;
:. Fontes antigas (e até mesmo novas) de baixa qualidade, possuem eficiência baixa. Ou seja, boa parte da energia que é consumida na verdade é desperdiçada na forma de calor;
:. Um dos maiores vilões no consumo de energia é o monitor CRT (de tubo). Se as máquinas possuem monitores LCD de 15″ ou 17″, já há uma sensível melhora no consumo (um monitor 19″ CRT consome 90W contra 45W de um LCD de mesmas dimensões; valor médio típico);
:. O consumo dos discos rígidos e unidades ópticas realmente é um problema que só se resolve ao adotar thin clients. Particularmente o custo de reposição é maior até que o custo de energia consumida (tipicamente 5W);
:. Usando-se switchers gerenciáveis e placas ethernet gigabit ao menos no lado do servidor de terminais, minimiza-se o “gargalo”. Como thin clients normalmente só usam aplicativos 2D, o consumo de banda não é demasiadamente alto.
Uma solução para quem busca velocidade e (relativa) economia são os sistemas multihead (máquinas modernas com até 6 ou 8 monitores, teclados e mice).
A questão não é economizar energia ou os custos, mas sim reaproveitar o “lixo eletrônico”. E, como esses thin clients são doados, quem recebe a doação não arca com o custo do equipamento apenas da energia gasta a mais pelo equipamento mais beberrão.