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Certificações em TI: uma necessidade ou pura invencionice?

A pergunta do titulo vem do IDG Now, e o autor de lá também responde o que pensa, e vou destacar duas frases da resposta: “O que o segmento de TI precisa é de pessoas com raciocínio veloz, capazes de se adaptar ao ambiente volátil intrínseco à atividade e ao desenvolvimento das tecnologias. Quem entra nessa selva tem de estar pronto para aprender algo novo, antes de serem lançadas apostilas sobre o assunto.”

Eu não concordo integralmente. Para mim certificação não serve como diferencial nem como comprovação de competência, mas entendo que faz sentido, para quem promove processos seletivos de profissionais, usá-la como peneira inicial (pontuando, mas não de forma eliminatória, idealmente). Nem todo contratante tem condições, competência ou interesse para fazer uma pré-seleção mais específica, então para o profissional que participa desse tipo de processo seletivo, exibir as certificações relevantes (gastando tempo e recursos para obtê-las) pode acabar sendo o que abre a porta para uma entrevista em que ele poderá mostrar que realmente manja do assunto que interessa à empresa.

Mas isso é apenas a minha opinião, e sei que há quem discorde veementemente, em pelo menos 2 extremos (certificação como algo extremamente necessário, e certificação como sendo uma cilada extremamente prejudicial injustamente a alguém). De qualquer forma, o link para o texto completo do IDG Now consta abaixo. Segue a introdução, detalhando a pergunta:

Para quem se apresenta como especialista, uma certificação poderia ajudar a atestar sua competência. Mas será isso o mais importante?

A questão da certificação em TI tem voltado à tona ultimamente e, à primeira vista, parece uma boa ideia. Praticamente todo mundo que trabalha com o segmento de TI já se deparou com quem se declara profissional e acaba demonstrando uma aptidão sem precedentes para estragar qualquer coisa em que encoste.

Normalmente leva poucos dias para que todos percebam que o sujeito não tem qualquer noção de sua área e de suas atribuições. Se certificação for a saída para esses casos, valerá a pena investir na busca pela solução e reciclar o profissional. Afinal de contas, as certificações têm funcionado para áreas como contabilidade e engenharia, não têm? (via idgnow.uol.com.br)


• Publicado por Augusto Campos em 2010-06-09

Comentários dos leitores

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    Henrique (usuário não registrado) em 9/06/2010 às 3:09 pm

    Na minha opinião, se você não tem competência para avaliar o profissional para o cargo ao qual o está contratando, você não deveria nem estar contratando em primeiro lugar. Certificações não irão te salvar disso.

    Quem contrata precisa saber o que é preciso para desempenhar o cargo, e saber como avaliar o trabalho realizado. Idealmente, quem contrata tem experiência na área para a qual está contratando.

    Caso contrário, você encontra estas situações onde o DP contrata alguém pelo currículo, a gerência acha que o profissional está fazendo um bom trabalho, mas no fim das contas ninguém sabe avaliar corretamente e o profissional só enrola a todos.

    thiagomoraesp (usuário não registrado) em 9/06/2010 às 3:17 pm

    Os melhores profissionais que eu conheci até hoje não tinha certificação nenhuma, e eram caras extremamente bons naquilo que faziam.
    E o que eu vejo na maioria das vezes é que esse povo que tem certificação é meio fraquinho no que diz respeito a ser adaptar a uma nova realidade, eles são bitolados no mundo acadêmico e não vivem o mundo real!

    Conan (usuário não registrado) em 9/06/2010 às 3:18 pm

    Para quem está começando na área pode ser um diferencial. Para quem já está estabelecido é pura perda de tempo e dinheiro.

    Elessar (usuário não registrado) em 9/06/2010 às 4:23 pm

    Certificações > Diploma de graduação.

    Mas acho que ambos não querem dizer absolutamente nada. Já vi muita gente excepcional que não tinha sequer um LPI I.

    Marcelo Gondim (usuário não registrado) em 9/06/2010 às 4:37 pm

    Olá pessoal,

    Vou colocar algumas coisas que julgo verdadeiras:

    1º Um curso de 1 semana ou 1 mês não passa a experiência de um profissional que já trabalha com Linux e outros softwares livres há anos. Na minha época, em 1996, não haviam certificações e muito menos livros nas livrarias como tem hoje. Naquela época se aprendia lendo mans, howtos, faqs, documentações dos softwares e metendo a mão na massa. Já tive certificações e hoje não as tenho mais. Cada dia aprendo coisas novas e ajudo outras pessoas que estão começando. A certificação nunca foi um problema para mim ou pessoas que conheci com vasto conhecimento.

    2º Para mim a certificação é o primeiro passo para quem está começando nesse nosso mundo. Daí vai começar a experiência dele. Conheci pessoas com certificação que diziam que para 2 sistemas se falarem precisavam estar usando o mesmo sistema operacional. Estranho para mim sempre foi o protoco e pior essa pessoa ainda dizia que tirou isso da Certificação Cisco. Bem quando olhei o material da Cisco dizia Protocolo! Quer saber o que ainda é pior? Essa mesma pessoal era professor em uma Universidade. :(

    3º Faça Certificação, é bonito e lota a sua parede com quadros bonitos e moldurados mas mantenha a mente sempre exercitada, com raciocínio lógico e rápido. As situações mais problemáticas que irá encontrar no mercado de trabalho não estão nos livros e cursos, estão na sua capacidade de buscar a solução rápida e armazená-la como experiência. :)

    4º Para empresas que contratam um especialista somente pelo certificado, sinto dizer que um dia podem se arrepender. Eu não usaria um certificado nem como processo seletivo, mas usaria como complemento na entrevista técnica que faria com esta pessoa.

    Resumindo: leiam bastante, troquem ideias com outras pessoas técnicas, busquem o crescimento profissional assimilando a cultura e o conhecimento nos assuntos que mais gostar. Não tem como saber tudo ou achar que sabe tudo, porque a tecnologia está sempre se modificando. Trabalhe bem em equipe, seja um cara disposto à ensinar seu colega e seja humilde escutando-o também.

    Seja o “cara” da sua empresa mas não esqueça as origens! :)

    Essa é a minha opinião e sei que existem várias outras e respeito todas. :)

    Grande abraço à todos

    Certificado (usuário não registrado) em 9/06/2010 às 4:38 pm

    Claro que ajuda. A certificação demonstra no mínimo uma disciplina para estudar e atingir o objetivo. Esse papo de que os melhores profissionais não são certificados é conversa fiada. Se eles são tão bons assim, então porque não fazem a prova e se certificam ?

    Tenho 15 anos de profissão, e comecei minhas certificações há 4 anos atrás, e apesar da longa experiência, aprendi muita coisa importante.

    Certificação é um learn path que lhe assegura que conheça as diversas faces da solução e não somente àquelas que vc já domina.

    Hugo Rosa (usuário não registrado) em 9/06/2010 às 4:38 pm

    Bem, devo dizer que na área de Engenharia as certificações apresentam os mesmos problemas. As certificações tem alto custo e nem sempre quem fez o “curso” aprendeu.

    Acontece que hoje a área de tecnologia avança rapidamente e este sistema baseado em certificação e cursos superiores não acompanha o ritmo. E ainda esse sistema penaliza os autodidatas que são pessoas que conseguem aprender por si só, e normalmente se adaptam as mudanças.

    Um aperfeiçoamento que pode vir a beneficiar o mercado é separar o aprendizado da avaliação nas certificações. Pois, avaliar tem um custo menor, e pode ser realizada com uma frequência maior, adicionando as mudanças conforme elas acontecem.

    Outra sugestão, é mudar o sistema binário de certificação, ou tem ou não tem. E fazer uma sistema como de video-game, certificações nível bronze, prata, ouro conforme o desempenho do avaliado. Assim, se separa os que aprenderam dos que frequentaram.

    Certificação é algo importante, mas não para ser um profissional. A certificação é uma forma de mostrar pra quem não entende nada de informática que você não é um profissional falso, que pelo menos alguma coisa você entende. Mas acho que deveria se valorizar muito mais cursos que certificações. Não que cursos sejam fantasticos, mas conheço pessoas com pouco raciocínio e facilidade de decoreba que passa em exames de certificação. Os exames testam muito mais sua capacidade de memoria que de raciocínio. Quando precisamos resolver um problema, ninguém impede a gente a consultar alguma documentação, no exame você não pode fazer isso. Resultado, você trabalha com varios sistemas e nunca vai poder decorar tudo deles, você decora pra passar, e depois esquece denovo, pois precisa ter espaço em memoria para as coisas cotidianas. Na informatica memoria é importante, mas raciocinio é muito mais. Oque deveria realmente mudar é a qualificação dos entrevistadores, mas como não estamos em um mundo ideal, faça certificação.

    rogerio (usuário não registrado) em 9/06/2010 às 4:57 pm

    O problema é que certas certificações vc so consegue fazer a prova se fizer o curso oficial (ex.: Oracle) que são relativamente caros e igonora o autoditada. As certificações MS onde vc pode simplesmente fazer a prova, há tempos atrás era possivel pegar o material da prova na net estuadar ele e pronto (não se ainda são assim), o seja o cara é apto a fazer a prova!, e pode não saber nada além disso.
    Como tudo na vida, é uma faca de dois legumes.

    Alexandre Liberato (usuário não registrado) em 9/06/2010 às 5:06 pm

    “Nem todo contratante tem condições, competência ou interesse para fazer uma pré-seleção mais específica, então para o profissional que participa desse tipo de processo seletivo, exibir as certificações relevantes (gastando tempo e recursos para obtê-las) pode acabar sendo o que abre a porta para uma entrevista em que ele poderá mostrar que realmente manja do assunto que interessa à empresa.”

    Assino embaixo.

    Vejamos, precisamos de um profissional com a certificação para utilizar o software X415 da empresa BRXZ.

    O profissional apresenta o dito certificado, é contratado e após 10 minutos, começam as atividades que a certificação não cobre:

    - Estão pedindo para o cara resolver o probleminha da impressora
    - Do mensageiro eletrônico que não conecta
    - Explicar como faz uma soma no BrOffice Calc
    - Elaborar um levantamento estatístico para a reunião do dia tal
    - Digitalizar a fotinho da prima do irmão de não sei quem
    - Configurar o fax
    - Explicar como funciona a câmera digital que beltrano comprou
    - Descobrir porque o teclado numérico parou de funfar (Num Lock Off)
    - Descobrir que o cabo crossover que você fez passou por meia dúzia de formados em TI que não souberam como usar
    - Explicar para fulano como utilizar a calculadora do smartphone
    - Deu creps e tem Chip, chama o TI
    - Tem que manipular (coletar, modelar, processar, formatar) dados, chama o TI

    Reforçando o que o Henrique disse, quem contratar tem que saber do riscado e fazer uma boa avaliação do candidato (quase uma nova certificação), afinal, estar certificado não significa estar apto para a função (teoria versus prática e a teoria colocada em prática).

    Para descontrair:

    TI é aquela pessoal anormal, fominha de conhecimentos, que fala com as máquinas naturalmente, avalia a temperatura com a palma da mão e só no ouvir pode identificar problemas (cooler, rede elétrica, hd). O usuário mostra o erro que esta tela do pc de um programa feito por terceiros e o TI já sabe se é erro de liberação de um objeto inexistente, falta de tratamento de exceção, falta de validação do dado (E como que por mágica, o código que faria a correção fica pipocando na mente do TI). Essa pessoa faz a ponte entre equipamentos e pessoas normais.

    TI sai de férias = Máquinas tem xilique (surtam)
    TI põe o pé na sala = Fica tudo uma Brastemp (será a presença magnética, o medo da chave de fenda ou da digitação de códigos mortais).

    * Qualquer semelhança com outras profissões é pura coincidência.

    Resumindo: Se vai contratar, aplica provas teóricas e práticas para aferir se realmente o candidato está apto a função. A certificação é só um possível Plus no curriculum e na parede.

    Chico (usuário não registrado) em 9/06/2010 às 5:11 pm

    Eu acho um absurdo o preço do exame de um RHCE ou PMP por exemplo.

    A Red Hat veio com essa novidade de prova prática. Eu até acho interessante, mas o preço da prova é exorbitante para o nosso mercado.

    Não tiro e não vou tirar certificação de Linux porque acho caro manter. O salário no final não compensa. (Já vi vaga com requisito de RHCE querendo pagar menos de R$ 3500)
    E o espírito de software livre vai contra isso. O LPI deveria ser muito barato considerando que a fundação não deveria ter fins lucrativos.

    Já a Red Hat ganha muito, deveria pensar que chegou lá por colaboraçao da comunidade.

    Douglas MAriano (usuário não registrado) em 9/06/2010 às 5:29 pm

    eu vejo a certificação como uma ferramenta, ela não fará nada sozinha por você, você tem que saber como tirar proveito dela. quem programa a varios anos ou domina desenvolvimento não vai fazer muita diferença mesmo…

    existem algumas empresas que quando vão terceirizar alguma ferramenta exigem que a empresa prestadora ou PJ tenha alguem certificado.

    se não me engano a Petrobras aqui de são José dos campos é uma delas.

    alves (usuário não registrado) em 9/06/2010 às 6:27 pm

    Eu acho a certificação um grande engodo.

    Além de toda a discussão acima sobre os auto didatas, tem ainda o lado acadêmico. Já vi alunos que ralaram para passar numa prova para cursos de Ciências da Computação na UNICAMP, USP, …, penarem por 4 anos num curso puxado, cheio de calculo diferencial-integral, física, e outras muitas disciplinas específicas da área. Após tudo isto este indivíduo se torna autodidata por naturalmente.

    Ao terminarem ainda são obrigados a fazer várias certificações, pois de outra forma o mercado não os reconhece.

    E para terminar, no cartão do coitado tem um monte de logos de diferentes certificações, e na base do cartão, com letras minúsculas, praticamente ilegíveis: “Bacharel em CC pela UNICAMP”.

    Pessoalmente duvido que qualquer certificação possa se comparar a algo como um Bacharelado em uma Universidade.

    ewerton (usuário não registrado) em 9/06/2010 às 6:52 pm

    Builder, infelizmente é assim mesmo, até trocar lampadas fluorescentes na ausência do eletricista já me empurraram como tarefa.
    Chico concordo com você, algumas certificações cobram tão caro e não dão retorno financeiro a curto prazo, eu fiz recentemente a compTIA A+ e até agora a melhor proposta foi trabalhar vendendo suprimentos de impressoras numa loja do infoshopping, e você vê aquelas caras de ets das psicologas e pessoal de rh quando leêm o seu curriculo e não sabem para que servem 90% dos cursos, teve uma que me perguntou se eu não conhecia o pacote office, e a outra aproveitou para perguntar porque no msn dela sumiram os contatos.

    Chico (usuário não registrado) em 9/06/2010 às 6:57 pm

    Quanta bobagem!!! Tem gente que acha até que “certificação mostra que vc sabe estudar, ter metas e atingir objetivos” ahahaha

    Querem saber a verdade? certificação é “cartão de visita de incompetente”, daqueles que até sabe estudar e memorizar, mas nem sempre tem jogo de cintura, curiosidade de hacker ou capacidade social =D

    Não invista nisso de certifiação, prefira o jeito open-source: encontre projetos do seu agrado e contribua. Se vc já faz isso, mas só traduz ou ajuda a divulgar. Para, e começa a bombar código!! Não sabe por onde começar? pois bem: comece corrigindo bugs (todo projeto tem um tipo de bugzilla).

    E se a oferta de emprego pede certificação, nem se candidate. Provavelmente após 6 meses vc estará entediado ou deprimido ahahaha

    Benjamim (usuário não registrado) em 9/06/2010 às 7:48 pm

    Pra mim a certificação é igual uma carteira de motorista, ter uma não significa que você sabe dirigir, mas que uma certificação no currículo te abre muitas portas é inquestionável. Sou certificado Cisco CCNP e o número de propostas e ofertas de salário que venho recebendo após este título aumentou consideravelmente. Mas para mim uma certificação é um complemento da sua formação, primeiro faça uma boa faculdade, aprenda BEM inglês (sem essa de ingles técnico) e depois pense em uma certificação que vai agregar a área em que você trabalha.

    Fiz um curso microsoftiano onde o instrutor se perdeu ao calcular mascara de rede, tinha certificação cisco !

    Um cara que trabalhava aqui comigo pediu demissão após curso e certificação cisco, disse que iria ficar rico. Após 2 anos, continua desempregado e vive ligando para pedir o emprego de volta.

    Sei lá, sempre que alguem diz “tenho certificação cisco”, desconfie ! :)

    Vinicius Ramos (usuário não registrado) em 9/06/2010 às 8:50 pm

    Quem só tem faculdade critica as certificações. Quem só tem certificações critica as faculdades.

    Benjamim (usuário não registrado) em 9/06/2010 às 9:05 pm

    Pessoal, acho isso um engano, não da para comparar certificação com faculdade. Faculdade tem validade acadêmica ela é focada em conceitos, certificação não tem validade acadêmica elas so existem para suprir uma demanda imediata do mercado.

    atf (usuário não registrado) em 9/06/2010 às 9:52 pm

    A finalidade principal é engordar o caixa de alguém. Jamais daria a uma empresa que vende diplominhas, procuração para selecionar, ou indicar, meus funcionários.

    eu acho que universidade serve para algumas coisas…

    certificação e especializações em geral(lato sensu) para outras…

    Mas no fim eu acredito em quem acredita que a vida é um processo de educação permanente que ocorre debaixo de uma árvore, numa mesa de bar e até em um laboratório, porque não né.

    decididamente o que conta é experiência, bom senso e humildade, qualidades tão ou mais respeitáveis que um pedaço de papel.

    Igor Cavalcante (usuário não registrado) em 9/06/2010 às 10:52 pm

    Eu tenho estudado pra SCJP, Certificação de programador java e eu já paguei o Vouchair, se eu pudesse voltar atrás, voltaria e pegaria meu dinheiro de volta, pois eu vi que nas questões da certificação eles dão valor muito mais a decoreba da sintaxe do que ao desenvolvimento de um produto de qualidade.

    Eu acho que não vale a pena ficar decorando detalhes pequenos de uma tecnologia quando se tem uma IDE que já faz isto pra você. Acredito que me inscrevi na certificação muito mais por vaidade pessoal do que por algo mais significativo.

    Algumas empresas levam em conta a certificação e muito, mas eu tô me lichando pra elas, elas estão perdendo muitos profissionais bons que não querem nem precisam de uma certificação pra provar o que sabem.

    Joao Paulo (usuário não registrado) em 9/06/2010 às 11:18 pm

    As certificações surgiram nos EUA. Lá elas são usadas por profissionais sem diplomas acadêmicos para demonstrar que podem concorrer as mesmas vagas de um profissional formado, desde que o trabalho envolva o objeto de sua certificação. Profissionais formados não buscam certificações, pois desta forma estariam desvalorizando seus diplomas, sua formação acadêmica.

    Desta forma, em seu conceito original, de dar oportunidade para profissionais que não tiveram chance de frequentar uma universidade, porém são muito competentes, entendo a certificação como algo positivo.

    Particularmente, posto que sou formado em CC, nunca me submeteria a um processo de certificação. Inclusive, meia década atrás, trabalhei em uma empresa que me proporcionou cursos da MS e da Sun, plataformas com as quais lidava. Posteriormente, ofereceu também a proposta de pagar a certificação. Estive entre os profissionais que recusaram esta última oferta.

    Certificação é uma ferramenta e um diferencial sim. Não estou aqui questionando se vale, se não vale, se o autodidata é quem vale mais ou se o quente é a faculdade. Estou sendo pragmático em afirmar que o mercado no geral vê certificações com bons olhos então há sim um valor agregado em tê-las. Engana-se quem pensa que é só se envolver com projetos open-source e mostrar que é hacker vai abrir as portas do RH. Em vários lugares isso funciona mas na imensa maioria das empresas, quem não tiver diploma e/ou certificações não passa nem na primeira peneira do RH. Novamente, se eles estão certos ou errados em fazer isso, não é meu ponto, estou apenas apontando como as coisas são. Em algumas empresas, como a Canonical onde trabalho, é diferente sim. Eu contrato e faço entrevistas mas muitas vezes os currículos chegam para a gente via agências e as agências olham estes fatores mesmo que não estejam na descrição da vaga pois é o primeiro filtro que eles usam. Colocando meu chapéu de “recrutador”, certificações estão em 3o lugar na minha lista de prioridades quando entrevisto alguém mas eu as uso como forma de dirigir a entrevista e não como algo líquido e certo. Oras, existem empresas que vendem “braindumps” (listas reais de questões das provas) e certificações que são dadas de graça apenas por ter outra então aquela sopa de letrinhas para mim, per se, nada vale se o candidato não provar que tem o conhecimento que vêm (ou deveria ao menos vir) junto.
    Em resumo: em minha opinião, certificação serve para passar a peneira do RH e agrega valor aos olhos dos recrutadores então, se puder, faça.

    Ricardo (usuário não registrado) em 10/06/2010 às 11:14 am

    A afirmação de que a certificação é um ‘diferencial’ é absolutamente FALSA porque parte da condição de que, antes da certificação, todos os profissionais estão em situação de igualdade. Essa distorção da lógica só pode ser feita por quem não entende de lógica (procurem um certificação!) ou não tem motivos para usá-la.

    Certificação e curso universitário tem escopos muitos diferentes, pois a certificação ‘comprova’ entendimento de UM ÚNICO PRODUTO. E só. Se você fez Ciência de Computação deve ser capaz de aprender uma nova linguagem bastando estar diante da documentação necessária. Seu diploma – se você o mereceu – deve certificar isso. Caso contrário, você foi vítima de charlatanismo ou está prestes a se tornar um charlatão. Competência é algo além de certificação e bacharelado, sim. Mas bacharelado vai muito além de certificação, não se enganem.

    É lamentável e frustrante que tenhamos uma indústria que não entende – ou muitas vezes se faz de desentendida conveniente – o perfil dos profissionais que emprega.

    Me parece que nas situações mais comuns do mercado de trabalho é perfeitamente possível ter e agregar novos diferenciais mesmo quando a situação anterior a eles não é de igualdade.

    ericodc (usuário não registrado) em 10/06/2010 às 11:36 am

    @Igor, acho que existe um valor pedagógico em estudar aquilo que a “IDE faz”, exatamente para dar autonomia da pessoa frente à ide’s, até para que estas sejam o que realmente são, uma ferramenta de produtividade, só isso.

    Particularmente, posto que sou formado em CC, nunca me submeteria a um processo de certificação.

    Posto que ninguém sabe tudo, se você souber direcionar bem a sua carreira acredito que uma ou outra certificação podem ajudar a avançar na proficiência sobre uma tecnologia ou produto.

    Lewis (usuário não registrado) em 10/06/2010 às 1:17 pm

    Certificação é mais uma invenção da Microsoft para ganhar dinheiro nos seus cursos via Powerpoint.

    João Paulo (usuário não registrado) em 10/06/2010 às 1:18 pm

    Posto que ninguém sabe tudo, se você souber direcionar bem a sua carreira acredito que uma ou outra certificação podem ajudar a avançar na proficiência sobre uma tecnologia ou produto.

    Certificação não lhe ajuda a avançar na proficiência de nada, já que se trata de uma prova. O que lhe ajuda a avançar no domínio de uma tecnologia é estudá-la. A certificação seria a prova que você estudou.

    O que disse, e talvez não tenha ficado claro, é que um profissional formado não precisaria de uma certificação da empresa XYZ pra dizer que ele sabe estudar. Se este mesmo profissional se submete ao processo de certificação do fabricante XYZ, então ele esta dando margem para que concluam que seu diploma realmente não vale muita coisa.

    Ricardo (usuário não registrado) em 10/06/2010 às 4:06 pm

    Sim, o problema surge quando “um” diferencial se torna “o” diferencial independentemente dos demais. Assim, se nivela os profissionais por baixo para, em seguida, diferenciá-los com a CXYZ. Certificação como filtro de currículo (o diferencial a que me referia, e outros também) é burrice e ruim para todo mundo, exceto para a indústria de certificações. Eu não desejo que a indústria comece a ignorar os títulos, até por que isso é impossível (e eu também tenho os meus). Desejo apenas que ela saiba interpretá-los e não os use como regra de descarte. Não é difícil, e é muito interessante, saber o que um certificado e um não-certificado andaram efetivamente produzindo por aí até aparecer na sua entrevista. SCJP por exemplo, se for pela certificação eu só contrataria um para dar treinamento para… o exame SCJP. Se o sujeito for também analista e/ou desenvolvedor, daí eu lhe confiaria outras coisas.

    Certificações….

    ….a mais pura invencionice para se fazer dinheiro que já existiu na história de TI.

    irado (usuário não registrado) em 12/06/2010 às 12:58 pm

    a certificação só tem servido para as psicoloucas eliminarem gente competente porque elas mesmas nao tem competencia alguma para avaliar o candidato. Tenho sido SISTEMÁTICAMENTE rejeitado em TODAS as avaliações por falta de qualificação adequada (dizer delas), enquanto IMHO, a elas é que falta qualificação adequada. Mesmo um marcelo gondim (que está em post mais acima) seria desqualificado. Conheço vários outros que NÃO SÃO certificados mas são ótimos no que fazem. Eu (por exemplo) me recuso sequer a pensar numa LPI, porque (sempre IMHO) é “debianizada” demais. Como ficariam, então, quem conhece RH, ou SuSE ou Slackware? Eu administro QUALQUER uma delas, sem problemas, até mesmo as Debian, mas sem certificação.

    self_liar (usuário não registrado) em 12/06/2010 às 4:53 pm

    Acho que chegamos ao ridiculo das pessoas serem “seladas” como se fosse produtos certificados pela ISO.E ainda por cima gastar dinheiro para ser selado.

    Essa história de certificação demonstra o estado cruel em que se encontra a nossa educação e o sistema de trabalho. Isso demonstra que o mercado de trabalho virou um mercado mesmo e bem sujo. Agora as pessoas são mais valorizadas por quantos selinhos tem comprado para por na testa. Criando mais uma nova barreira,impedindo que alguns menos experientes fiquem impedidos de trabalhar.

    As pessoas não tem mesmo nem uma educação básica decente (sim e isso é de propósito),não tem educação em casa , uns 70% do povo paga a faculdade e as públicas a elite roubam todas as vagas).

    E agora inventam o sistema de selinhos da fedex! Agora ficou mais dificil procurar trabalho. Uma coisa tão essencial para a SOBREVIVENCIA do homem.

    Vocês já contaram quantos sistemas de classes nos temos?

    devnull (usuário não registrado) em 13/06/2010 às 5:21 pm

    Impressão minha ou o pessoal modera os comentários simplismente porque não concorda com a opinião alheia.

    Já ouviram falar em democracia? Que tal tentar?

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