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Professor de computação acusa aluno de, ao publicar o código-fonte de seus exercícios, estar ajudando os alunos do futuro a colar – ou algo assim

Professores pré-históricos na Era da Informação: “O Ars Technica trouxe um interessante artigo sobre um estudante de ciência da computação da San Jose State University (EUA) que, após a conclusão de uma disciplina, publicou os códigos-fonte feitos por ele como resposta aos exercícios e atividades. O professor da disciplina opôs-se vigorosamente a essa iniciativa do estudante, levando o caso até a direção da Universidade, alegando que ele estava violando a política de conduta da instituição, pois era uma forma de ajudar os colegas (das futuras turmas) a “colar”. O caso não é único, e expõe uma ferida aberta na forma como professores tentam avaliar o desempenho individual de seus alunos, em plena era do compartilhamento da informação.” [Enviado por Fábio Prudente (fprudenteΘgmail·com) - referência (fprudente.blogspot.com).]


• Publicado por Augusto Campos em 2009-06-15

Comentários dos leitores

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    ELS (usuário não registrado) em 15/06/2009 às 7:36 am

    Lembro quando fiz minha graduacao em Ciencia da Computacao rolou algo semelhante. Publiquei os meus codigos no final do semestre, quando o professor disse que ja’ havia fechado as notas, mas acontece que alguns alunos atrasaram e ficaram de entregar o projeto mais tarde… Qdo vejo alguns agiram de ma’ fe’ e entregaram o meu codigo. No final o professor ferrou todos, inclusive eu. Nao liguei pois nao precisava da nota do projeto para passar, mas deixei claro que o codigo era meu.

    Uma alternativa e’ fazer como no ITA, onde o trabalhinho da disciplina de SO e’ escrever device driver inedito e que funcione pro kernel do Linux.

    Também já enfrentei esse problema como professor. A solução que encontrei foi passar um trabalho distinto pra cada dupla, mas criatividade tem limite.

    Ainda não encontrei uma forma segura de avaliar a capacidade de programação do aluno tendo certeza que foi ele que fez, sem pegar no Google ou semelhante.

    Uma forma que pra mim parece funcionar é:
    1. Mudar o projeto de acordo com o ano, talvez um projeto inédito como disse no comentário aí acima
    2. Para cada projeto, ter também alguma coisa parecida com uma prova oral em que o aluno tem que explicar como o código funciona

    Para o primeiro item tem muito professor que não gosta, pois vai dar mais trabalho pra ele. Acho que isso pode ser facilitado com o segundo item, além do que exige esforço do aluno de saber explicar o que ele fez, além de ser uma garantia a mais que foi realmente ele que fez.

    Tive contato com essa forma de avaliação tanto na USP quanto aqui na Itália.

    Estêvão Soares (usuário não registrado) em 15/06/2009 às 8:49 am

    Chega a ser ridículo.

    Nós estamos lutando de forma árdua para colocar o espírito, a mentalidade Open Source na cabeça das pessoas e um professor me dá um dessa. É muita ignorancia. O professor que mude o exercício horas…

    Fábio Prudente (usuário não registrado) em 15/06/2009 às 9:07 am

    A grande questão é: precisamos dar tanta ênfase à avaliação da capacidade INDIVIDUAL do aluno, EM CADA DISCIPLINA?

    Nem todos os alunos de ciência da computação serão bons programadores. Alguns serão bons gerentes, outros serão bons teóricos… isso acontece em qualquer curso!

    Que notas os professores conseguiriam, se fossem submetidos às provas de todas as outras disciplinas? – e o que essas notas dizem sobre a capacidade desses professores?

    Nesse artigo, procuro levantar esses e outros questionamentos. Estamos no meio de uma revolução do conhecimento, e a Escola continua mantendo modelos e valores do séc XVIII.

    Márcio Carneiro (usuário não registrado) em 15/06/2009 às 9:10 am

    O problema pode ser facilmente resolvido com o professor elaborando novos trabalhos a cada semestre.
    O problema é que boa parte dos professores universitários não consideram como atividade importante dar aula para graduandos.

    Estudo em uma universidade federal. E deu para contar nos dedos os professores que mudavam seus materiais a cada semestre. Chegando ao absurdo de um professores repetir a mesma prova a uns 15 anos.

    Tarcísio (usuário não registrado) em 15/06/2009 às 9:22 am

    O problema é que muitos professores, como esse do artigo, não querem sair da sua zona de conforto, prepararam as aulas e ficam repetido semestre após semestre e não querem ter o trabalho fazer algo novo. Quem já passou por uma faculdade sabe que para professores assim sempre se consegue uma cópia da prova do semestre anterior com colegas, e a proibição da publicação do código fonte não impedirá que os próximos alunos tenham as provas do semestre anterior. Isso ocorre em todos os cursos.

    Esse professor precisa criar vergonha e utilizar outra maneira de avaliar seus alunos, mas isso dará algum trabalho e isso ele parece não querer.

    Luis (usuário não registrado) em 15/06/2009 às 9:40 am

    Bom, sou um cara de sorte pelo jeito, meu professor de Prog, sempre leva umas 5 provas diferentes cada vez (O que para um professor de Prog é muito fácil, só fazer um programa, colocar 40 questão e mandar ele escolher aleatoriamente 20, vão existir uma quadrilhão de provas diferentes xD), e os trabalhos mudam todo semestre, e ele se dedica horrores para ensinar da melhor maneira possível.

    Como disseram, no caso da notícia, quem tinha que se f… era o professor por não mudar os exercícios e querer só moleza.

    a (usuário não registrado) em 15/06/2009 às 9:55 am

    meu prof fazia agente sentar do lado dele, compilar, rodar uns exemplos, dizer o q vai acontecer antes de rodar, rodar, debugar na frente dele, e responder “o q essa parte aqui faz?”.
    poderia ter ate copiado o código, mas ele descobre rapidinho se o aluno sabe o q esta fazendo ou nao. no final das contas eh o q importa.

    Leonardo (usuário não registrado) em 15/06/2009 às 9:59 am

    auhauah eu faço isso desde de o primeiro semestre…

    marcio (usuário não registrado) em 15/06/2009 às 10:05 am

    só um trocadilho infame… os EUA tem tudo a ver com os EULA.
    o guri tinha que ter posto o código do trabalho com a GLP, imaginem como seria.

    O que acontece com os prof. normalmente é: Muito trabalho e pouco tempo pra se atualizar. todos aqui sabem que o professor é um dos poucos funcionarios que sempre tem trabalho em casa pra fazer, a sua jornada nunca se resume ao ambiente de trabalho.

    Suhanko (usuário não registrado) em 15/06/2009 às 11:15 am

    A tarefa do professor é instruir. Se o aluno usa de artifícios para se dar bem, o futuro cobrará. O que importa de verdade é o professor ser ético e cumprir seu papel de instruir, e não querer ser “pai” do aluno.
    O aluno que cola paga para se enganar (coisa que ele poderia fazer de graça). :-)

    floyd (usuário não registrado) em 15/06/2009 às 11:45 am

    hey, teacher, leave those kids alone!

    ShellAddicted (usuário não registrado) em 15/06/2009 às 11:48 am

    Putz… Lembro que no meu tempo de graduação o professor de Organização de computadores mandou construirmos em qualquer linguagem um interpretador para a já manjada máquina de Turing.

    Pelo que soube ele fazia isso há vários semestres e até encontrei alguns exemplares no Google em tudo quanto é linguagem mas, por questões de ego, eu preferi fazer a minha em C e que me garantiu uma boa nota.

    Numa outra avaliação eu tinha que fazer um programa (também bastante manjado) em que dado um arquivo contendo um desenho em ASCII de um labirinto o programa deveria marcar o caminho da entrada até a saída.

    Sempre houve estes programas na web, mas os professores cobravam ver o programa sendo compilados, como já disseram antes, e pegavam um bloco de código qualquer para fazer algumas perguntas sobre ele. O resultado era que quem tinha apenas copiado de alguem sempre se dava mal.

    Marcos (usuário não registrado) em 15/06/2009 às 12:30 pm

    Elaborar uma ou mais listas de exercícios por semestre é a solução mais adotada mas não resolve o problema. O aluno consegue facilmente encontrar software similar e alterar.

    “Nem todos os alunos de ciência da computação serão bons programadores. Alguns serão bons gerentes, outros serão bons teóricos… isso acontece em qualquer curso!”

    Então ele não deverá tirar boa nota em programação, mas na matérias de teoria e de gerência. A nota tem de ser o espelho do profissional.

    Lindrix (usuário não registrado) em 15/06/2009 às 12:58 pm

    O professor que avalia apenas por um exercício não está analisando apropriadamente o seu aluno. Na universidade, muita gente copiava os meus códigos, mas eu os obrigava o modificar o código, pelo menos. Ajudou a evitar os problemas, mas eles sabiam os alunos que realmente programavam.

    Elio (usuário não registrado) em 15/06/2009 às 1:17 pm

    Em toda turma sempre vão existir os aproveitadores que acabam “se encostando” no trabalho dos outros. Estas pessoas que se consideram espertinhas, de uma forma ou de outra, vão dar um jeito de burlar o sistema para conseguir uma nota boa, não condizente com suas reais capacidades. Portanto é inútil querer arrumar maneiras de coibir a troca de conhecimento ou favores.

    Lendo essa noticia, lembrei de um grande mestre que tive – Inhaúma Neves Ferraz. Ele não só gostava que os seus alunos buscassem por soluções como incentivava que os trabalhos apresentados fossem derivados de outros já existentes. É claro que o aluno tinha que saber explicar a funcionalidade pedida no projeto e onde ela estava implementada no programa apresentado.

    Fábio Prudente (usuário não registrado) em 15/06/2009 às 2:43 pm

    Pelos comentários, vejo que muitos ainda defendem o modelo tradicional de ensino, onde o professor é, ao mesmo tempo, a fonte do saber e o avaliador da aprendizagem do aluno…

    Se pensarmos direitinho sobre essa questão, veremos que há aí uma grande distorção.

    Elaborar uma ou mais listas de exercícios por semestre é a solução mais adotada mas não resolve o problema. O aluno consegue facilmente encontrar software similar e alterar.

    No próprio artigo, eu aponto uma solução que considero muito melhor:

    Duas das melhores disciplinas que eu tive em meu mestrado, no Centro de Informática da UFPE, foram exatamente as que estimulavam seus alunos a introduzir novas funcionalidades em trabalhos que foram desenvolvidos por alunos de turmas anteriores, criando um projeto que crescia e melhorava a cada semestre. Essa é uma forma de dar utilidade ao trabalho acadêmico, além de estimular a troca de informações e conhecimento entre colegas.

    Igor Cavalcante (usuário não registrado) em 15/06/2009 às 3:05 pm

    Muda os exercícios a cada semestre ué :) O código é do aluno, ele faz o que quiser!

    jonas dourado (usuário não registrado) em 15/06/2009 às 8:22 pm

    @Fabio Prudente

    Muito interessante a idéia de a cada ano acrescentar funcionalidades a um projeto ja existente…

    Agora esse professor é o famoso coxa, todo ano tem um, é só descolar uma prova do ano anterior e já era.. ou seja, o professor estimula trabalho de macaco(ficar copiando) e os alunos não aprendem nada.. Coloco GPL até nas fontes dos trabalhos que entrego :)

    Alex Maia Sanchez (usuário não registrado) em 16/06/2009 às 6:39 pm

    Sem comentários ! Professor vagabundo = software proprietário (sem citar empresas que utilizam este modelo, rsrsrs !), professor trabalhador, pensador = gnu/liunx, open source, e legados posteriores !
    Assistindo um certo canal a cabo com meu filho ??? “Quando EU tenho uma idéia e não sei o que fazer, EU, penso, penso, penso ! Até EU resolver !!!” kkkkkkk !
    Pense, Dink, Pense !

    “O pensamento é a força criadora irmão !!!”, A Vida é um desafio, Racionais MC´s !!!

    MDantas (usuário não registrado) em 20/06/2009 às 11:38 am

    É lamentável ter um professor como este. :(

    Marcos Laureano (usuário não registrado) em 20/06/2009 às 4:08 pm

    Bah!!!

    Eu, como professor, sempre disponibilizo as respostas junto com as atividades. Passo listas de exercícios e deixo claro: “faz quem quer e quem tem juízo, havendo dúvidas me procure”. O resultado eu vejo sempre nas provas… quem fez sozinho, se dá bem… quem não fez ou copiou, sempre encontro no próximo semestre… ;)

    Teve vários semestres que fiz provas personalizadas pra cada aluno (mais de 30 provas). Mas é difícil lidar com aluno que não tem vontade de aprender. O papel de professor é motivar esses alunos, mas nem sempre é possível. Ética quem ensina não é só o professor, mas os pais e a vida.

    Faz anos que as faculdades exigem que, além de entregar o trabalho, o aluno tem de apresentar na sala. Melhora e diminui a fraude.

    Fazer trabalhos colaborativos em alguns casos atendem, mas em outros não, já que muito tipo de matéria o aluno tem de aprender os conceitos básicos primeiro, e em um projeto maduro são poucas opções de ter um projeto básico.

    bebeto_maya (usuário não registrado) em 20/06/2009 às 9:02 pm

    Esse tipo de professor sempre existiu. Tenho um professor aqui viciado em 3d Max, como uso Blender ele não para de pegar no meu pé, embora seja mais uma forma de competição, visto que ele é meio “crianção”…Mas com ele nunca mais cruzo, pois a cadeira não foi obrigatória…A lógica é esta: Se possível, fuja desses tipos. Pague outra cadeira, espere o professor ser substituído, enrole, etc.

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